Vinte e Sete

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Me mostre o que há de pior em você

Como eu estou? — Ian perguntou invadindo meu quarto.

Ele deu uma voltinha e eu ri.

Seus cabelos estavam penteados, o terno devidamente ajustado em seu corpo e um belo sorriso pendia em seus lábios.

—Apresentável. —disse com um sorriso, enquanto terminava de calçar meu sapato.

Ele sorriu, sabendo que aquele era o máximo que conseguiria de mim.

—Mas tem uma coisa que vai te deixar muito gato.—falei e ele arqueou uma sobrancelha.

—Eu já sou muito gato. —disse fingindo estar ofendido.

Revirei os olhos e caminhei até ele sentindo vez ou outra, meu pé vacilar em cima dos saltos.

Mais rápido do que imaginei eu parei a sua frente, podendo finalmente sentir seu maravilhoso perfume.

—Quanto tempo você levou para deixar seu cabelo assim?—perguntei em meio a um sorriso.

—Duas horas.— disse orgulhoso.

Ergui minha mão e passei meus dedos levemente por seu rosto. Traçando o contorno de seu maxilar.

Sorri ao notar seus olhos fechados e então ergui minha mão para seus fios loiros, bagunçando-os.

—Melhor assim. — disse com um sorriso.

—Você fez em alguns segundos, tudo o que eu queria ter feito nessas duas horas, mas eu não acho que seja o melhor aparecer assim. —ele disse, se analisando no espelho que ficava na parede oposta.

Eu sorri e toquei sua bochecha.

—Só seja você, Ian. Aquelas pessoas vão te olhar de cima apenas pelo fato de estar comigo. E se for para suportar essa noite, que seja com você. —disse e dei um passo para trás. —Você vale mais que todos eles juntos.

Preparei-me para dar outro passo para trás, mas a mão gelada de Ian me impediu.

—Alice...— ele sussurrou. —Eu quero fazer isso desde que entrei nesse quarto, se não muito antes.—disse me puxando para perto. —Tenho uma grande chance de enlouquecer, caso não faça.

—Não queremos que você enlouqueça. —disse baixo.

—Não, mas...— começou, porém, foi calado pelo meus lábios.

Eu não podia esperar. Precisava daquilo de uma forma completamente estranha e perturbadora. Precisava de Ian e mais ainda de estar colada a ele.

Quando nossos lábios se colaram eu senti, pela primeira vez em um bom tempo, algo parecido com paz.

Ian causava coisas estranhas em mim. Era como se eu fosse vomitar de ansiedade toda vez que seus olhos se colocavam sobre mim, e isso, de certa forma, me preocupava. Mas eu não queria saber o que significava. Não hoje e muito menos tendo suas mãos tão em mim.

—Vamos nos atrasar. —ele sussurrou desgrudando nossos lábios com dificuldade.

—Não vai querer chegar na hora. A comida é péssima e as pessoas são chatas. —disse com meus lábios roçando nos seus.

—Ainda da tempo de fugir? — perguntou e eu sorri.

—Eu não posso fugir, mas posso te ajudar, caso queira.—respondi sincera.

Ian sorriu confiante e juntou nossos dedos.

—A ideia era fugir com a minha namorada de mentira, mas como não é possível, vamos enfrentar essa festa de merda juntos.—disse e saiu me puxando.

Vermelho é a cor da confusão! Where stories live. Discover now