Capítulo 6

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Praguejei ao escutar o despertador tocando em pleno sábado e bati nele que imediatamente se calou. Onde eu estava com a cabeça quando me esqueci de desligá-lo? Encarei o teto e bufei. Sabia que não iria dormir mais. Levantei-me, peguei algumas roupas de desporto e caminhei lentamente até ao banheiro.

Depois de ter passado o dia de ontem vivendo como uma preguiça preguiçosa, decidi que tinha que aproveitar os meus últimos dias de férias antes de voltar ao inferno na terça-feira. Eu tenho deixado que Tobias e Travis me sugassem as energias e eu não podia. Não podia esquecer de mim mesma. Terminei o meu banho, vesti minhas roupas, prendi o cabelo num rabo de cavalo e calcei os meus ténis de corrida. Este corpo não se manteria se eu continuasse comendo sorvete daquele jeito. Tudo bem que não sou o modelo perfeito de mulher, mas tenho tudo no sítio e isso é algo que eu posso me gabar.

Peguei o meu iPhone, a bolsa que o sustentava em meu braço esquerdo, os meus fones e as chaves de casa. Atravessei a sala e antes de sair verifiquei que Tobias ainda dormia. Estava completamente torto no sofá. Metade fora, metade dentro. Senti-me um pouco mal por vê-lo naquela situação e decidi que mais tarde daria um jeito nisso. Tapei-o melhor com a manta que o cobria até à cintura e segui para fora de casa.

Fiquei satisfeita ao ver que o céu estava limpo e ao ver que ainda podia sentir o cheiro do orvalho matinal. Era de manhã bem cedo que eu gostava de correr pela vizinhança. O sol não era forte e o calor não me sufocava. O ar fresco da manhã ajudava os meus pulmões e eu melhorava a minha resistência. Depois de dar cinco voltas pelo bairro, parei perto do parque para crianças que havia por lá e comecei a fazer alguns alongamentos ao som de Midnight City dos M83. Certo, o meu gosto musical é um pouco duvidoso Oiço de tudo um pouco desde que me agrade. No entanto, nunca me verão fanática por alguma banda.

Já me preparava para voltar a correr quando a playlist foi interrompida e o sinal de chamada começou. Carreguei no botão dos phones e esperei que a voz falasse. Rapidamente sorri ao notar a voz de Valentina Riviera. Uma das minhas melhores amigas de faculdade. Louca era o melhor adjetivo para defini-la.

- Vamos sair esta noite! - Ouvi-a dizer. Nem tive oportunidade de responder. - Não aceito uma negação. Milah e Savanna também vão e você não vai escapar desta vez. Vamos a um pub qualquer e depois vamos à balada do costume.

- Bom dia para você também Valentina. Eu estou ótima, muito obrigada por perguntar. - Comentei ouvindo-a rir. - Você sabe que horas são? O que está fazendo acordada a esta hora da manhã?

- Foda matinal. Não consegui dormir mais. - Ri do palavreado dela e saí do parque para voltar à minha corrida.

- Você não cansa disso? Quem é a vitima da vez? - Perguntei divertida.

- O nome dele é Spencer e ele é o maior gostosão. Loiro, sarado e com uma tatuagem na bunda. - Fiz uma careta desagradável ao imaginar e ela rapidamente explicou. - Ele diz que foi em Vegas.

- Está explicado. - Falei rindo. Nada de bom acontecia em Las Vegas. - Ele vai durar? - Perguntei já sabendo a resposta. Valentina não se deixava agarrar. Eram casos sem compromisso e só. Ela dizia que vivia bem assim. Não a julgava.

- Você acha? - Perguntou rindo. Ri também e acenei a um vizinho que tinha saído para pegar o jornal. - Você sabe que eu não me comprometo. Não me chamo Beatrice Prior. Nunca na vida eu namoraria o mesmo garoto durante dois anos. Ou menos. Falando nisso, você vai levar o Travis esta noite? - Perguntou com uma voz ofegante. Não me interessava saber o que ela estava fazendo. Provavelmente se exercitando com as dezenas de roupas e acessórios que ela tem no closet.

- Er, não. - Merda. Eu tinha esquecido de contar. Também não era exatamente minha culpa. A oportunidade ainda não tinha surgido.

- Porque não? - Perguntou confusa. - Está tudo bem?

Como Se Apaixonar Em 40 DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora