Capítulo 33

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Nardelli

Eu saquei a arma que ficava escondida no encosto do banco da frente, dei algumas ordens rápidas para meus homens e liguei para Matheus.

Matheus não atendeu e eu sabia o motivo, pois se eu estava sendo atacado, ele também estaria e um medo imenso tomou conta de mim quando pensei em Clarice, mesmo não tendo motivo aparente para ela ser atacada.

Mandei meus homens seguirem para fora da cidade, mais precisamente para os lados da chácara do Chinês, pois lá seria um ponto de fuga, à medida que a chácara era bem segura.

Liguei para Clarice, mas ela não atendeu e o desespero tomou conta ainda mais de mim, então tomei uma decisão que iria contra todos os meus princípios.

Liguei para o Salgado.

- Fala, Nardelli! – Ele falou impaciente assim que atendeu.

- Salgado, eu estou sendo atacado – gritei.

- Como assim atacado? – Ele me perguntou nervoso.

- Não interessa agora – gritei – Clarice não está atendendo o celular, estou com medo que ela esteja em perigo.

- Eu vou pra lá agora – ele falou e desligou.

A perseguição prosseguiu, sendo que os pneus haviam sido atingidos e durariam cerca de meia hora apenas, pois o tratamento que eles receberam possibilitava o uso durante esse tempo, depois o gel sairia e o carro fatalmente pararia.

- Pega a pista principal, Carlos! – Gritei assim que vi que chegávamos a rodovia.

A perseguição ainda continuava, dois carros estavam em nosso encalço e eu que nunca senti medo, desta vez senti.

O medo não era por mim, pois eu sabia que a vida que eu havia escolhido fatalmente poderia me levar a uma situação como essa, mas o medo de não ver mais Clarice e de não poder ver nosso filho nascer e crescer.

Eu não queria que nosso filho crescesse sem pai assim como eu, pois eu sabia a falta que um pai faz na vida da gente, pois eu tinha um pai, mas passei muito pouco tempo da minha vida com ele.

Meu celular tocou, era um número privado e fiquei na dúvida sobre atender ou não, contudo resolvi atender:

- Nardelli – uma voz metálica soou do outro lado da linha – quero saber onde estão as minhas armas.

- Que armas? – gritei.

- Você sabe, não se faça de idiota – a voz ameaçou – você tem 24 horas pra entregar as armas ou Madame Fontes vai ter sérios problemas.

Eu ia retrucar, mas a ligação foi interrompida e na mesma hora a perseguição parou, contudo mandei que meus homens seguissem em frente até a chácara do Chinês.

Liguei para Clarice várias vezes, mas nada, chamava até cair a ligação.

Chegamos a chácara do Chinês e imediatamente os portões foram abertos, sendo que o local estava meio caótico.

Desci e o Chinês veio correndo gritando:

- Fomos atacados, Nardelli! Você sabe o que foi tudo isso?

Havia vários homens feridos, a situação era meio caótica e nada daquilo fazia muito sentido pra mim e acho que pra ninguém.

- Não faço ideia, Chinês! – Falei dando uma olhada na lataria do meu carro – Também fui pego de surpresa.

- Foi um aviso – ele falou pensativo – só não sabemos sobre o quê.

- Tem a ver com armas, Chinês! – Falei ligando para Matheus.

Paixão & Sedução (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now