Capítulo I

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...

Harry

A porta do Floy se abriu diante de nós.

O clube Floy é enorme. Uma mescla entre discoteca, pub e puteiro localizado na periferia de Cheshire. Era um enxame de álcool, sexo, música, danca e drogas e, praticamente, era meu.

No bar, as garotas que eu conhecia perfeitamente e de maneira muito profunda e íntima, dançavam e esfregavam seus perfeitos e sensuais corpos quase nus diante de um bando de caras babões ansiosos por provar uma buceta quente e úmida. As luzes davam voltas por todo o local, sem parar em um mesmo lugar por no mínimo um segundo. A música fazia as paredes tremerem.

Caminhei entre a multidão, afastando os porcos do meu caminho a empurrões. Algumas pessoas me encaravam de uma distância segura, com a boca aberta, em um silêncio respeitoso ou, talvez, cheios de medo.

- Harry! - Uma das garotas do clube se aproximou com um roupão bem aberto, me deixando ver claramente sua nudez em baixo de sua lingerie transparente.- Onde estava? Esses porcos se apossaram do Floy. É um maldito desastre! Eles destruirão tudo, não pagam as comissões e afastam os clientes! E nos assedia! Por quê?! Não pode deixar que isso continue acontecendo...!

- Por isso estou aqui. - Acariciei seu rosto com uma mão, tranquilizando a sua histeria. - Vai, gata. Chama as suas amigas e saiam daqui. Leve os clientes também. Rápido! - A empurrei para trás bruscamente. Ela me encarou com o cenho franzido e as bochechas vermelhas. - Ok. Se fizer isso direitinho, logo eu darei um belo presente pra você e suas amigas. - Ela sorriu agradecida e desapareceu rumo ao saguão.

- O que você pensa em lhes dar de presente, Harry? Não acho que você possa foder as vinte em uma só noite. - Black brincou nas minhas costas, meu único apoio naquele lugar repleto de cabeças raspadas. Estávamos em um território inimigo, na boca do lobo. E sozinhos.

Por enquanto.

- Será um presente muito melhor, já, já você verá. Elas saberão apreciá-lo. - Sorri. - Não tem nada mais vingativo que as prostitutas do Floy. - Estávamos próximos. Eu os ouvia. Essa praga de porcos que inundava o lugar me guiava facilmente até o "Chiqueiro real" ou o que fosse. O líder dessa gangue de porcos acreditava que era alguma coisa parecida com os novos nazis, que trariam a destruição eliminando todas aquelas pessoas que não fossem consideradas da raça ariana, quer dizer, matar os humanos no matadouro e deixar apenas os porcos vivos. Pessoalmente, eu não me importava nem um pouco com seus planos. Só o que me importava era que pra eles se tornarem os donos do mundo, eu estava na frente. E de muito mau humor, na verdade.

E ali estava o cabeça raspada real, rodeado com seus leitõezinhos que observavam a mim e a Black com olhos temerosos. Suicidas. O cabeça raspada se chamava... Como era mesmo o nome dele?

- Homem, Styles! Que surpresa agradável! O que o traz por aqui, Capitão?

Ah, sim. Ele se autodenominava de o Führer, mesmo eu preferindo chamá-lo de o Porquinho com ares de grandeza que sonhava com aprender a voar. Seria um belo título para um desenho da Disney.

O cara era feio, careca, enorme e tinha um cavanhaque que lembrava ao Mr. T do Esquadrão Classe A.

- Já sabe, assuntos de trabalho, Heil Hitler. - Fiz uma vaga imitação da saudação nazista que fez ele rir. Um de seus dentes tremeu em sua boca. Caminhei até ele e me sentei comodamente ao seu lado, no sofá. Black ficou em pé, em silêncio, ignorando os olhares de desprezo que os cabeças raspadas lhe dirigiam.

Já estava acostumado com isso. Ser judeu na Europa continuava a ser uma coisa difícil.

- Onde você estava metido esse tempo todo, Capitão? Começamos a sentir sua falta. - Falou, concentrando-se instantaneamente em mim. Eu nem sequer lhe olhei nos olhos. Seu hálito me enojava.

Muñeco 2 ❌ L.S ❌ [✔]Onde histórias criam vida. Descubra agora