CAPÍTULO 21-JEFFERSON ASSUSTA SARA

217 47 5
                                    


Foi uma questão de dias, até que Toni conseguisse convencer Sara a passar com ela numa sorveteria depois da aula, ir a um cinema, em outra noite, fazer compras no shopping, uma semana depois.

Sara se sentia entusiasmada e mais forte ao lado dela. Era só Toni chamar que ela pulava na garupa da moto, admitindo que estava adorando aquela vida de aventura com a motoqueira.

Numa noite de chuva intensa e com ventania, a engenheira acordou com um estrondo enorme e, no momento seguinte, ouviu Sara gritar.

Toni levantou-se percebendo que a energia acabara e teve que se guiar no escuro pelo som dos chamados aflitos de Sara.

Quando conseguiu chegar ao quarto, entrou percebendo horrorizada que sobre a cama de Sara havia um galho enorme de uma árvore que se desprendera com a chuva e viera arrombar a janela.

_Sara! Onde você está?_gritou aflita.

Guiada pelo choro da garota, foi encontrá-la tremendo no canto do quarto. 

Toni pegou Sara em seus braços e saiu rapidamente do quarto dela, indo para o antigo quarto de vó Catarina, que ficava ao lado.

Depois de constatar que a garota não se machucara, a abraçou e consolou.

Demorou a acalmar a professora, que se agarrou a ela e as duas dormiram, finalmente, de conchinha, com Toni feliz por ter a amada em seus braços e Sara se sentindo feliz por ter a segurança dos braços da sua "irmã" querida em volta dela.

Aquele foi o primeiro dia em que as duas dormiram juntas, na mesma cama, no quarto que pertencera a vó Catarina e que tinha uma cama de casal.

Numa noite em que estavam se dirigindo ao cinema, as garotas não perceberam o olhar de repulsa de Jefferson que as viu abraçadas animadamente.

Mais alguns dias e pode flagrar Sara beijando levemente os lábios de sua antiga namorada.

Jefferson havia procurado um dos empregados de Toni e perguntara se ele não percebera um possível envolvimento de Toni com um outro homem. Ofereceu-lhe dinheiro para ele descobrir um possível concorrente.

Quando se encontraram novamente, o rapaz começou a rir olhando o rosto curioso de Jefferson.

_O que foi, rapaz? Desembucha logo!_disse irritado.

_Estou aqui pensando o que você pode ter feito para assustar desse jeito aquela mulher deliciosa, Jefferson. Deve ter sido algo bem monstruoso, pra ela agora sentir repulsa por toda a nossa raça e ir procurar uma garota._riu de forma indecente.

_O que você está dizendo, rapaz? Ficou louco? _assustou-se.

O homem riu, sentindo-se no controle da situação, afinal, era o outro quem estava precisando dele, apesar de sempre o ignorar com sua pose arrogante de engenheiro arquiteto.

_Tentou comer o rabo dela sem lubrificante, Jefferson?_insinuou.

O engenheiro nem percebeu quando agarrou o outro pela gola.

_Seu imundo! Fale logo o que descobriu! Estou lhe pagando pela informação!_rosnou.

_Calma, chefe. Só estou perguntando o que todo mundo quer saber. Como você perdeu a Toni pra outra mulher, não entendeu ainda?

_Ficou louco? Está insinuando que a Felícia..._não conseguiu falar.

O outro o ajudou:

_Lésbica é o que ela virou agora...pra não falar uma sapata bem gostosa, me perdoe a falta de respeito, tá sabendo?

MEU PORTO SEGURO É VOCÊ-Um romance para gays e lésbicas-Armando Scoth LeeOnde histórias criam vida. Descubra agora