༢ 𝐅𝐚𝐤𝐞 𝐁𝐨𝐲𝐟𝐫𝐢𝐞𝐧𝐝 ྀ ʸᵒᵒⁿᵐⁱⁿ

✧ Dois

II

– What a fake!? –

Jimin

Eu estava meio que em pânico. Olhava as três pessoas a minha frente sem saber o que fazer.

— H-hm, eu... eu tenho que ir ao banheiro, com licença. – Pedi e dei as costas as duas mulheres e ao rapaz presentes, saindo da vista deles rapidamente.

Caminhava apressado, desviando das pessoas em meu caminho e quase não conseguia encontrar o banheiro - meu senso de direção é péssimo -, quase.

Saquei o celular do bolso e disquei o número já tão bem conhecido por mim, enquanto adentrava uma das cabines do lugar e sentava sobre a tampa abaixada do vaso.

— Pelo amor de Odin, larga o que estiver fazendo e vem me ajudar, agora. 'To no shopping, banheiro. Agora, por favor. – Falei rapidamente e a voz do outro lado da linha murmurou um "já chego" apressado e rouco, logo desligando.

Suspirei, colocando o celular apoiado na perna, parando para pensar em como havia chegado naquela situação.

~•~

— Hey, Jimin. – Minha mãe entrou de súbito no meu quarto, me fazendo levantar o olhar da lição que eu - tentando fazer algo útil na vida, a muito contragosto - estava terminando.

— Sim, omma?

— Eu estava pensando aqui... O que acha de sairmos pra tomar um sorvete? Faz tempo que não fazemos isso. – Seu sorriso era doce, e seu olhos brilhavam de uma forma esquisita.

— Ah, acho que tudo bem. – Dei de ombros, olhando o relógio no criado-mudo e percebendo que já se passava um pouco das cinco da tarde.

— Ótimo, se arrume. – Aquele sorriso ainda brincava em seus lábios. — Podemos até passar naquela loja de quadrinhos que você gosta.

Depois dessa frase foi a vez dos meus olhinhos brilharem, esquecendo até mesmo do quão estranha era aquela atitude repentina dela.

Erro meu.

Agora, aqui vai um conselho de quem - agora - tem experiência no assunto. Nunca confie muito quando sua mãe chegar toda doce e de mansinho te oferecendo coisas que você gosta, ela provavelmente está aprontando alguma. Principalmente se sua mãe for maluquinha como a minha.

Deveria ter desconfiado desde o início. Mas o que poderia fazer? Ela tinha ido direto nos meus pontos fracos: sorvete e quadrinhos. E eu era inocente.

Por isso, quando dei por mim, já estava caminhando para dentro do shopping, saltitante com uma gazela. E só percebi a enrascada em que estava me metendo, quando passamos pela praça de alimentação e ela começou a acenar animada até demais para uma mulher que se encontrava ao lado de um garoto mais ou menos da minha idade.