21 de novembro de 2020, Lorenburgh, EUA
05:15 p.m.Lágrimas deslizam pelas minhas bochechas enquanto continuo correndo sem olhar para trás. Alcanço as chaves no bolso da calça e se não estivesse em meio a uma fuga, beijaria a bochecha de Hudson Callahan por sempre nos dizer para andarmos com a chave do carro.
Antes que eu tenha a chance de chegar perto do automóvel, braços fortes surgem ao redor do meu corpo abraçando o mesmo. Sinto-me completamente consciente do grande corpo atrás de mim, e o cheiro que emana dessa pessoa desperta a sensação de estar em casa depois de anos vagando sem rumo.
Nathan.
Seu nome ecoa na minha cabeça, e considero como um sinal para meu corpo despertar da névoa que ameaçava embriagá-lo, tento me soltar. Contudo, os braços apertam um pouco mais e assim continuo presa.
— Me solte, Nathan! — rosno.
— Então pare de correr, cupcake. — Sua voz rouca parece deslizar por cada terminação nervosa presente em meu corpo.
Palavras nada bonitas escapam por meus lábios. Essa voz é um perigo para o órgão que bate disparadamente dentro do peito. Mesmo após anos, ainda possui o nome desse homem tatuado com letras maiúsculas.
— O que você... Nathan! — gritei no momento que ele girou meu corpo e em seguida pegou-me no colo. — Me coloque no chão agora!
Ele apenas ignora, e caminha rumo ao banco de madeira que Amber possui em seu jardim. Abraço seu pescoço com força, e assim, infelizmente consigo reparar de perto sua beleza. Esse homem deveria andar com uma plaquinha escrita perigo.
— Nathan! — mais uma vez profiro seu nome indignada.
O moreno sentou-se no banco comigo ainda em seus braços. Mais maldições escapam por meus lábios, ouço apenas sua risada baixa.
— Agora, iremos conversar — diz lentamente, a seriedade está por trás de cada palavra.
— Não temos nada para conversar — murmuro e, ao cruzar os braços, quase reviro os olhos ante tamanha infantilidade presente em minhas ações.
— Não temos? Tem certeza, cupcake? — Consigo detectar o ar de riso em seu tom.
— Poderia parar de me chamar assim? Não somos mais adolescentes.
— Pelo jeito o seu escudo ainda está intacto. — Sua voz está tingida de sarcasmo. — Poderia baixá-lo um pouco?
Ele está zombando de mim. Quase sinto vontade de dizer as palavras que estão na ponta da língua, contudo, apenas abro um sorriso falso ao encontrar suas irís repletas de intensidade.
— Londres mudou você — alfinetei.
— E você continua com a mesma frieza daquele dia — retruca. — Temos assuntos inacabados.
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Sempre te Amei (Noveleta) | ✓
Short Story➜ TODOS OS DIREITOS RESERVADOS | Não permito que façam adaptações ou a utilize para outros fins. Quão impassível pode ser o destino? Talvez Harriet Callahan seja a pessoa mais indicada para ter essa resposta. Como se não bastasse, a garota acrescent...