Capítulo 34

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Acordo com gotas de chuva caindo em meu rosto, uma leve garoa caí sobre a cidade.

- Moleque saí daí - fala um homem se aproximando - vai procurar outro lugar pra mendigar.

- Eu não sou mendigo, tenho casa...

- E eu sou a princesa Diana, vaza daí logo.

Me levanto cuidadosamente, meu corpo ainda dói. Pra onde eu vou agora? Eu não sou mendigo, tenho casa. Eu tenho casa.....tenho que voltar pra lá, chamar a polícia, minha mãe e se ela tiver voltado? Ah não!

Corro o mais rápido que posso na minha condição. Ando pela calçada do meu quarteirão olhando para os lados, quando chego na frente da minha casa, ando devagar até os fundos, ela está silenciosa.

Abro devagar a porta de tela e entro na cozinha. Caminho lentamente até meu quarto, minha mãe não chegou. Entro no quarto, a primeira coisa que olho é a cama suja de sangue. Me abaixo e procuro o celular.

- Anda, onde está você celular - falo baixo. Quando o encontro um leve sorriso surge em meus lábios.

Quando levanto pra sair sinto o soco e caio.

*     *     *

Minha cabeça dói. Tento falar mas estou novamente amordaçado. Minhas mãos estão dormentes, presas atrás da costa.

- Tentou fugir de mim Judy?  - fala o Dino tocando algo gelado em minha costa nua. Ele desce lentamente e penetra aquilo em mim. Arfo de dor - Hmmm está pronto.

- Me solta! Por favor! - falo o melhor que posso estando amordaçado.

- Porque a gente não brinca antes?

As lágrimas começam a cair de novo, dessa vez eu não aguento. Ouço passos no corredor.

- Aaaaaahhhhh - grito abafado.

- A porta estava aberta e fui entrando, onde nós.... - O Lucas entra no quarto, e para. Ele me vê chorando e preso, o Dino em cima de mim. A chuva lá fora aumentou.

Peço ajuda com os olhos, estou desesperado.


A fúria está em seu olhar. Ele se lança contra o Dino.

- O que você está fazendo com ele? - grita o Lucas.

Não consigo ver, mas escuto os socos e barulhos de briga. Logo os dois estão em meu campo de visão. Eles trocam socos, o Dino lança o Lucas contra a parede.

- Eu vou te matar seu idiota - o Dino aponta uma arma para o Lucas, a ponta está suja de sangue.

Ele me enfiou uma arma....

Ouço o tiro e fecho os olhos, depois so ouço passos e sons de queda.
Sinto alguém se proximar e me tocar nas costas. Tento gritar, mas é em vão.

Está me desamarrando. Mas quem é?

Logo sou carregado, abro os olhos e vejo um anjo loiro de olhos azuis. Ele me leva pra fora. As gotas de chuva me dão vida. Ele fala ao celular e me olha, sorrio pra ele. Ouço sirenes ao longe e caio num sono profundo.

*     *     *

Me sinto confortável e quentinho, abraço aquela sensação. Abro os olhos dolorosamente. Estou deitado no colo do Lucas, ele me aperta com seus braços fortes. Estou coberto por um cobertor macio. Nossa, queria ficar assim pra sempre. Desço meu olhar para seu braço, está sangrando.

Ele levou um tiro.

Estamos no Hospital.

- Você tá bem carinha?

- Um pouco - falo com voz seca e fraca.

- Por quê? Por quê ele fez isso? - uma lágrima sua caí em meu rosto.

- Não chore, já passou...ele atirou em você.

- Foi de raspão, estou preocupado mesmo é com você.

- Cadê ele....

- Consegui quebrar um abajur na cabeça dele e ele desmaiou, liguei pra polícia, ele deve estar na delegacia agora....você vai ter que contar, tudo, daqui a pouco.

Essa notícia me enoja, ter de lembrar de tudo.
Lucas me olha fixamente. Ele se aproxima mais, acho que vai me beijar e é o que mais quero no momento.

- Amor... - fala o Ren entrando na sala, está com preocupação nos olhos e no rosto todo - você, ah droga o que aconteceu? Eu vi...ah me contaram...você tá bem?

- Sim estou ótimo, só fui estuprado, só isso - falo irritado.

Ele se afasta. Lucas me aperta mais e fuzila Renny com os olhos.

- Desculpa Ren....eu - começo a chorar.

Ren se aproxima de mim e me beija levemente. Relutante o Lucas me solta. Agora estou nos braços do Ren.

Lucas se afasta, mas não tira os olhos de mim até virar o corredor. Um frio estranho se apossa de mim. Renny me beija todo. Eu só quero fugir.

- Ren por favor, para...PARA COM ISSO!!! - grito.

Começo a me debater para ele me soltar, acho que estou delirando. Logo uma enfermeira se aproxima e sinto uma picada no braço. Meus olhos começam a fechar. Fui sedado.

A Força do Amor - LIVRO 1 (Romance Gay)- CONCLUÍDO Onde histórias criam vida. Descubra agora