Capítulo 36 - Pode entrar

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Nem Bob, Nem Lucas, o grande homem da minha vida é o meu filho Ícaro

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Nem Bob, Nem Lucas, o grande homem da minha vida é o meu filho Ícaro. Quando o deixei na creche naquela manhã me dei conta de que nunca passei tanto tempo longe dele como nos últimos dias. Sempre vou ao trabalho é como se deixasse uma perna minha para trás e passasse o dia incompleta até a hora de voltar para casa. Outro dia, li uma reportagem sobre como a diretora do Yahoo mandou fazerem um quarto para os seus gêmeos recém nascidos ao lado do seu escritório, assim ela poderia trabalhar e cuidar deles ao mesmo tempo. Não faço ideia de como isso funcionaria, mas sei que o dia que for uma mulher poderosa tomarei as mesmas providências.

Enquanto arrumava a agenda do dia de Bob recebi uma mensagem do meu amigo Ick:

Enquanto arrumava a agenda do dia de Bob recebi uma mensagem do meu amigo Ick:

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No trabalho, senti um irremediável e pesado sentimento de culpa

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No trabalho, senti um irremediável e pesado sentimento de culpa. Eu não sabia muito sobre o mercado de trabalho e como funciona dentro das empresas, mas tinha quase certeza de que a mulher que dorme com o patrão não é vista com bons olhos pelos seus colegas. Ainda que, no meu caso, eu tenha apenas LITERALMENTE dormido com o patrão. A cada palavra que trocava com outro funcionário, sobre qualquer coisa trivial, sentia que estavam me julgando silenciosamente. "Larga de ser ridícula", pensei comigo mesma. "É impossível que alguém saiba o que aconteceu, está tudo dentro da sua cabeça".

Não resisti a pressão e, no fim de tarde, corri para o escritório do Bob. Abri a porta sem bater e o encontrei deitado no chão do seu escritório, sem sapatos e de olhos fechados. Parecia estar dormindo.

Lentamente, ele abriu os olhos. Assim que notou a minha presença, sorriu:

— Oi, Jéssica!

— O que você está fazendo?

— Estou pensando.

— Pensando?

— Sim, é assim que consigo descobrir como resolver os problemas da empresa.

— Ok, você é um pequeno nerd esquisito. Entendi!

Cruzei a sala e sentei na cadeira giratória:

— Acho que o que fizemos foi errado.

— Ontem à noite?

— Sim.

— Desculpa, é que eu estava com bastante sono e pensei que você também...

— Não é isso! O lance do nosso beijo! Acho que as pessoas daqui já sabem!

— Jéssica, acredito que você saiba que isso é virtualmente impossível.

— Eu sei! Eu sei! Mas eu não queria ser a vadia que ficou com o patrão.

— Ei, relaxa — ele cruzou a sala, sentou em cima da mesa e agarrou a minha mão. — Ninguém vai precisar saber de nada. Podemos manter em segredo durante um tempo.

— Durante um tempo?

— Claro! E se ficar sério, não vamos poder fazer nada. Eles vão ter que respeitar um relacionamento meu.

Sorri.

— Então tem chances de ficar sério?

Bob ficou vermelho como um pimentão, se encurvou um pouco e passou as mãos nos cabelos, sem jeito. Era engraçado quando, por trás daquela casca de homem decidido e firme, ele deixa escapar traços de quando era apenas um pequeno nerdzinho.

— Se você quiser, claro... Eu estava me referindo a uma situação hipotética, considerando as variáveis de um relacionamento, sempre há chances... Quer dizer, se eu estivesse falando sobre nadar, por exemplo, ou pilotar um avião, eu deixaria claro as chances de implicações de outras situações, como...

Não resisti. Levantei-me e fiquei na altura dos seus olhos.

— Temos uma chance, sim — falei.

E o beijei.

Continuamos nos beijando, senti as suas mãos correndo as minhas costas. Como era boa aquela sensação.

O barulho da porta atrás de mim fez barulho quando abriu. Nós dois ainda estávamos agarrados quando olhei para atrás e encontrei Emily parada no batente segurando a maçaneta e tão surpresa quando poderia estar.

— Acho que entrei na sala errada... — ela disse antes de fechar a porta.

— Bom, agora uma pessoa sabe — Bob comentou.

— Relaxa, ela é legal!

Estava um pouco mais tranquila. Decidi comprar um brinquedo para Ick na volta do trabalho. O deixei solto na loja de brinquedos e ele escolheu o que queria: uma boneca da Elsa do Frozen. Ela era um pouquinho mais cara do que um monte de plástico deveria ser, mas comprei de bom grado.

Quando chegamos, Lucas estava me esperando na porta de casa.

— Eu já sei o que você vai dizer! — Ele exclamou assim que me viu, antes q ue eu pudesse esboçar qualquer reação. — Não é fim de semana ainda, então nós supostamente não poderíamos nos ver. Mas acho que temos que ter uma conversa séria.

Não pensei duas vezes.

— Vamos ter a conversa, Lucas. Como quiser. Pode entrar. 

***

Nota do autor

Oi, pessoal! Tudo bom?

Estou pensando em criar um conteúdo de vídeo para vocês em breve (na verdade, já crio no Cabine Literária, mas quero fazer mais). O que vocês gostariam de assistir: algo voltado a falar sobre outros livros ou algo mais pessoa, tipo um vlog? 

Estão gostando do IGTV? Talvez eu faça por lá!

Beijos!

Felipe Sali

Felipe Sali

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JÉSSICA - MÃE AOS DEZESSETE (HISTÓRIA COMPLETA)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora