O bolo está gelado em minhas mãos, tremendo feito dentes. Mas ainda não sei se é por causa da temperatura ou pela minha felicidade ansiosa.
A poucos metros, a garota que uma vez foi o amor da minha vida conversa com um homem (que julgo facilmente manipulado) e sinto pena, porque sei do poder que Seulgi acredita ter. Tudo, na verdade, não passa de uma fantasia mal sonhada.
O pub está cheio de ex-colegas do ensino médio que agora desfrutam da vida universitária, todos com futuros aparentemente tão sólidos. Mal sabem do incerto da vida, até mesmo os conceitos que damos às pessoas. E está tudo bem, afinal de contas. Porque ninguém nasce sabendo quem é a pessoa que vai foder com sua vida ou com o nome de sua alma gêmea tatuado perto do coração, um porto seguro. Tudo é tão incerto que, ironicamente, torna-se a única certeza sobre o que é, de fato, viver.
É por isso que sou a maluca da Cordilheira dos Andes, revoltada e disposta a me jogar de cabeça nas milhares de oportunidades sentimentais.
Eu não sou louca.
Você que é.
Cutuco o ombro de Seulgi e ela vira com um sorriso brilhante de sol, banhada da quentura. Não me abalo, mas conheço a antiga Bae Joohyun e sei que ela pegaria insolação.
Jogo o bolo em sua face com toda a força. A indignação não vêm só dela, mas de todas as pessoas ao meu redor. Não preciso me preocupar com nada disso. E as pessoas também não deveriam.
Porque ninguém nasce sabendo dos episódios felizes ou desgraçados.
No fim, o único Senhor Mistério existente é o tempo.
Ah, tempo. Não há coisa mais mágica que você.
Seulgi está boquiaberta. Eu me divirto com a situação.
— Abracadabra, filha da puta.
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ABRACADABRA FILHOS DA PUTA 🔊🔊🔊🔊🔊🔊🔊🔊🔊🔊🔊🔊🔊🔊🔊🔊🔊🔊🔊🔊🔊🔊🔊🔊🔊🔊🔊🔊🔊
