I'm with you

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Abri meus olhos com dificuldade assim que escutei o barulho irritante do meu celular tocando insistentemente. A única luz naquele quarto era do visor do meu aparelho em cima do criado-mudo.

– Que merda – resmunguei, enquanto tateava o móvel em busca de meu celular.

Assim que peguei o aparelho, fechei os olhos por alguns segundos, tentando me acostumar com a luz forte que vinha do mesmo. Ainda com os olhos semicerrados vi o nome de minha madrasta no visor, assim como as horas: 3:37.

Por que raios ela estava me ligando às 3 da manhã de uma segunda-feira?

– Alô – respondi com uma voz rouca assim que atendi o telefone.

– Madison, desculpa ter te acordado, mas, posso falar com a sua mãe? – a mulher parecia meio desesperada do outro lado da linha, o que fez com que eu me sentasse na cama rapidamente – Tentei ligar pra ela, mas o telefone nem chama...

– Ela deve ter esquecido de carregar o celular – Expliquei calma, ainda meio zonsa – Aconteceu alguma coisa? – algo em meu peito me deixava alerta, como se algo ruim tivesse acontecido.

A mulher ficou muda do outro lado, o que só fez com que meu coração se apertasse mais e começasse a acelerar.

– Alma? – chamei com um certo medo em minha voz.

Querida....O seu pai... – ela fez uma grande pausa, o que me deixou mais aflita.

– O que tem ele? – perguntei rapidamente, já sentindo meu corpo todo transpirar e meus olhos arderem.

Levantei da cama em um pulo e passei a mão pela parede, em busca do interruptor. Assim que o achei, acendi a luz e me encostei na porta.

Ele teve um AVC... – Alma explicou com certa cautela.

– O que? – alterei meu tom de voz, totalmente chocada com a noticia.

Como assim ele tinha tido um AVC? Tudo bem que meu pai não era a pessoa mais saudável do mundo, mas...

Comecei a andar em círculos no quarto, enquanto mantinha uma de minhas mãos entre meus fios de cabelo, quase os puxando de tanto nervoso.

Ele está na UTI agora....

– Mas ele vai ficar bem não é? – perguntei já sentindo as lagrimas escorrendo pelo meu rosto.

E-eu...Eu não sei querida – Alma disse com a voz embargada, fazendo com que um nó se instalasse em minha garganta.

– Me manda o nome do hospital por sms, estamos indo aí ­­– pedi tantando parecer calma e desliguei o telefone.

Foi nesse exato momento que eu me senti sem chão.

Meu coração doía, como nunca tinha doído antes. Eu me sentia tão angustiada, desesperada e triste por saber que não podia fazer nada para mudar essa situação.

Como podia? No fim de semana passado ele estava tão bem rindo e zoando com tudo e agora, do nada, ele estava internado? Eu me recusava a aceitar isso.

Desabei no chão – literalmente – sentindo apenas o impacto do meu joelho contra o piso. Senti as lágrimas rolarem sem parar por todo meu rosto e meu nariz entupindo, me obrigando a respirar pela boca, enquanto eu apertava o celular com força entre a palma da minha mão. Abaixei a cabeça, ouvindo os soluços altos que vinham de minha garganta e observei minhas lagrimas pingando no carpete.

Eu não podia perdê-lo, me recusava a sequer cogitar essa possibilidade...

– Madison? O que aconteceu? – escutei a voz sonolenta de Stella e desviei meu olhar para a porta, agora aberta.

Meet me on the roof  || ARREAGAOnde histórias criam vida. Descubra agora