O nosso inimigo é o
próprio reflexo nos espelhos
pendurados pela casa de
papel, que incendeia-se com
problemas e discussões ao
entardecer.Ilusório labirinto de paredes
com tijolos descascados,
as labaredas desfazem
irreais bolhas de desejo,
sádico chão de espinhos,
as tuas fossas efervescentes
incendeiam o interior do
abismo da alma.Dentro de mim há um duende,
o seu olhar é o brilho do luar
e o seu alimento é o fogo
vivo que chamusca cada
broto de bondade.Embaixo da cama só há o
vazio e a solidão cravada
entre o assento da poltrona,
porque o bem e o mal está
em nós,abra o seu terno, rasgue o
seu vestido, descosture
o seu peito, olhe para
dentro e veja o que não
existe lá fora.Os sussurros dele
incineravam a vida
que padecia nas
minhas olheiras,como o único viajante
a explorar-me, às vezes,
ele caminhava pelas
minhas estradas
tortuosase eu sentia cada passo,
que ecoava o ruído dos
seus sapatos sobre as
folhas secas do outono.Aos poucos, ele devorava
cada recanto do meu âmago,
e assim, eu me transformei
em cinzas a vagarem entre
os vitrais de esperança.
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A vida se resume em poesias
PoetryA poesia está escondida nas entranhas do movimento contínuo do acaso, na passagem por este planeta, ela é um dos vestígios que deixamos para, amanhã, alguém ler com a vontade de descobrir os nossos enigmas. Quando me vejo no espelho e encaro os meus...