Capítulo 15 - MIllennium Falcon

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— Lucas, seu verme e inútil desprezível! De todas as merdas que você já fez nessa existência ridícula a pior foi me fazer falar com você de novo

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— Lucas, seu verme e inútil desprezível! De todas as merdas que você já fez nessa existência ridícula a pior foi me fazer falar com você de novo. Eu vou te matar. Não. Eu vou mandar te queimarem vivo e só depois vou te matar. Você aceitou um carro da minha mãe? Quem você pensa que é? Você deveria pagar a pensão do seu filho e não arrancar dinheiro dessa família. Eu quero o carro de volta e eu quero agora. E eu quero que você faça isso da maneira mais discreta possível, direto com o meu contador, porque eu juro que quero fazer tudo o possível para não olhar para a sua cara cu nunca mais na minha vida. Eu só vou falar isso uma vez! Você tem três dias para devolver esse carro ou eu vou te encontrar, recuperar o carro pessoalmente e usá-lo para te atropelar!

Isso foi um áudio de whatsAap.

Voltei do contador bufando depois de descobrir que a minha mãe deu um fucking carro de presente para o pior macho que eu já tive a infelicidade de esbarrar na minha vida.

O que ela tem na cabeça?

Isso quer dizer que esteve mentindo para mim durante todo esse tempo? O Lucas havia batido em nossa porta muito antes de quando me contou?

Isso explica toda a intimidade. Aquele jantar idiota e todo o papo de redenção. Eles são amigos.

A sorte dela é não estar em casa naquele momento. Pois o meu sangue fervia.

Na minha pré-vida, quando era apenas uma patricinha mimada, eu tinha acessos de raiva espetaculares.

Eu jogava coisas contra a parede, quebrava copos, gritava e ninguém me repreendia por isso.

Notei que não fazia mais isso e me deixei levar.

Gritei, joguei cadeiras no chão, peguei o prato e lancei contra a parede com raiva. Ele se estilhaçou em mil pedaços e caiu no chão.

Olhei para o lado.

O carrinho de bebê estava parado com o Ícaro dentro dele me observando.

Nunca o vi tão assustado em toda a minha vida. Tão assustado que nem chorou, apenas me encarou com os olhos arregalados.

Fui tomada por um sentimento de culpa e arrependimento.

— Não, não, não, meu amor. Não fique assustado, por favor — o peguei e dei dezenas de beijinhos apressados. — A mãe é uma boba, desculpa por isso.

Sentei com ele fiquei sentindo a sua respiração até me acalmar.

— Desculpa — repeti. — Desculpa a mamãe.

A campainha tocou.

E da forma como as coisas ruins estavam acontecendo todas ao mesmo tempo para mim, imaginei que estaria chamando:

1 – O Lucas

2 – O monstro do pântano

3 – Diabo

Fui até a porta e quem encontrei não era nenhuma das três alternativas:

— Bob?

Lá estava Bob, parado em frente a minha porta. Sorrindo timidamente, usando uma camiseta do Darth Vader, mochila nas costas e com as duas mãos no bolso.

— Oi.

— Bob — falei. — Eu só não tenho cabeça para conversar com ninguém agora e...

— Eu vim aqui pedir desculpas — ele me interrompeu. — Eu fui um idiota com você, não devia ter te tratado assim na entrevista.

— Bom — cruzei os braços. — Não deveria mesmo!

— Eu quero me redimir — ele disse. — Mostrar que o passado ficou no passado. Quer comer em algum lugar?

— Eu estou sozinha com o meu filho.

— Ele vem conosco.

— Eu não sei Bob...

— Eu trouxe um presente para ele — abriu a mochila que carregava e tirou um ursinho de pelúcia do Boba Esponja de dentro dele. — O que acha?

Eu gargalhei.

— Você tem um humor muito estranho.

— O seu era pior.

Ouch!

— Ok, acho que sou eu que preciso pedir desculpas. Ainda tenho resquícios de uma garota mimada dentro de mim e acho que ela se manifestou na entrevista, não devia ter reagido daquele jeito, fui uma completa idiota! Podemos sair, sim. Mas não posso demorar!

Sair poderia ser uma boa ideia, pois nada de produtivo sairia de uma conversa com a minha mãe se eu a encontrasse com a cabeça quente como a minha estava. Pelo menos, poderia relaxar.

— Ótimo! — disse. — Vem comigo. Tem uma cadeirinha de bebê para o garoto?

— Tenho sim.

O seu carro estava parado na rua e era uma lata de lixo com rodas. Totalmente enferrujado, era um modelo Gol possivelmente mais velho do que nós dois.

— Isso é o seu carro? — Perguntei enquanto me certificava de que Ícaro estava seguro na sua cadeirinha.

— Sim! Eu chamo de Millenium Falcon — respondeu orgulhoso. — É o meu carro da sorte!

Por que alguém dirigia um carro assim?

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Por que alguém dirigia um carro assim?

— Você não é tipo um milionário?— Perguntei.

Bob sorriu enquanto abria a porta do carro:

— Viu como ele me deu sorte?

JÉSSICA - MÃE AOS DEZESSETE (HISTÓRIA COMPLETA)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora