Capitulo 11

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-Falta pouco. -disse ela enquanto abria a janela do quarto.

Entretanto...

O jovem infelizmente com tantas coisas em sua cabeça não percebeu que a lua já estava no topo do céu, já era tarde.

-Raios!

Rapidamente se levantou, vestiu a armadura e as botas, mas pela primeira vez não pegou nenhuma de suas armas, só escolheu uma coisa, o pergaminho.

Ele saiu pela janela e correu pelos telhados da cidade, pulou pelos canais e pelos becos, estava prestes a chegar até que algo lhe chamou a atenção.

Uma pessoa, andando sozinha e desconfiada, mas o importante, era que ele estava encapuçado, com sua grande curiosidade, ele se desviou de seu caminho, seguindo-o furtivamente, a pessoa parou em frente a uma porta dos fundos que dava para uma igreja, ele observou todas as partes certificando-se de que não o seguiam e imediatamente entrou fechando a porta.

Jack desceu e notou que a porta estava trancada com segurança e, infelizmente, ele não tinha suas ferramentas, mas isso não o impediu, ele escalou as paredes da igreja, até chegar ao topo de uma das torres para entrar pela torre do sino.

Conseguindo isso sem problema, ele se agachou, afinando o ouvido, já que não conseguia ver nada.

-Te seguiram?

-Não.

-O tens?

-Sim.

-E?

-Primeiro o pagamento.

Jack ouviu o som de alguns sacos de moedas, com o que ele poderia imaginar o que estava acontecendo, eles estavam a pagar a alguém.

-Bem melhor.

-Chega de conversa fiada, dá-me logo isso!

Alguns segundos se passaram em silêncio.

-Tem certeza que é onde vai ser a reunião?

-Claro, eu mesmo investiguei.

-E eles ficarão sozinhos?

-Não, as famílias sociais mais altas da Itália estarão presentes.

-Bom trabalho, eu não vou mais precisar de seus serviços.

-O quê?... Espere!

Jack não pôde ouvir o seguinte, mas depois disso ele teria jurado ter ouvido uma pessoa a ser apunhalada com uma faca.

-Tenho que avisar a Elsa. -dizia a si mesmo.

Jack saiu cuidadosamente do mesmo jeito que entrou, ao consegui-lo, correu sem parar na direção do Palácio, não se importando com mais nada, na chegada, percebeu que a janela do quarto de Marie estava aberta, com certeza ela estava esperando ansiosamente, o jovem estava com muito medo, suas mãos tremiam e seu rosto estava levemente suado, ele estava disposto a lhe contar o seu segredo, mas ele não encontrou coragem ou valor em si mesmo para lhe dizer, ele engoliu, respirou fundo tentando se acalmar, e estando pronto, pendurou-se na varanda do telhado para entrar no quarto.

Ao entrar no quarto parecia esvaziar os olhos, mas fixou-os, e lá estava ela, deitada em sua cama adormecida, a pobre mulher que tentava ficar desperta, mas não conseguiu, pois estava exausta por não dormir suas horas programadas por causa dele.

Muito calmamente se aproximou dela, e ficou na frente de sua cama por vários segundos, a sua beleza fazia-o perder a noção do tempo, estava descoberta e deitada de costas, ele se ajoelhou ao lado dela e cobriu-a com os lençóis para que não passasse frio, ele deu-lhe uma carícia no cabelo e no final cuidadosamente beijou-lhe na testa, o engraçado é que quando ela o recebeu seus lábios mostraram um grande sorriso.

-Viestes. -lhe sussurrou com os olhos fechados, porque ela já estava com muito sono, mas ela reconheceu-o pelo toque de seus lábios.

-Claro, que sim Duquesa. - lhe respondia da mesma maneira.

-Tinha medo que não viesses.

-Sinto muito, algo surgiu.

-Algo ruim?

-Eu não sei

-E por que eu deveria acreditar em ti? ... E se tu chegaste atrasado, para eu não insistir que me mostres a tua identidade?

O jovem sorriu.

-Não vais desistir, certo?

-Nunca.

-Bem... nesse caso... eu ... eu ... eu vim para... te dizer...

O rapaz ia continuar a falar, mas infelizmente ouviu a porta abrir devagar e instintivamente, se escondeu debaixo da cama, enquanto Elsa fingia estar a dormir.

Aquela que se debruçou para fora da porta foi Lillian verificando que sua filha já tinha adormecido, vendo que tudo estava em ordem, fechou a porta sem causar mais escândalo.

Jack saiu do esconderijo para estar junto dela.

-Estave perto. -disse ela.

-Demais, o melhor é que eu me retire duquesa.

-Não, por favor, fica comigo, deves-me isso por estares atrasado.

Jack sorriu de novo, outra coisa que ele amava nela, ela sempre conseguia arrancar-lhe um sorriso nele.

-Va bene.

Ele pegou numa cadeira e sentou-se ao lado dela, mas ela planejou outra coisa.

- Não... deita-te comigo.

Ao ouvir isso, o coração do jovem ficou parado por alguns segundos, embora ele realmente quisesse, não parecia uma boa ideia.

-É melhor não mi lady, eu não quero desrespeitá-la, muito menos fazer algo inapropriado com você.

-Eu sei que não farás. -disse ela.

-Mas você não me conhece.

-E é por isso que eu quero que o faças, para te conhecer.

Jack teve uma grande batalha em sua cabeça, fazer ou não fazê-lo, sua cabeça lhe disse não, mas seu corpo não respondeu da mesma maneira, sem saber o que estava fazendo, tirou as botas e se deitou com ternura ao lado dela, a loira o recebeu abraçando-o, o que fez seus corações acelerarem, como se os dois se conhecessem de uma vida inteira, de mãos dadas, no momento do contacto sentiam o calor do outro, e dessa vez Elsa foi a que se aproximou perigosamente de Jack dando-lhe um beijo na testa, o jovem por um momento pensou que iria remover o capuz.

-Por um momento eu pensei...

A duquesa o deteve, colocando a mão na boca dele.

-Não... ainda não.

-Grazie.

-Mas algum dia eu vou saber. -disse ela convicta.

-Até então, mi lady descanse.

-Boa noite, assassino.

-Boa noite, Duquesa.

E praticamente ambos adormeceram ao lado de outra pessoa completamente desconhecida a alguns centímetros de distância deles pela primeira vez em suas vidas, mas ambos se sentiram extremamente confortáveis e felizes, permanecendo juntos sorrindo.


Jack e Elsa: The Perfect Assassin (Em Revisão)Where stories live. Discover now