A verdade é que você nunca gostou de salto alto. Muito menos da dor que sentiu quando pisei em seu pé enquanto dançávamos.
Eu nunca soube dançar a sua dança. Você odiava que eu não a acompanhasse. Fosse no jeito de agir ou no modo de pensar. Mas eu não sou você. Por que uma coisa tão simples se transformara na mais complicada e difícil de desatar? A culpa é sua, Seulgi!
Com mais ódio do que amor,
Joohyun.
Li o bilhete rapidamente e suspirei. Deu um segundo e eu soltei uma gargalhada gostosa. Eu gostava de rir das baboseiras que escrevia na inanidade e instabilidade. Era tudo perda de tempo, eu sabia. E, embora também soubesse o quão difícil tudo fora, era tão estranho pensar ser eu mesma.
Seulgi era, de fato, uma gata esperta e habilidosa. A jangada que montou pra mim não passou de um desafio de salto alto, uma coisa idiota e de adolescente quente, força arrasar em cima de um sapato na tão ansiada formatura. Afinal, foi desse jeito que me encantei por seu mistério, sabe? A maneira como ela fazia o caos parecer as ondas calmas da praia.
Seulgi, a Senhorita Mistério.
Ela me olhava como se quisesse alguma coisa o que, para minha sorte, era verdade. E para um grande azar também.
Só que foi tão fácil jogar com as cartas que eu tinha. Sejam elas em benefício ou não. Um "abrace a merda". Porque a minha vida era em um castelo de cartas do azar e da sorte, com cartas tão perfeitamente alinhadas que um peteleco seria o grande pesadelo circunstancial de sua existência.
E é por esse fato, depois de muito tempo, que todas as cartas voaram para longe. Estou comprando os tênis que Seulgi também gostaria de ter nos pés. Ela odiava saltos. Eu sabia.
