Capítulo 2 - Diploma na mão

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Oi Gurias!

Pensando aqui sobre como é difícil achar um emprego quando não se tem experiência. Só que... interessante é que é preciso ter um emprego para se ganhar experiência, né?

Coitada da Fabi, está passando por isso. 

E o gatinho gostoso da balada? hummmmmmmmmmmmmmm depois ele volta aqui para a história, primeiro vamos saber um pouco da vida da Fabi. 

bjs

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FABI


Dias atuais


Minha vida nada tinha de diferente dos quase 30% dos jovens desempregados no país e eu ainda fazia parte dos novecentos mil formandos que as universidades tinham despejado no mercado. 

Com um diploma na mão e sem um tostão no bolso, ou eu conseguia um emprego logo, ou morreria afogada nas dívidas que tinha contraído para pagar as mensalidades do último semestre do curso de inglês, já que, por sorte, a facul era estadual.

Eu estava é muito ferrada porque com diploma na mão, não podia mais fazer estágio e sem vaga no quadro efetivo da empresa em que eu trabalhava, o meu chefe só ia conseguir me segurar lá, no máximo até o carnaval, isso, por pura camaradagem.

Naquele desespero crescente, perdi a conta de quantas entrevistas tinha feito e nada, muitas empresas nem se davam o trabalho de dar algum retorno, para piorar, cidade pequena raramente oferecia boas oportunidades, por isso eu estava tentando entrevista para qualquer oportunidade. 

Já estava com o pé na areia movediça e qualquer coisa que eu tentasse fazer, me afundava mais e mais.

Vivendo aquela síndrome de referência circular ou o que é popularmente exemplificado pela famosa pergunta: "quem veio primeiro, o ovo ou galinha?", a situação era a seguinte, eu precisava urgente me mudar para alguma grande cidade para ter mais oportunidade de emprego, por outro lado, eu só conseguiria me mudar se tivesse dinheiro para isso e o dinheiro tinha que vir de um emprego. Sem emprego, não tinha viagem, e sem viagem, não tinha emprego. Deu para sacar a merda que estava acontecendo comigo? 

É isso aí! Eu estava literalmente f*u*...

Papai não era tão jovem, aposentado, a renda mal dava para o aluguel e nem sempre ele conseguia fazer os 'bicos' como eletricista. 

Já a mamãe mal aguentava a dor na coluna dos anos que passou sentada na costura, mesmo assim estava lá, de domingo a domingo, em cima dos vestidos de noiva que reformava, era noiva que engordava e noiva que emagrecia, sempre a mesma história, sempre o mesmo histerismo de última hora porque o vestido não servia nos dias que antecediam as cerimônias. Faz, refaz, aperta, solta. 

Claudinha, a paulista que tinha virado minha melhor amiga assim do nada, ficava o tempo todo tentando me acalmar. Pensa numa pessoa otimista! Ela mesma. 

"— Paciência Fabi, o Brasil só começa a funcionar depois do carnaval." 

Era o que insistia em me dizer desde antes da formatura, só que ela não estava na minha pele para saber o meu sufoco. 

Seu pai, um cirurgião plástico muito bem-sucedido, bancava tudo para ela, e a sortuda ainda passou no processo seletivo para fazer residência no hospital em que ele era titular da prática. 

Eu que tinha acabado de me formar em Publicidade com ênfase em Marketing, não conseguia ver nenhuma luz no fim do túnel. Principalmente depois que descobri que não fui a escolhida para a vaga de analista da maior cadeia de restaurantes do país, que ainda continuava em expansão exponencial. Mais especificamente? Pois é, exatamente aquela oportunidade que eu tinha ido até São Paulo para fazer a entrevista.

Provocação - degustaçãoWhere stories live. Discover now