Prólogo

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Toda Ação, Gera Uma Reação

Elaine estava impaciente, o assalto não correu como o esperado e ela, seu namorado e os pais dele, foram pegos no ato, simplesmente porque não tinham ideia de que a casa daquele “ricaço” tinha mais de um alarme de segurança. Agora estavam todos presos e separados, ela não suportava mais aquela cela, nem mesmo a ideia de que nunca mais veria aquele que amava e por quem arriscou tudo.

Os minutos se passaram e ela continuava a aguardar quem quer que fosse a pessoa misteriosa que fora lhe fazer uma visita. Quando já havia estralado todos os dedos de suas mãos, um homem entrou na sala. Ele tinha estatura mediana, usava roupas caras e tinha um olhar que lhe causou arrepios, uma mulher ruiva o seguia, de cabeça baixa, quando ela a fitou, parecia estar com pena. Os dois eram como o símbolo Yin Yang, completamente contrários.

Sentaram-se à sua frente, apoiando-se na mesa de metal, o homem a analisou por um longo momento, antes de falar:

- O que acha de ter a chance de sair daqui, garota?

O encarou, confusa. Ele estaria falando sério? – pensou.

- Ah, cara, isso seria demais! – respondeu, entusiasmada, mas sabia que aquilo teria um preço. – O que você quer de mim?

- Ora, que garota esperta! – disse ele, batendo palminhas, e aquele ato de escárnio por si só a fez odiá-lo. Elaine era uma garota espirituosa, um simples ato poderia mudar totalmente sua opinião sobre alguém, e ela quase perdera o interesse na proposta graças a essa brincadeirinha. Notando seu semblante irritado, o homem voltou a falar com seriedade. – Garota...

- Elaine! – ela o interrompe com grosseria, o que o faz serrar os punhos e bufar de raiva, parecendo ser capaz de avançar nela e a estrangular. A ruiva o observa, e teme que isso realmente aconteça, enquanto Elaine o encara em desafio, mas ele surpreende a ambas, controlando-se, abrindo as mãos devagar e sorrindo como se dos homens fosse o mais generoso, ele retoma a palavra.

- Certo, Elaine, o favor que me fará será simples, apenas tenha um filho em nossa instalação, sob a nossa vigília e não questione nada que a ti seja feito lá e, no fim do processo, a libertaremos.

A garota reflete sobre a proposta, sabia que nunca receberia outra chance de escapar dali tão facilmente, mas aquilo era estranho, para que ter um filho para aquela gente afinal? O que fariam com a criança? Ele não parecia ser do tipo que quer ser pai e construir uma família.

- O que farão com essa criança depois?

Ele sorri, mas ela pode ver a cobiça e a maldade em seus olhos, era tão nítida que quase escorria pelos seus lábios.

- Você a criará por um tempo, querida, e depois, nós a buscaremos. Agora, sem mais questionamentos, você aceita ou não? – Elaine não confiava no homem e o medo que a mulher ao lado dele parecia sentir só piorava isso, mas aquela era a sua chance de libertar quem amava, e ela não poderia abandonar aqueles que considerava sua família, naquele lugar, se havia uma chance de libertá-los.

- Eu irei, mas quero que solte meu namorado e a família dele. Eles foram pegos comigo, e não vou deixá-los apodrecer aqui.

O homem parece quase perder o controle mais uma vez, afinal, estava sendo obrigado a negociar com uma garota de dezenove anos, mas lembra-se de suas motivações e cede.

- Como quiser, Elaine.

A garota sorri, sentindo-se uma vencedora, sem ao menos saber que já carregava um feto em seu ventre e que aquele acordo, levaria elas e toda a sua família a pagarem preços altos demais, preços que destruirão sua mente e coração, e recuperá-los será algo a beira do impossível, pois nem tudo que vem fácil, sai de nossas vidas com a mesma facilidade.

Esta Sou Eu Sem Você: InstintosOnde histórias criam vida. Descubra agora