20 de Novembro de 2013, Lorenburgh, EUA
— Adeus.
Quase dei tapinhas no meu ombro por tamanho autocontrole, quando na verdade parece que algo está obstruindo minha garganta.
— Isso não é um adeus, cupcake.
Cupcake, essa simples palavra ecoa na minha cabeça. Esse vem sendo meu apelido desde que nos conhecemos há seis anos. Pensar nisso apenas aumenta a dor que aflige o órgão que tenta bater de forma rítmica, mesmo que eu sinta que a qualquer momento serei refém das lágrimas.
— Irei voltar. — Quase fecho os olhos para ele não encontrar a dor presente neles, a certeza parece estar por trás dessas duas palavras. — Não queria que isso estivesse acontecendo, mas...
— É o seu sonho — completo.
— Por que você está agindo de forma tão fria? — Apoia uma mão contra a lateral do meu rosto, fecho os olhos no momento que ele acaricia a bochecha com o polegar. — Não parece a doce cupcake de sempre.
— Estou cansada. — Mentira.
— Está mentindo — acusa. — Você está agindo como se eu nunca mais fosse voltar de Londres. Achei que estivesse feliz.
— Estou feliz. — Tento sorrir, falho miseravelmente e ele estreita os olhos. — Espero que não esteja pensando que serei aquela amiga dramática que irá impedi-lo de ir embora com palavras bobas. Jamais faria isso, Nathan.
Ele se afasta como se eu houvesse lhe desferido um tapa, e automaticamente sinto falta do seu toque. Entendo a sua reação. Todavia, escolhi um péssimo escudo para mascarar minha dor, a frieza.
Parabéns, Harriet – ironiza a consciência.
— Você nunca me chama de "Nathan" — profere, magoado.
Sim, querido amigo, você sempre será o meu gigante, mas infelizmente acabei sendo fraca e me apaixonei por você. Um mês depois dessa inesperada descoberta você revelou que havia recebido uma carta de uma universidade que fica literalmente a distância de um oceano. Como se isso não fosse o suficiente, descobri que você está igualmente apaixonado por mim e como uma idiota não irei deixá-lo solidificar esse sentimento. Você merece mais que um namoro a distância, isso poderia apenas atrapalhá-lo.
A resposta irônica está na ponta da língua, todavia, me limito apenas a respondê-lo com calma, enquanto ainda consigo segurar as lágrimas que ameaçam irromper por meus olhos.
— Desculpa.
— Você está bem, cupcake?
Não me chame assim. Gostaria de ter coragem o suficiente para falar tais palavras, sem conseguir fitar suas íris azuis e acabar encontrando a preocupação mesclada com carinho, abaixo a cabeça.
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Sempre te Amei (Noveleta) | ✓
Historia Corta➜ TODOS OS DIREITOS RESERVADOS | Não permito que façam adaptações ou a utilize para outros fins. Quão impassível pode ser o destino? Talvez Harriet Callahan seja a pessoa mais indicada para ter essa resposta. Como se não bastasse, a garota acrescent...