II - Primeiro encontro

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Eu estava sentado na grama, olhando para a floresta e aproveitando da brisa suave e o cheiro de grama que sempre era forte ali, foi quando o vi pela primeira vez, correndo e farejando o ambiente até me achar, ele se aproximou aos poucos como um grande lobo marrom escuro, sua cabeça estava baixa e os olhos fixos em mim. Como se pudesse ver até a minha alma daquela forma.

Ele farejou mais perto e deitou no chão arrastando até que seu focinho tocasse minha perna como um pedido de carinho. Achei aquilo tão fofo, eu sabia que ele era um alfa, não só pela cor escura de seus pelos, mas também pelo seu cheiro forte que tomava conta do ambiente.

Foi assim que eu conheci Park Chanyeol, ele era apenas um garoto de dezessete anos, um lobo pequeno que queria se divertir e vinha todas as tardes ao meu encontro, tentando ter mais desse amor que certamente não tinha em casa.

Eu gostava de brincar com ele, mesmo que eu fosse um pouco mais velho, eu gostava de acariciar seu pelo liso e montar em si para que corremos pelo campo.

Demorou algumas tardes até que eu sentisse confiança o suficiente para me transformar também, para que pudéssemos brincar de verdade, como dois lobos, rolando pela grama e rosnando um para o outro.

De início ele estranhou muito a cor do meu pelo, estranhou meus olhos, mas logo seu focinho voltou a se esfregar em mim e soltar baixos resmungos à procura de carinho.

Nosso primeiro beijo, se assim posso dizer, foi assim, como os lobos que éramos, ele esfregou seu e focinho no meu pescoço e lambeu meu rosto quase que por completo, me fez cair no chão de barriga para cima e subiu sobre mim, voltando a esfregar seu focinho em mim e me lamber. Eu nunca tinha sentido aquele tipo de carinho, então estranhei muito de início, ele notou meu "desconforto" e correu para longe.

Demorou alguns dias para que ele voltasse a me encontrar, eu estava em um rio e então ele apareceu, mas antes de entrar na água ele tranformou-se em um homem, um homem alto e muito lindo.

Chanyeol sempre foi perfeito aos meus olhos.

Eu estava escondido dentro do rio, mas quando senti seu cheiro levantei-me de imediato, era como se um imã chamasse meu corpo de encontro ao seu.

Chanyeol estava no cio e seu cheiro era incrivelmente maravilhoso, nem parecia que um ano já havia se passado desde o nosso primeiro encontro, eu nem fui capaz de notar quão crescido ele estava.

Chanyeol me olhou como se me chamasse para mais perto, como se me quisesse ali, e eu fui, quase correndo ao seu encontro, tomei seus lábios em um beijo descontrolado e cheio de desejo.

Eu sabia o que era sexo, mas nunca tinha feito, até então eu só havia tido dois cios e os passei inteiramente como lobo, tive que  aguentar a dor, não havia o que fazer.

Mas Chanyeol tinha a mim, mesmo que não disséssemos nada, sabíamos que sim, sabíamos que ele poderia me procurar que eu o ajudaria. E foi o que ele fez.

Seu pênis estava duro e molhado, seu cheiro estava tão forte que chegava a me deixar arrepiado, seu corpo quente e seus gemidos involuntários me deixavam louco.

— Baekkie... Eu preciso de ajuda... - ele disse gemendo sôfrego e escondendo sua cabeça em meu pescoço, inspirando meu cheiro.

Transformei-me em lobo e o olhei correndo para além da mata até que tivesse novamente em minha cabana.

Ele se destranformou ainda no gramado, puxou meu corpo para si e me pegou no colo, apalpando minhas nádegas nuas, afinal, eu não nadava de roupa.

Ele caminhava a passos trôpegos em direção a cabana e me jogou na primeira parede, ainda beijando-me como se sua vida dependesse disso, seu pênis se acomodando entre minhas nádegas e fazendo-nos gemer de prazer.

Eu rebolava me esfregando em si e aproveitava de seus beijos o máximo que podia.

Na primeira vez é sempre assim, sempre queremos que seja perfeito, sempre queremos provar de tudo, sentir cada toque, amar da forma mais intensa que podemos antes que tudo seja mais uma rotina.

Finalmente chegamos ao colchão e ele penetrou dois dedos úmidos com seu pré-gozo na minha entrada, admito que doeu muito, mas eu não ligava para isso, eu queria sentir seu corpo conectado ao meu, era tudo que eu queria.

Quando ele achou suficiente, tirou seus dedos e substituiu por seu membro, o colocando praticamente em uma estocada, esquecendo que isso doía. Mordi seu ombro, sentindo as lágrimas escorrerem por minha bochecha, foi então que ele percebeu.

Chanyeol pareceu ter se assustado muito, ficou parado e deu diversos beijos em meu rosto.

Quando eu finalmente me acostumei, apenas assenti para que ele prosseguisse. Chanyeol me olhava nos olhos e estocava lentamente, suas mãos acariciavam minhas bochechas e nossos lábios se escostavam sem se beijar de fato.

Aquilo parecia tão... Mágico... Nossas mãos entrelassadas e aqueles gemidos baixos e suspirados, por que os bons momentos só ficam eternizados na nossa mente? Eu queria que tivesse um jeito de dar replay na parte boa ou apagar a parte ruim. É tão ridículo isso.

Suas estocadas foram ficando mais e mais intensas e eu só sabia gemer desesperado.

Eu nem sabia o que era gozar na época, eu só sabia que precisava mais e mais daquilo, que meu corpo pedia por isso, e não demorou para que o líquido branco sujasse nossos abdômens.

Chanyeol estocava ainda mais depressa, eu estava quase batendo com a cabeça na parede pelos movimentos que meu corpo faziam com sua força, até que ele se desfizesse em meu interior. Aquilo foi tão gostoso que eu não dei bola para as consequências dos nossos atos.

Eu era mais velho, eu deveria saber, deveria cuidar de nós dois, mas eu era tão bobo apaixonado que não pensei, só queria sentir, ter, fazer...

Ficamos deitados por longos minutos, eu acariciava seu peito e ele meus cabelos.

— Acho que fizemos algo errado, meus pais nunca me disseram nada sobre isso.

— Então não conte aos seus pais. - eu sabia bem ao que ele se referia... Eu era um homem.

— É errado se eu não contar também.

— Mas talvez se contar eles não deixem você me ver mais. Você quer parar de brincar comigo?

— Não, eu amo brincar com você.

— Então não conta, vamos deixar isso só entre nós, quando chegar em casa diz que se aliviou na mata por não conhecer nenhuma ômega que fizesse isso com você.

— Tudo bem. Mas e se descobrirem?

— Não vão. Não há nada que tenha deixado meu cheiro em você. Pode seguir tranquilo.

— Tudo bem. - ele beijou meus lábios mais uma vez e transformou-se em lobo, correndo de volta para casa.

Como eu era idiota. Esse foi o primeiro contato mais carinhoso que eu tive, essa foi a primeira vez que senti algo bom direcionado a mim, e tinha que ser ele? Uma criança comandada pelos pais?

E foi com isso que adquiri meu primeiro vício: cigarros.

Coração de VidroWhere stories live. Discover now