Capítulo 9

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 Estar sozinho em casa já era uma tortura.

Estar sozinho em casa com o cheiro de perfume da Luna no ar juntamente a seus enigmas era a morte.

Tentei ligar para o Nathan, mas não obtive sucesso. Suspirei, sabendo que a mãe dele realmente o deixaria bem longe de mim, pelo menos por ora. Comecei a caminhar pelo meu quarto e meu olhar caiu sob o meu relógio eletrônico na cabeceira da minha cama, e ele marcava quase duas da manhã. Bufei, tirei a roupa e deitei na cama.

- Isso é ridículo. - reclamei comigo mesmo encarando o teto do meu quarto. Pego meu celular e olho os contatos ali. Nenhum realmente que iria me atender aquela hora da madrugada. Respiro fundo e decido tentar falar com Emilly.

Eu: Alguma chance de você estar acordada?

Lily: Quem é vivo sempre aparece, não é, Styles?

Eu: Piadista como sempre.

Eu: Estou com uma insônia do cacete e lembrei que você também tem.

Lily: Às vezes.

Lily: Mas e aí? O que aconteceu dessa vez?

Eu: Muita coisa e nada demais ao mesmo tempo.

Lily: Garotas?

Tive vontade de rir. Queria que fosse algo tão simples quanto garotas, mas era mais que isso. Era Luna e toda a sombra que a cercava. Não como sombra de algo ruim, mas sombra de uma penumbra de segredos.

Eu: Mais ou menos isso.

Lily: Achei que eu fosse a garota da sua vida.

Eu: Sempre.

Ouço o barulho da janela se abrindo e olho para lá, encontrando Luna se esquivando agilmente e silenciosamente para dentro do meu quarto. Fico em choque, observando seus movimentos tão ágeis e graciosos.

 - Você sempre invade o quarto das pessoas no meio da noite? - pergunto, pegando-a de surpresa. Ela se assusta e olha pra mim.

- Eu achei que estava dormindo, só queria ver se estava bem. - sua voz soava surpreendentemente tímida.

- Eu estou bem, mas não dormindo. - tento fazer graça enquanto me sento. Tento não pensar no fato que estou de cueca na frente daquela garota que mais parece um anjo. Meus olhos percorrem as curvas do corpo dela, marcados por um vestido - novamente branco - e justo.

- Por que? - pergunta, sentando-se na ponta da minha cama. Meu corpo responde a esse ato e quase posso ouvir meus neurônios falando 'Hey! Tem uma garota na nossa cama! Hora de agir'.

- Não sei. - minto, me ajeitando. - Você sempre usa branco?

Seu sorriso se abre e é apenas mais um baque para meu corpo. Essa garota me afeta de maneiras inimagináveis.

- Sim, eu gosto. - ela responde, sincera, mas me parece ter algo a mais nisso.

- Não suja muito? - meu Deus, Harry, que tipo de pergunta é essa?! Eu me sinto um idiota e tenho vontade de pedir que ela se retire e nunca mais volte porque eu não mereço sua presença depois disso. Cérebro idiota.

- Não. - ela ri e eu me sinto ainda mais idiota, mas me derreto com o fato que a faço rir. Meu celular vibra e quero jogá-lo na parede. - Atrapalho algo?

- Não! - nego, rápido demais. - Eu estava só me distraindo.

Ela concorda com a cabeça e se ajeita, mexendo em um cacho que caia em frente o seu rosto.

Cursed // H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora