Capítulo 5

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Dei uma última olhadinha no espelho da sala e subi um pouco mais a calça de cintura alta. A gente quer inventar de usar cropped mas tem que ter o senso de comprar o cropped do nosso tamanho, a Lyra não tem esse senso então a Lyra comprou um M, apesar de usar G.

- Tá aparecendo o capô de fusca - Lana disse, apontando pra minha xana.

Mostrei a língua para ela. Tá louco, essa menina só reclama. Nesse momento, minha mãe aparece do nada na sala. E como ela não sabe que eu vou sair, eu estou um pouco fodida.

Olha, eu já tenho 18 anos, porém, quem paga as contas é minha mãe, e ela é um pouco... controladora com a questão de sair de casa. Porém, eu pensei o seguinte: como a casa está lotada, ela nem iria perceber que eu sumi por algumas horinhas.

- Está arrumada por que?

- Porque eu acordei hoje querendo ficar linda. Não posso?

- Pode ué. Menina doida.

E aí teve aquele momento em que você olha para uma pessoa que já está te olhando e essa pessoa faz uma cara de "haha você está fodida"...

- Ela vai sair - Lana disse.

- Não vou não! - disse, ofendida.

- Vai sim! Com o menino gato da casa no fim da rua!

- Mãe, sua filha está um pouco louca eu acho... - ri de nervoso, enquanto beliscava incessantemente o braço de Lana.

E então eu fui trancada no sótão. Pois minha mãe conversou sobre a possível existência menino da casa do fim da rua com a minha tia, que confirmou. "Ah, o Chris" ela disse, "Ele vivia aqui dando uns beijinhos na Lyra".

"Tá pronta?" - Chris mandou.

"Me encontra na esquina da sua casa em 5 minutos"

Abraço pra você, mãe. Abraço para você, Lana. Muitos beijos pra você, Chris.

No sótão tem uma janela grande, que dá a visão da rua toda. Porém, ela sempre ficou ali, fechadinha, e parece que ninguém nunca havia tido a ideia de abri-la, porque quando eu fui tentar, a coitada tava num range-range que só. Comecei a dar chutes, pois meu sapato tem uma plataforma que é prima do tijolo, e eu achei que ela daria conta do serviço. ABRIU! Olhei para baixo e percebi que era muito alto, porém vamos lá.

Perna direita, perna esquerda, e agora? Não tem onde me apoiar... Pensa, pensa. Bom, acho que dá pra apoiar o pé aqui no parapeito da janela do segundo andar; depois é só dar um jeito de me jogar até o pequeno teto decorativo que fica em cima da outra janela da sala... Cara, quanta janela! Nunca tinha reparado nisso.

Enquanto eu colocava meu plano infalível em prática, Chis morria de rir no final da rua, ao mesmo tempo que me olhava atenciosamente, para o caso de eu cair. Quando terminei de descer, vi Lana sentada no sofá da sala, jogando as bolinhas de sua camiseta na cabeça de David Porra, que se agarrava com aquela mosca morta no sofá. Dei uma batidinha na janela, o que fez apenas Lana olhar. Ela arregalou os olhos e eu mandei um tchauzinho, começando a saltitar em seguida.

- Olá, Chris.

- Você é muito louca.

- E então? Quais os planos para hoje?

- Nós podemos apenas comprar um pote de sorvete e ir pra casa fazer um sundae enorme e sentar com a Luna conversar e depois se pegar muito no meu quarto?

2 SemanasWhere stories live. Discover now