Capítulo 8

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POV JC

- Mãe, ela está grávida! A senhora desconfiava?

- Não, sem sabia que tinha namorado ou algo parecido. Seu pai vai enlouquecer quando descobrir.

- Larissa, será seu irmão o pai da criança?

- Pode ser, pelo tempo de gestação, eles já se conheciam.

- Vamos esperar ela se recuperar um pouco antes de contarmos, se é que ainda não sabe – minha mãe decide, e sei que está dividida entre a alegria pelo neto e a preocupação pelo futuro da filha.

- Tudo bem, mãe. E o pai, quando vai contar para ele?

- Olhe, ele já está chegando. Vou contar agora mesmo – vejo sua determinação, mas também o medo da reação de meu pai.

- Amarildo querido, o médico conversou conosco novamente.

- O que ele disse? Aconteceu algo com a Joana?

- Ele contou que ela está esperando um bebê, mas que ambos estão bem.

- Grávida? Mas ela é solteira, nem namorado tem. Deve havê algum erro, não pode sê. – meu pai começa a se exaltar e minha mãe tenta acalmá-lo.

- Somente quando ela acordar poderá nos dizer o que se passa, mas precisa se acalmar. A menina quase morreu hoje.

- Onde está aquele desgraçado que, além de quase matá minha menina, ainda fez filho nela?

- Calma, meu pai. Não sabemos se o Leandro é o pai da criança. Ela poderia estar apenas de carona, sei lá – me preocupo de a Larissa se ofender com o modo de falar de meu pai, mas ela faz um gesto demonstrando que entende.

- Pode ser que sim, pode ser que não. Mas vou escarafunchar esta história e descobri o que aconteceu. E se esse galego é um aproveitadô, ele vai se vê cumigo.

- Vamos para casa, papai. Não está em condições de ficar aqui. Já falou com a polícia ou quer que eu vá.

- Manoel já foi resolvê. Acho melhó eu ir embora mesmo. Volto amanhã cedo.

- Vai dar tudo certo, Amarildo. Passarei a noite aqui.

Meu pai sai na frente e me despeço rapidamente da Larissa e corro atrás dele. Insisto para que deixe o carro no estacionamento do hospital e vá comigo. Ele está tão nervoso que acho melhor não dirigir. Vai todo o percurso xingando ora o pai do bebê, ora Joana, ora minha mãe por não educar direito a menina. Não falo nada, deixo que desabafe, apesar de não concordar com tudo o que diz.

Estão todos deitados quando chegamos, mas vovó se levanta para nos receber. Meu pai vai para o quarto e fico com ela na cozinha.

- Me diga, o que foi agora?

- Descobrimos que a Joana está esperando um bebê e papai está furioso porque ela não apresentou ninguém para nós e agora está grávida e não sabemos de quem.

- Ah menina... Bem que eu estava preocupada com ela.

- Uma pena que ela não confiou em nós para contar que estava com alguém. Assim o choque não seria tão grande, mas nem imaginávamos.

Vou me deitar, mas o sono custa a vir. Claro que ficamos felizes pelo bebê, só que dá medo. Não queremos que ela sofra mais do que já sofreu. E se o rapaz não assumir? Nós cuidaremos, não faltará nada de material, mas a criança precisa do pai. Penso em Pedro e em como ele ficará com a notícia.

Meu pai acorda mais calmo e vai com Manoel para o hospital. Ele ficará lá enquanto meu irmão trás minha mãe para descansar um pouco. Os meninos pequenos estão assustados, mas converso com eles e se acalmam, porém resolvo ficar com eles para distraí-los. Inês assume os cuidados com a casa e minha avó ajuda.

Sonhos e preconceitos - Livro 1 da Série SonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora