Morte (do latim Mors)
Ato de morrer, fim da vida; Queda; ruína; extinção; pena capital; FIM.
Para qualquer lugar que Ryn olhasse, ela só via mais perguntas se formando em sua cabeça.
E, ao mesmo tempo em que todas as suas perguntas continuavam sem...
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☆ Ryn ☆
Tudo parecia passar em câmera lenta e estar levemente desfocado. Eu estava sentada num banquinho duro enquanto um policial fazia perguntas que eu nem mesmo ouvia.
— Você pode me dizer o que aconteceu? Ou me dar o telefone de algum responsável? — O policial, que pela plaquinha presa no seu uniforme, descobri se chamar Parrish, levou uma mão até meu ombro me fazendo despertar do transe.
Foquei minha atenção no seu rosto. Ele era consideravelmente mais novo que a maioria das pessoas naquele lugar, era bonito e tinha alguma coisa diferente nele que me chamava a atenção.
— Aonde eu estou? — Minha voz estava mais fina do que o normal.
— Beacon Hills. — Parrish passou a mão pelo cabelo, provavelmente cansado de fazer tantas perguntas e não receber nenhuma resposta. — Você pode ao menos me dizer seu sobrenome?
— Kallagan, meu sobrenome é Kallagan. — Pude ver sua mão se mexendo rapidamente sobre um bloquinho, anotando a informação recém obtida.
— Por que a garota tá coberta de sangue? — Voltei minha atenção para a porta da delegacia onde um menino acaba de entrar.
Assim que ele se aproximou pude notar as pequenas pintinhas espalhadas pelo seu rosto. Ele parecia agitado e não ficava parado, como se tivesse tomado mais xícaras de café do que o aconselhável.
Por um segundo parei pra pensar na sua pergunta e analisei minhas roupas. Minha blusa antes branca agora estava coberta por manchas vermelho escuro e minha calça jeans não estava em uma situação muito diferente.
Como um flash, as lembranças começaram a passar pela minha cabeça. Avalon mandando eu me esconder e logo depois correndo pro lado de fora, os gritos e o sangue. Eram como fragmentos, pequenos cacos de vidro me acertando.
Tudo ao meu redor pareceu ficar mais distante, o ar pareceu mais pesado e difícil de respirar. Eu podia ouvir Parrish me chamando e o barrulho que o garoto fazia ao se aproximar mais de mim, mas nada disso importava. Avalon poderia estar morta agora, assim como todos os outros, e eu não havia feito nada para ajudá-la.
— Ei, se acalma. — pude sentir as mãos do garoto nos meus ombros, o que só fez com que eu me encolhece para longe. — Ei, presta atenção na minha voz e respire, tá tudo bem.
Tentei concentrar toda a minha atenção no som da sua voz e aos poucos consegui focar nas duas pessoas que me encaravam com um olhar preocupado.
— Você tá bem? — Parrish largou o bloquinho, que estava rabiscado com as poucas informações que ele conseguiu tirar de mim, em seu colo.
— Me desculpem, eu não sei o que aconteceu eu só… — passei a mão no meu rosto e respirei fundo, me virando para o garoto que eu ainda não sabia o nome. — Obrigada.
— Stiles! O que você está fazendo aqui? — o Xerife saiu de sua sala, parando atrás do menino — provavelmente Stiles — e colocando uma mão no seu ombro.
— Um filho não pode mais vizitar o seu pai?
— Você não tem jeito. — pude escutar o Xerife suspirando, o que me fez abrir um sorriso. — Vamos para casa logo.
Com a menção da palavra casa meu sorriso sumiu imediatamente. Pra onde eu iria agora? Minha casa estava a quilômetros de distância, deuses, eu nem ao menos sabia se minha casa ainda estava lá.
— Ryn. — voltei minha atenção para o homem a minha frente. — Você se importaria de vir com a gente?
— Ir com vocês? — arregalei meus olhos.
— Até conseguirmos contato com algum familiar nós temos que ficar de olho em você, e bom, esses bancos não são nem um pouco confortáveis.
Um sorriso se abriu em meu rosto, mas eu sabia, assim como o Xerife e Parrish, que eles não conseguiriam entrar em contato com ninguém.
