Capítulo VII *Parte II

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(***AVISO***)
Esse capítulo é meio pesado e pode ser um gatilho pra certas pessoas então achei prudente avisar, contêm tentativa de suicídio e quase morte, pra quem não quiser ler essa parte vou marcar com ## até onde é seguro ler e depois mais dois ## pra voltar a ler.

...

-Merda, você é tão inútil que não consegue desligar um maldito telefone? Me dá aqui! - E fazendo um pequeno esforço pra arruinar a penetração, fazendo com que Zayn se remexesse, incomodo, tirei o celular da mão do meu velho, levando-o a orelha com raiva. - Quem é, caralho? - E de repente um grito agudo estralou na minha cabeça. Um grito quebrado, trêmulo e inseguro. Mas um grito que reconheci perfeitamente.

- Harry!

E... silêncio.

Bum, bum! Bum, bum! Bum, bum! Bum, bum...!

Essa coisa, esse órgão tão escuro, tão podre, coberto de teias de aranha no meu corpo, tão morto e tão enterrado, o qual eu tinha jurado que tinha perdido a anos e tinha acreditado recuperar a alguns meses atrás em Londres, ressuscitou com uma força tão grande que chegou a doer. Começou a bater com tanta força que inclusive pude notar como eu emergi a superfície, como sacudia as teias e o pó e como ele se remexia bruscamente, golpeando-me brutalmente.

- ... Boneco...? - Murmurei. Ouvi como ele se desmanchava em soluços quando essa palavra tão conhecida para ambos saia dos meus lábios. - Boneco... como...? Por que...? - Me separei de Zayn rapidamente até que nossos corpos deixassem de se tocar. Ele me olhou com a boca meio aberta, os lábios carnudos e brilhantes tentando murmurar alguma palavra que não saia. Sua expressão irradiava surpresa. Assim como a do meu pai. Entendi em seguida porque... de repente eu tinha me exaltado de uma maneira imprevisível e a minha voz intimidante havia sido reduzida a nada.

Afastei o celular do ouvido e tampei-o com uma mão.

- Saia. - Disse ao meu pai. Ele entrecerrou os olhos, sem compreender. - Saia daqui, fora do meu quarto, fora! Anda! - Agarrei a primeira cosa que encontrei a mão, meu próprio celular que estava desligado a quase três meses e o joguei na cara dele. Meu velho fechou a porta enquanto o celular caia no chão depois de bater na parede, fazendo-se em pedaços. Voltei a levar o celular no ouvido em seguida, sentando-me na cama e apoiando as costas contra a parede, com a respiração entrecortada e o coração batendo como um louco. - Boneco... - Seus soluços suaves continuavam soando de outro lado da linha. - O que houve? - Ele não me respondeu e imediatamente a primeira coisa que me veio a cabeça foi a cara daquele maldito bastardo obcecado pelo Louis. - Foi aquele vira-lata? Sparky? Foi ele? - Os soluços de Louis começaram a se transformar em fracas fungadas. - Eu o mato. - Meu olhar passou diretamente ao pequeno criado-mudo, o único móvel fora o guarda-roupas, no meu quarto. Agarrei as chaves do meu carro e sem nem se quer parar pra pensar, me levantei da cama.

- Harry? - Ouvi Zayn murmurar de um lado da cama.

- Vou matá-lo...

- Não... - Ouvi por fim a voz clara e suave de Louis, ainda chorosa, mas já não tinha soluços. Ele havia se acalmado. - Não foi ele.

- Quem então? Natalie? - Entrecerrei os olhos, apertando com força as chaves entre os meus dedos. Louis vacilou.

- Não. Não foi Natalie... eu simplesmente...

- Simplesmente? - Ouvi como ele fungava pelo nariz.

- Simplesmente estou ouvindo a sua voz.

- Minha voz? - Franzi o cenho, sem entender.

- É que... fazia tanto tempo que eu não te ouvia... eu... - E de novo, um soluço rápido escapou da sua boca. Me deixei cair outra vez sobre a cama, piscando.

Muñeco 2 ❌ L.S ❌ [✔]Where stories live. Discover now