Oh mãe africa, teus filhos marcham até a praia,
A serem levados para todo lado do mundo
Em embarcações, a trabalhar mais que viver,
Onde for, serão todos misturados e escravos;Sem mais aldeias, tribos ou reinos,
Mesmo aqui onde alguns já eram prisioneiros,
Lá não há divisão, todos irão sofrer,
E tu, mãe, se torna a mais triste de todas;Seus filhos marcados futuro a frente,
Tu choras, mãe dos filhos lembrados,
Pela cor, pela religião, pelo suor do trabalho,
Não fique assim, tua natureza é abençoada;O Atlântico corou pelo sangue de teus bebês,
As chibatas, ferro e comida fazem sangrar,
Eles chegam a todos os portos do mundo,
Vão sonhar com a viagem de volta à teu seio¹;Quando libertos, os chamarão de empregados,
Serão cercados em favelas e guetos,
E a divida que merece ser paga em respeito,
Até o orgulho de ser negro vai ser debochado;Vai demorar para um papel fazer deles gente,
Que a terra dos continentes sejam gentis,
Pois parece que pro trabalhador tudo é difícil,
Mais que dinheiro, respeito pelo o que é;A Rainha de Sabá vai te acompanhar,
Os espíritos dos seus filhos retornarão um dia,
Guarde espaço para eles em seu coração,
Não se entristeça, a África é só o berço;¹Inspirado nos vários casos de suicídio em massa de escravos, principalmente por afogamento. Muitas gerações acreditavam que seus espíritos seriam levados pelas mesmas águas de onde vieram seus antepassados.
(Data: 10 de Maio de 2018)
Autor: RaphaelMaitam
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