Taís uma garota de doze anos inocente e encantadora, sua vida começa a mudar quando seu primo Gelcimar vem morar na sua casa onde sua vida muda completamente de criança para adulta com grandes responsabilidades.
Teria sido tão mais fácil. Eu ia dizer assim pro Gelcimar:
- Não quero namorar assim, não, ainda é muito cedo. Só quando eu crescer é que vou querer semente de bebê.
O Gelcimar foi tão sacana comigo! Ele já tem vinte anos, devia saber dessas coisas. Mas será que ele sabia também! E ainda por cima fugiu. Ouvi o pai falando:
- Como é que vai ser pra registrar esse bebê, Carminda? Você acha que devia registrar como filho nosso?
- E pode, José?
- Acho que não. Mas vou registrar no nome da Taís? Sem nome do pai? Ou será que posso pôr o nome do Gelcimar?…
- Melhor você se informar, José. Não vá fazer besteira.
- De que vocês tão falando?
O pai olhou pra mim e suspirou:
- Minha nossa, ainda é uma criança!
- Não sou mais criança não, pai.
- É sim, minha filha. Você é uma criança esperando outra criança...
- Não bebe mais, pai - pedi. - Fico triste.
- Prometo - ele disse, e parecia sincero.
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Logo depois a vó chegou do interior. Ela não sabia de nada e levou o maior susto. Ficou sentada na beiradinha do sofá, olhando pra mim. Quando conseguiu falar, perguntou:
- Mas Carminda, como foi isso?
A mãe suspirou fundo:
- Imagine que o José trouxe um sobrinho pra morar com a gente, um rapaz bonzinho, bem-educado...
- Quantos anos ele tem?
- Vinte!
-Quantos? - a vó quase gritou.
- Que importa a idade dele agora? - A mãe sentou-se ao lado da vó. - Aconteceu, pronto. A senhora tem de me ajudar a segurar essa barra, mãe.
- Mas é uma judiação - a vó fez cara de dó. - Ela é só uma menininha... E cadê esse rapaz, quero falar com ele.
- Sumiu, mãe, se escafedeu. Nem pra casa dos pais ele voltou... A gente fez o noivado dos dois.
- Não me diga que queriam casar a Taís aos doze anos! - a vó até riu. - Vocês ficaram loucos? Casar essa criança, acham que ia dar certo? Quer saber de uma coisa? Ainda bem que o cara sumiu na poeira... Até gostei!
- Mas mãe, seria melhor pra menina, pro nenê. O José ia pedir ordem pro juiz de menores...
- E acham que ele ia dar? Trabalhei muitos anos na casa de um juiz. Ele comentava essas coisas com a mulher e eu ouvia... Tem de ter catorze anos pra casar.
- Tem certeza, mãe?
- Claro que tenho. Teve um caso parecido com o da Taís, lá na minha cidade, e o patrão negou o pedido. Agora me deixe sozinha com a minha neta que quero falar com ela...
A vó é uma mulher baixinha, forte, e tem um olhar muito carinhoso. Sempre gostei muito dela. Pena que morasse longe e a gente só se visse nas férias ou quando ela vinha pra São Paulo.
- Ele te magoou, Taís?
- O Gelcimar, vó? Não, não magoou, não.
- Ele te forçou a fazer o que você não queria, minha neta?