Sobre uma carruagem de gelo, Deméter tristemente chorava, os lobos brancos rondavam a sala do trono fazendo com que a festa literalmente chegasse ao fim. Dois gigantes de gelo entraram pelas portas do salão de diamante, eram musculosos e seus rostos não demonstravam nenhuma gentileza. Eles não eram amigos e sim inimigos perigosos e estavam prestes a fazer algo terrível. Perséfone ficara sem ação, próxima de Ares ela permaneceu em seu lugar, absolutamente intacta e choacada vendo sua mãe presa aos prantos. A capa cinzenta escondia alguém, e a deusa da primavera sabia que não seria boa coisa, mas porque. O que teria acontecido para tamanho perigo?
Os demais deuses se reuniram na sala e prestavam total atenção na figura tenebrosa a sua frente. O gelo percorria pelo chão onde a carruagem estacionava, assim que pararam uma mulher se revelou por debaixo do capus. Seus olhos brancos como o gelo que produzia, transpassavam fúria e ódio, ela estava muito aborrecida com algo. Com certeza era uma deusa, possuía características típicas de uma divindade, pois a força irradiava tão firme e violenta quando o próprio deus da guerra. Seus cabelos claros faiscavam, ela produzia uma essência única, haviam copos de leite dependurados em suas vestes, algum afinco com a natureza ela tinha que possuir.
_____Então vocês são os Olimpianos? ____ela soltou a pergunta, sua voz inundou o lugar e Perséfone sentiu uma pontada de rancor vindo da deusa. ____Achei que fossem melhores do que isso, pelo visto assim como ela, todos pensam apenas em si mesmos.
Deméter tentou sussurar alguma coisa, mas a deusa da primavera não conseguira decifrar o que poderia ser. Mas nada soou de sua boca, pois aquela estranha divindade direcionou um olhar cortante a mesma, abduzindo qualquer espaço de questionamento que a deusa da agricultura poderia ter. E fora ali que Perséfone sabia quem estava a sua frente, como ela poderia se esquecer. Porém, não havia muito o que se fazer ainda, a deusa não tinha certeza do que sua irmã pretendia.
____Quem é você? ____Zeus tomou a inciativa, sua preocupação era nítida, ainda mais vendo Deméter aos prantos. ____Quem lhe deu o direito de entrar em meu reino. Você não é bem vinda.
A deusa ria astuciosamente perante os olimpianos e encarou o rei dos deuses da forma mais desafiadora. Apontou para o trono ao seu lado e disse:
____Aquele, sentado ao seu lado diz ser o meu pai. ____ela ainda sorria, mas agora fingindo ternura. ____E eu fiquei muito chateda em não ter recebido convite. Durante todo esse tempo. Você é um péssimo pai, Poseidon.
O deus dos mares não escondeu sua surpresa, mas também não ousou protestar, ele não sabia que Perséfone tinha o conhecimento dos atos dele. No entanto, a deusa da primavera sabia que Despina não estava errada, mas não era motivo de prender sua mãe.
____Espero que não se importem, mas o inverno voltou. E eu pretendo deixar as coisas dessa forma por muito tempo. ____ela sorria mais amargamente. ____Irei destruir tudo o que você, deusa da agricultura, faz nascer e produzir. Eu abomino a natureza e sua adoração pela filha desaparecida. Acho que vocês nunca ouviram falar de mim, não é mesmo?
Assim como Atena, outros deuses negaram com a cabeça, sentiam-se envergonhados, mas nem mesmo Perséfone tinha direito de pisar no Olimpo antigamente. Antes de virar rainha no reino dos mortos. Então Perséfone teve uma ideia, mas precisaria ter coragem, já que sua irmã havia destruído tudo o que voltara a dar vida. Se fosse o caso a deusa da primavera depositaria todas as suas fontes de poder para impedir Despina.
____Eu sei quem você é. ____Perséfone percorreu o salão e permaneceu em seu centro. ____Despina, minha irmã mais nova.
Despina cravou seus olhos na irmã, por alguns instantes apenas percorreu seus olhos a analisando. Em seguida, ela tentou falar, mas fora interrompida por Perséfone.
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O Rapto de Perséfone
FanfictionTalvez a luz e as trevas sempre combinaram, talvez eles sempre precisaram um do outro. Nem todo o amor surge por querer, ele apenas surge por que precisa surgir, porque quer surgir. Porque talvez esse seja o destino. E assim será. Neste conto mit...