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No dia seguinte eu acordei um pouco assustada, me sentei na cama rapidamente com um possível pesadelo, mas eu não me lembrava de nada, a única coisa que eu me lembrava era de ter dormido e não sonhado com nada, também de Julian ter vindo ao meu quarto de madrugada.

Olhei para o lado e ele estava lá, ainda dormindo. Senti uma sensação de alívio ao saber que não havia sido frutos da minha imaginação, ele realmente estava ali. Corri para olhar no celular que horas eram, cinco da manhã, daqui a pouco eu teria que me arrumar para ir a escola e minha avó iria acordar, Julian tinha que ir. Com o coração apertado balancei ele de leve, na mesma hora ele abriu os olhos, parecia um pouco assustado.

"Shh... Sou eu..." Sussurrei pra ele.

"Já é de manhã?" Perguntou ele baixinho passando as mãos no rosto.

"Sim, cinco da manhã, minha avó levanta a seis para caminhar e volta seis e vinte para me acordar." Falei baixinho. "Dormiu bem?" Perguntei ansiosa pela resposta.

"Eu nunca dormi tão bem em toda a minha vida. Obrigado." Disse ele se levantando e vestindo o colete juntamente com o terno em seguida. Meus olhos arderam levemente com lágrimas de emoção, meu coração igual manteiga entrava em ação, mas segurei.

"Sempre que eu puder ajudar, estarei aqui." Respondi lhe dando um sorriso. Algo dentro de mim queimava, era um frio na barriga, o coração parecia que iria sair pela boca e minha voz querendo falhar ao falar qualquer palavra com ele.

Ele puxou-me pela mão com cuidado e levou meu corpo para bem próximo ao seu, novamente o calor subiu dentro do meu corpo, minha respiração ficou pesada e meu rosto quente. Bem de frente para ele, se encontrava o meu corpo imóvel. Meu rosto batia em seu peito, com uma de suas mãos ele levantou o meu rosto para olha-lo nos olhos, com a outra mão ele passeou os dedos no meu braço e logo em seguida no meu cabelo, puxando uma mecha e inalando o cheiro com os olhos fechados.

"Perfeita." Disse passeando o olhar por todo o meu corpo. "Linda, doce..." Falou baixinho enquanto encostava os lábios na minha testa, eu estremeci e soltei um suspiro que tentava segurar. "Você é um ser humano ou um anjo?" Sussurrou para si mesmo. "Não posso estragar você, não posso ficar me aproximando assim, você é boa, é luz... Muito obrigado por tudo, estou indo embora. Não ousarei te incomodar mais." A cada palavra era um choque a mais em seu ser.

Com aquelas palavras meu coração doeu, não havia motivos para doer e eu sentir o que senti quando ele se despediu de mim, mas eu não queria que ele fosse, não queria que ele tirasse as mãos de mim, queria ouvir mais de sua voz, queria sentir que ele iria me procurar de novo. Me sentindo estranhamente abandonada eu não consegui evitar.

"Não vai voltar mais?" Perguntei com a voz falhada e coração disparado.

"Você quer que eu volte, Eloíse?" Perguntou dando-me um sorriso de lado.

"Sim Julian, eu quero." Respondi e fechei meus olhos quando ele tocou o meu rosto. Seu toque me aqueceu.

"Eu não posso." Sussurrou. "Perdoe-me." Disse e se afastou de mim. "Até." Falou e saiu pela janela, pelo mesmo lugar onde entrou.

"Adeus, Julian..." Sussurrei para ele que já não estava mais lá. Senti um estranho vazio e uma tristeza que eu não podia controlar em sentir.

Talvez eu tenha ficado alguns minutos ali parada, com meus pés grudados ao chão, onde Julian tinha passado as mãos em mim e me dito aquelas palavras que me confundiram. Conseguindo respirar normalmente de novo, eu caminhei até a janela e não tinha mais rastros dele, nem ele e nem seu carro estavam mais lá.

Na janela do meu quarto, tinha uma pequena sacada, ao lado era o quarto da minha avó que também continha uma sacada, no meio das duas havia uma escada coberta por folhas, eu supunha que Julian tivesse subido por lá.

Julian, Sempre Fui Sua. (Concluído)Where stories live. Discover now