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Leiam com calma ❤️ boa leitura ❤️

Estávamos ali, sentados naquele sofá em silêncio por alguns segundos antes dele começar a falar. Naquele momento eu já não sabia se queria realmente saber de tudo, se aquilo por um acaso pudesse nos afastar. Mas era importante saber, eu precisava ouvi-lo e ele também precisava falar. Julian deu um longo suspiro e começou:

"Você já ouviu falar em casamentos arranjados?" Perguntou-me e eu assenti. "Foi como tudo começou, era duas famílias, os Vicenzo e os Roman's. Me ouça atentamente, agora vou contar-lhe uma história."

"Estou ouvindo..." Respondi baixinho e lhe dei um olhar firme, ele tinha que saber que eu estava disposta a ouvi-lo.

"No dia dezenove de fevereiro de 1980 em Billericay, Reino Unido, nascia dois bebês, um menino na família Vicenzo e uma menina na família Roman. Esse menino era eu e a menina era Brenda Roman. Nossos pais em um acordo de anos antes de nascermos ortogou um casamento para nós dois. Como éramos totalmente manipulados por eles, completamos dezoito anos e nos casamos em uma cerimônia imensa e desnecessária. No início, Brenda se mostrou muito meiga e delicada, mas também muito estranha, ela nunca quis que eu a tocasse, nosso casamento foi apenas de fachada. Dois meses depois ela apareceu grávida, obviamente a criança não era minha. Ela foi uma esposa infiel, e eu também não era flor que se cheire, se é que você me entende." Falou e deu uma pausa.

"Não quero detalhes de suas aventuras de adolescente." Brinquei, mas a realidade era que senti uma ponta de ciúme. "Continue." Falei ansiosa.

"Brenda não queria continuar casada comigo, ela queria se divorciar e casar-se com o 'amante', Antônio Barriere." Quase engasguei com minha própria saliva. Barriere?

"Barriere?" Perguntei com os olhos arregalados.

"Sim. Sobrenome do seu querido amigo, estou sabendo disso. Mas não posso afirmar que ele e a família tenha algo a ver." Disse. "Ainda."

"Julian..."

"Deixe-me terminar." Disse ele e continuou. "Os pais de Brenda não aceitaram muito bem a idéia do divórcio, eu não estava dando a mínima, até por quê eu não queria também ficar casado com ela. Nossos pais nos enrolaram nisso até os bebês dela nascerem. Eram gêmeos, dois meninos. Eu fiquei ao lado dela o tempo todo fazendo meu papel de marido e ser humano também. Os problemas mais graves começaram quando meninas começaram a aparecer mortas perto de nossa casa, em uma floresta vizinha. Todos ficamos muito preocupados e tomamos medidas protetivas para nossas famílias. Certo dia, numa noite em que havia saído para beber, cheguei em casa e Brenda estava na cama com o amante. Eu fiquei em silêncio e não disse nada, quando eles terminaram o que estavam fazendo, Antônio saiu do quarto e me encontrou na sala com um dos bebês de Brenda no colo, a criança chorava sem parar, então tive que pega-lo e acalma-lo. Quando Antônio me viu, ele se enfureceu e mandou eu soltar o bebê, vindo para cima de mim querendo brigar." Ele deu uma pausa como se estivesse lembrando da cena.

"Está tudo bem pra mim se você quiser dar uma pausa." Falei e segurei forte em sua mão.

"Eu consigo continuar." Engoliu em seco e prosseguiu. "Naquela noite eu estava muito bêbado, então coloquei o menino nos braços de Brenda e parti para cima daquele desgraçado. Eu não tinha nada contra ele, meu problema não era ele ser o amante da mulher que de título era minha esposa, o grande problema foi ele ter me provocado enquanto eu estava bêbado e sem noção do que estava fazendo. Parti para cima dele e o deixei quase desfigurado de tanta porrada. A única coisa que me fez parar, foi Brenda me dando uma tijolada na cabeça, eu não desmaiei mas parei. Depois daquele dia, Brenda tomou ódio de mim e Antônio sempre ameaçava se vingar. Mas continuei levando minha vida, eu não me importava com nada mais."

Julian, Sempre Fui Sua. (Concluído)Where stories live. Discover now