03 - O Real Sentido da Vida

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Grace voava rápido e me puxava pelo braço, de uma forma que apesar da velocidade, eu ainda podia ver e distinguir certas coisas, mas o foco era nos vários espíritos que caminhavam livremente no chão, ao ponto de parecem pessoas normais em sua vida cotidiana. Era o que podemos chamar de área "intermediária".

- Essa parte é bem parecida com o plano físico. - Eu observei e Grace diminuiu a velocidade.

- É onde costumamos sair. Aqui vemos pessoas fazendo passeios fora do corpo, espíritos não muito malignos, mas traiçoeiros e alguns divertidos de se conversar.

- Mas são muitos espíritos... Seria mais agradável se fosse mais vazio. - Eu me referia ao fato de o vai e vem ser como o de uma cidade pequena e não de um lugar necessariamente calmo.

- Estamos no plano astral, o que não falta aqui, são cores e espíritos. O que você vê depende da sua vibração. Quanto mais pesado, pior, mas quanto mais leve, melhor. O que vemos é o reflexo astral do mundo onde vivemos. Seu raciocínio está diminuindo e você está um pouquinho denso, mas nada que atrapalhe muito o passeio. Apenas se mantenha relaxado.

- Tudo bem, para onde vamos?

- Vamos fazer algo que você deve sonhar desde quando era criança.

- O quê? - Perguntei para ela, que apenas apontou para cima.

- Nossa, a Lua está linda. - Eu observei. Ela estava pelo menos 3 vezes maior do que o normal e sua luz intensa pareceria resplandecer quase como o Sol. Era hipnotizante ver aquela cor sobreposta no ar levemente colorido pelas várias cores vindas de todas as direções.

- Está, não está? - Minha melhor amiga mostrou um sorriso confiante e eu entendi na hora.

- Grace, você não pretende me levar... - Eu nem consegui completar aquela frase.

- Eu não pretendo, eu vou. - Ela ficou bem animada, pegou a minha mão e me puxou em velocidade absurda em direção ao céu. Quando chegamos na altura das nuvens, Grace resolveu me soltar, onde ficamos sendo iluminados pela luz branca levemente azulada.

- Pausa para respirar? - Eu perguntei.

- Mais ou menos. Como se sente?

- Nervoso, mas a vista é linda. - Observei e ficamos ali por mais uns 5 minutos apreciando a vista.

- Agora que fizemos nossa pausa, vamos seguir viagem. Vamos lá. - Grace estendeu a mão.

- Quem sabe não comemos um pouco de queijo... - Peguei a mão dela e fiz uma piada que nunca entendi o fundamento.

- Acho que não vai dar... - Grace segurou o riso e segundos depois o sofremos um solavanco. Depois outro e mais outro, até que chegamos no espaço. Sim, nós saímos do planeta... Grace nos pôs em órbita! Ela nos levou até um pouco além, onde pudemos ter uma visão ampla da Terra.

- Eu adoro parar e observar a Terra. É uma visão tão linda... - Ela parecia relaxada, como se ela estivesse olhando para uma lareira em uma noite fria.

- Tudo está iluminado e tem a sua luz. - Eu observei.

- Você está vendo as luzes geradas pelo homem mais as luzes emanadas por outras coisas, aqui no plano astral. - Grace tentou me explicar de maneira superficial o funcionamento daquela grande e redonda "árvore de Natal".

- Você vem aqui todo dia? - Eu fiquei curioso.

- Não, apenas uma ou duas vezes por semana.

- Sério? Nossa... Então deve estar acostumada. - Nós ficamos uns 2 minutos observando aquilo.

Saindo do CorpoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora