A semana passou tranquilamente, Kaleb ainda me ignorava, Dominic havia torturado alguns "turistas" italianos suspeitos mas nenhum realmente chegou a representar uma grande ameaça. Esse era o problema da máfia italiana, eles não enviariam qualquer um, eles enviariam o melhor do ramo.
Era assim que agiam, primeiramente, tentariam ser discretos como de costume, o que geralmente funcionava em capos com poderes limitados. Mas eu estava longe de ser alguém "limitada", dos mais poderosos até mesmo aqueles considerados esquecidos, eu tinha todo tipo de gente no meu bolso. O que faria com que os italianos recorressem a uma outra opção mais sutil, New York certamente viraria um caos.Alguns acreditam que dinheiro e poder são duas coisas diferentes, porém, por experienciará própria eu digo que são o mesmo. Dinheiro compra influência, influência é sinônimo de poder, enquanto o dinheiro fluir, eu ainda serei mais do que relevante nessa cidade.
(...)
Eu apreciava minha xícara de café quando um dos meus subordinados me pediu atenção, ele desculpou-se por interromper meu café e finalmente me entregou o envelope amarelo, pousei a xícara no balcão da cozinha e abri o envelope, soltei uma risada nasalada ao perceber o que as fotos indicavam. Antes que meu subordinado deixasse o cômodo pedi para que chamassem Kaleb, depois de algum tempo, quando minha xícara já estava quase vazia meu irmão resolveu aparecer.
— Porque mandou me chamarem? — Questionou sentando-se num dos bancos do balcão, era domingo e os empregados estavam de folga.
Espalhei as fotos na bancada.
— Nosso tio não parece muito feliz em ver Lorenzo! — Comentei.
— Ele se recusou a apertar a mão dele... — Disse analisando as fotos — Quem enviou isso?
— Alguém que me devia um favor, mas eu só podia usar uma vez então já era, porém, Nádia acabou me informando que o pai abrigou nosso irmão na casa dela. Que ele pretendia ir para solo italiano nunca foi novidade, eu só não esperava que justamente o pai de Nádia fosse ajuda-lo, quer dizer, os cinco anos que ele esteve la, ele nunca foi tão próximo de Nadia ou Giovanni.Após concluir, notei pela primeira vez em tempos que Kaleb já não me olhava atravessado como de costume, talvez agora ele finalmente estivesse entendendo que essas desavenças são em vão.
Retirei meu telefone celular do bolso e disquei o número, coloquei em cima da bancada e no viva-voz.
— Pensei que nunca mais receberia uma ligação sua Victória... — A voz tranquila atendeu do outro lado da linha, mas seu desprezo ficou bem obvio ao falar meu nome.
Kaleb me olhava confuso.
— Ainda com raiva de mim Caim? — Repliquei, era um codinome do caralho, quer dizer, o primeiro assassino do mundo.
— Você sabe, eu esqueço rápido velhos ressentimentos quando há muito dinheiro em jogo.
— Perfeito, preciso que faça o que sabe fazer de melhor.
— Nome? — Questionou obstinado.
— Lorenzo, Lorenzo Santori!Ele ficou em silêncio por alguns segundos.
— Seu irmão?
— Não se prenda a detalhes. — Recomendei — Acontece que no momento ele esta intocável então eu preciso terceirizar o serviço.
— Solo italiano?
— Velhas regras da mafia italiana, se você me entende.
— Morto ou vivo?
— 6 milhões morto, porém, eu triplico o valor se me trouxerem vivo.
— Ótimo, foi bom falar com você mafiosa.
— Igualmente!Desliguei a ligação e Kaleb continuou me encarando.
— Desde quando conheçe Caim?
— Quem você acha que o apresentou para Gonçalo?!Ele bufou e cruzou os braços olhando para o lado.
— Eu quero ele vivo Victória.
— Pense bem, morto ele vale muito, vivo ele vale três vezes mais... Assassinos são ambiciosos Kaleb, isso nos garantirá um Lorenzo vivo! — Raciocinei e o deixei na cozinha com as fotografias, eu ainda tinha que lidar com o a mafia, encontrei Dominic no corredor e o pedi para que me acompanhasse.— Algum problema? — Questionou.
— Quero que expanda as buscas, saia dos turistas, verifique passageiros de voos particulares e assassinos em nosso território.
— Caim? — Perguntou o óbvio.
— Acabei de encomendar um contrato.
— E isso por acaso garante que ele não tenha contrato com os italianos?Pensei por alguns segundos.
— Ele não seria louco, sabe que eu proibi qualquer tipo de negócio com os italianos.
Dominic me encarou arqueando a sobrancelha esquerda.
— Quer mesmo pagar pra ver Vic?
— Droga... cheque tudo Dominic. Estou cansada dessa palhaçada, cansada dos outros tentarem tomar o que é meu! — Reclamei sentindo o ódio me subir.
— Cansada de ser enganada, traída... esquecida. — Terminei.— E o que pretende fazer por hora?
Abri a gaveta do birô e retirei a semi automática carregando o pente.
— Uma pequena reunião com alguns associados, preciso lembra-los o que acontecerá caso alguém me traía.
(...)
Adentrei a sala rapidamente, todos me cumprimentaram. Pousei a pistola na mesa e em seguida pousei minhas mãos, encarei bem cada um. Todos tinham fraquezas e pro azar de todos, eu sabia de suas fraquezas. Eu tinha poder de barganha nessa cidade.
— Qual o motivo da reunião? — Um dos mais velhos capos da cidade questionou, encarei Rizel.
— Preciso saber quão longe estão dispostos a irem por mim! — Anunciei e todos me olharam confusos.
— Você pode esclarecer? — Dummont perguntou, um outro capo antigo. Na verdade, ele e Rizel eram os mais velhos presentes ali.
— Muito bem — Me sentei e peguei a pistola — Os italianos farão de NY um verdadeiro caos. De maneira nenhuma eu serei traída! — Avisei.E então Dominic fez questão de entrar na sala e espalhas algumas fotos pela mesa, eles analisaram as fotos.
— Quem são essas Pessoas Victória? — Sintedra questionou.
— São membros da família Bartolli — Respondi.
— Parentes de Patricio.
— Exatamente...
— Eu não estou conseguindo acompanhar seu raciocínio.
— Todos eles, são cidadãos desvinculados do nosso mundo sujo. Antes de matar Patrício, eu lhe garanti que mataria todos mas desde que voltei, apenas um de seus herdeiros acabou se desvirtuando e procurando vingança, eu a matei, obviamente. Nenhum outro me incomodou.
— Ou seja, esta nos pedindo para matar essas pessoas?
— Estou ordenando, assim saberei em quem posso confiar. — Anunciei e me levantei deixando a sala junto com Dominic.

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II Livro Mafiosa - Ascensão (Sem Revisão)
General FictionEle estava morto e antes de fechar os olhos, ele havia lhe sussurrado ao ouvido o seu ultimo pedido. Em um passado não muito distante, ela aceitaria sem o menor problema. Era tudo o que ela mais queria. Entretanto, aquele "sonho" já não fazia o meno...