Capítulo 14

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Todo o caminho para casa foi feito com a troca de três palavras, no máximo.

Logo quando entramos no carro eu encostei a minha cabeça contra a janela, e fiquei apenas observando o sol se pôr do lado de fora. Pensando em diversas coisas ao mesmo tempo, eu estava uma confusão só. Por vários motivos quase esqueci que estava no carro, e acompanhada. Minha cabeça viajava para diversos momentos diferentes.

Quando finalmente coloquei minha atenção em Luke, vi que ele também não estava legal. Mas sua feição fechada lembrava mais seu ar preocupado do que qualquer outra coisa, desejei conseguir descobrir no que ele estava pensando, mas não tive coragem de perguntar.

Assim que me notou com os olhos fixos nele, o loiro tirou a mão que estava apoiada no volante, e a pousou na minha coxa, abrindo um sorriso quase imperceptível. Em resposta coloquei minha mão sobre a dele, para mostrar que ela deveria permanecer naquele lugar.

Seu polegar começou a subir e descer pela minha pele, me deixando nervosa. Ele tinha plena noção disso, mas se fez de desentendido, e continuou. Eu tentei focar no caminho, e ignorar tudo que minha mente começou a projetar com aquela única e simples ação vinda dele.

Quando finalmente chegamos no prédio, depois do que pareceu uma eternidade de tortura psicológica, entramos direto no elevador, e o pouco tempo que passamos lá foi estranho. Luke queria dizer, ou fazer alguma coisa, mas algo parecia o impedir, ele estava travado, quase como que em um tipo de transe. Eu não entendi nada, só sei que o ar parecia rarefeito de tanta tensão instalada entre nós dois, dos diversos tipos de tensão presentes ali, em enormes quantidades.

Entramos em casa. Luke ficou para trás, trancando a porta, enquanto eu coloquei minha bolsa sobre a mesa de centro, e me joguei no sofá, esticando as pernas.

Fechei meus olhos, por alguns segundos, mas minha atenção continuava totalmente nele enquanto eu tentava ouvir o que ele fazia. Quando abri os olhos novamente o peguei parado próximo ao sofá, olhando para mim.

Eu queria dizer alguma coisa, mas meu cérebro nervoso e exausto se recusou a bolar qualquer frase com sentido. Estávamos presos em um regime de silêncio, até então.

Observei enquanto ele se abaixou e tirou as botas, como sempre fazia quando chegava em casa. Por um segundo achei que ele fosse apenas ignorar a minha presença e ir para o quarto sem dizer nada, mas graças aos céus, não foi o que aconteceu.

Luke se aproximou de onde eu estava deitada, com os pés para fora do sofá. Ele se inclinou e desamarrou pé dos meus coturnos, e logo depois fez o mesmo com o outro, ainda sem dizer uma palavra. Depois de tirar meus sapatos, ele subiu no sofá, e apoiou os braços ao lado da minha cabeça.

–Pare de cutucar seu coração, porque esse noite é comigo. – ele sussurrou contra o meu pescoço, me fazendo estremecer.

Sorri abertamente, enquanto uma de suas mãos foi parar no meu cabelo.

– Não importa o que aconteça lá fora. Essa noite o mundo somos eu, você, e tudo que você quiser, Charlotte. – ele continua, me fazendo suspirar alto. – Me permite?

Seu efeito sobre mim é surreal, como uma faísca em litros gasolina, um estalar de dedos é suficiente para me mandar à combustão. Depois de cinco anos ainda tenho sempre a sensação de que é a primeira vez que estou sendo tocada. Luke é capaz de fazer o que bem entender comigo, estou sempre tão a merce de suas vontades quanto ele está das minhas.

Ataco seus lábios, enquanto meu estomago se revira com expectativa, acompanhando meu coração acelerado e minha respiração já descontrolada.

Prendo minhas pernas em torno de sua cintura, e Luke ergue as costas, me levando junto com a maior naturalidade do mundo. Ele segura minhas pernas ainda naquela posição, se levantando do sofá enquanto passo meus braços ao redor de seu pescoço ainda sem separar nossas bocas.

More - Luke HemmingsWhere stories live. Discover now