Agora eu entendia

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No final Teresa e Aris nos seguiram.

-Prometemos para o CRUEL que íamos direto para o Refúgio Seguro assim que acabássemos com isso. – ela disse logo atrás da gente.

Ri por dentro. Era incrível como Teresa falava do que tinha acabado de acontecer como se tivesse sido algo comum, como que o simples fato dela ter praticamente acabado comigo e com Thomas não tivesse tanta importância agora.

-Estamos indo para lá – eu disse – E vocês não precisam ir junto.

-Precisamos sim – ela disse – Podemos nos ajudar.

-Ela tem razão – Thomas disse olhando para a imensidão de areia na nossa frente.

Olhei para ele um pouco brava. Eu não queria conversar com Teresa agora. Era muito informação e tínhamos coisas mais importantes para se preocupar: como achar o resto do grupo e chegar nas montanhas.

Eu precisava esperar minha raiva passar para poder pensar direito sobre o que tinha acontecido. Eu não sei o que faria com Teresa se fosse obrigada a discutir com ela naquele momento.

-Eu posso explicar tudo para vocês – ela disse andando ao nosso lado.

-Não queremos saber – eu disse um tanto quanto ríspida.

-Eu quero – Thomas disse e eu tive vontade de dar um tapa nele. Mais de uma vez.

-Assim que chegamos do labirinto – ela começou – Depois que Emily saiu escondida do nosso quarto naquela sede do CRUEL, um bando de pessoas apareceu no quarto e começaram a falar coisas aleatórias para mim. Disseram que eu teria que fazer tudo o que mandassem, se não Thomas iria morrer.

-Você pareceu uma ótima atriz – Thomas disse – Principalmente quando me bateu com aquela lança.

-Vocês precisam entender – ela disse – Vocês precisavam se sentir traídos por mim. Eu tentei dar meu máximo para proteger vocês.

Rolei os olhos.

-Eu fiz a mesma coisa – eu disse parando e olhando para ela – Fui obrigada a me juntar a vocês. Mas nem por isso acabei com meus amigos. Se em algum momento isso arriscaria a vida deles, do meu namorado, do meu irmão, eu não aceitaria.

-Se eu não fizesse isso, ai sim que ele correria risco – ela disse calma.

Eu estava impressionada com a calma dela.

-Eu entendo que vocês estão com raiva de mim e talvez nunca me perdoem. Entendo que eu talvez tenha perdido o que tinha com você, Thomas. Mas eu salvei vocês, e faria isso de novo.

Senti algumas lagrimas voltarem a se formar em meus olhos e suspirei fundo. Ela tinha o lado dela.

-Eu entendo você – Thomas disse com a mesma aparência que eu.

-E o Aris? – eu perguntei – Por que ele precisou fazer tudo isso?

Teresa e Aris se entreolharam nervosos.

-Não vou mentir para vocês – ela disse – Eu e ele nos conhecíamos desde antes do labirinto. Conversei com ele telepaticamente esse tempo todo, principalmente quando estava naquele coma idiota.

-E por que nunca disse isso? – Thomas disse com a raiva dele voltando com tudo no olhar.

-Achei melhor não – ela disse – Eles colocaram Aris do grupo A, e eu no grupo B. Fizemos o mesmo caminho que vocês, nos deram armas, atravessamos o deserto. Também nos prometeram a cura. Todo o resto foi planejado. Desde a cabana onde nos encontramos Thomas.

A garota da clareira (Maze Runner)Onde histórias criam vida. Descubra agora