Capítulo Onze

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                          Eve





Duas horas depois do avião pousar em solo americano, Nickolas ainda estava irritado e isso me fazia ter vontade de dar um belo soco em sua cara emburrada. Ele não trocou nenhuma palavra comigo desde que deixamos Londres para trás e pegamos o último voo disponível de volta para Nova Iorque.

Ele estava em seu limite.

Assim que pegamos um táxi, que nos levou direto para o seu apartamento, eu resolvi protestar e ele enfim me dirigiu a palavra.

- Não quero ficar aqui! - falei puxando minha mala da sua mão e jogando de volta dentro do táxi.

- E vai ficar onde? - bufou, se inclinando dentro do carro e pegando elas de volta.

- Vou ficar com a Kate. Moço, pode me deixar no Brooklyn? - perguntei ao taxista, que nos encarava envergonhado.

- Para já com isso, Eve! Não tô afim de brincadeira. - ele falou entredentes, pegando as malas da minha mão e me puxando de dentro do carro.

- Eu não quero ficar aqui! - tentei me soltar do seu aperto e ele me chacoalhou irritado.

- Você vai entrar nessa droga de prédio e vai ficar quieta! Eu não quero mais problemas por hoje. - ele estava bem perto.

O encarei enfurecida e o empurrei, pegando minha mala de volta e entrando na porcaria do prédio, com ele pisando duro atrás de mim.

Babaca. Mil vezes babaca!

Quando ele acendeu as luzes da enorme sala, lembranças do que fizemos ali passou como um flashback na minha cabeça. Bufei, irritada por não ter conseguido bloquear essas lembranças nem um pouco bem-vindas.
Observei ele soltar as chaves no aparador e ir até o telefone, o ligando na tomada, em seguida me olhou.

- Você pode ir pro seu quarto? Preciso resolver umas coisas.

- Você não me disse onde fica, disse? - devolvi sarcástica e ele me fuzilou com o olhar.

- O segundo à esquerda, querida. - murmurou, apontando a escada e fazendo o "querida" soar mais como uma ofensa do que uma palavra carinhosa. - Bem em frente àquele que você dormiu naquela noite comigo, lembra? - provocou.

Sai pisando duro e arrastando minha mala pelo chão. Abri a porta e encontrei um quarto tão enorme quanto a sala e senti vontade de me afundar no colchão macio à minha frente e esquecer que minha vida iria virar um inferno maior ainda daqui pra frente.

Era impossível conviver com o Nickolas.

E que droga deu nele para ficar tão irritado à ponto de brigar feio com o irmão que ele mais gostava?
Não poderia ser nada haver comigo porque ele não me suportava. E brigar por mim seria a última coisa que ele faria.

Suspirei me jogando na cama macia. Fechei os olhos lembrando do meu quase beijo no Mattew.

Eu ia sentir falta dele...

Será mesmo que tô me apaixonando por ele?

Gemi, sentindo o bebê cutucar minhas costelas.
Seis meses, e ela já estava grande o suficiente para qualquer um notar que eu não andava sozinha.
Sorri, pousando minha mão sobre a lateral onde senti ela mexer.
Eu ainda tinha muito medo de enfrentar uma responsabilidade tão grande mas, eu já não conseguia me arrepender por isso.
Era meu pedaço. Mesmo que não tivesse sido planejada, ela já era muito amada e logo estaria aqui, do meu lado, me fazendo companhia.

Uma batida na porta me fez saltar e eu encarei Nickolas parado lá. Ele parecia menos aborrecido.

- Acabei de pedir pizza. Não quer comer? - ele parecia estar fazendo o maior esforço do mundo para me falar isso tão gentilmente.

Intocável (COMPLETA NA AMAZON)Où les histoires vivent. Découvrez maintenant