Capítulo Quatro

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Theodoro:

Eu descansava em meu quarto, quando ouvi batidas na porta, levantei-me e a abri, encontrei Joseph encostado no batente.

-Joseph! Entra aí.

-Soube que havia saído com sua abuela e com Jade.

-Sim, fomos levar brinquedos para as crianças do orfanato, você sabe que minha família ajuda o Lar Madre Clélia desde que foi inaugurado.

-Muito bacana isso. Sua família está encantada com a pequena Jade.

-Percebi!

-O que está acontecendo Theo? Essa garota mexeu com você de alguma forma?

-Cara, você tá maluco né? Ela é só uma menina, tem dezoito anos apenas, viveu a vida toda dentro de um orfanato, não sabe nada da vida aqui fora, além do mais, minha abuela fez-me prometer não me aproximar dela.

-Então, ela percebeu que você demonstrou certo "interesse".

-Ela me confunde, tá legal, sei lá, é diferente das garotas que estou acostumado, Sam e Jean haviam dito que ela despertava o instinto de proteção, eu ri quando o Murilo disse isso, mas agora, tenho que dar à mão à palmatória. Antes de sairmos percebi um olhar de luxúria do Dimas, o motorista, para ela, mas não um olhar de carinho não, tipo, ele a despia com os olhos mesmo, ainda tentou me enrolar, eu disse a ele que está proibido de se aproximar dela, do contrário vou contar ao meu avô.

-Entendi!

Joseph deu um risinho debochado.

-O que foi? Ehh! Nem vem Joseph, meu interesse nela não é o que está pensando.

-Eu não disse nada, meu amigo.

-Mas pensou, sim, ela é linda, gostosa para caralho, é séria, inteligente, sabe conversar, mas não é para mim, ela é muito pura para um mulherengo sem coração como eu, palavras da minha abuela.

-Quanto a ela ser inocente, isso ela é mesmo. Sabe, de repente eu possa investir. – Mesmo sendo Joseph, um cara que eu conhecia bem, que sabia que não levaria uma garota na brincadeira, não gostei do seu comentário. -Ela seria um bálsamo depois de Elena. -

Sem saber o motivo, não gostei da ideia, senti uma leve pontada no peito em imaginar Jade com o meu amigo, o pior era não poder dizer nada, sabia que Joseph era um cara sério, que levava mais a sério ainda seus relacionamentos. Sem contar que eu não tinha nada a oferecer para nenhuma garota.

-Chega desse assunto, já deu. – Respondi bruto.

Percebi que era a reação que Joseph esperava ver, entendi que meu amigo achava que eu estava interessado em Jade e nem havia me dado conta. Mas não era nada disso, eu me preocupava com ela, como me preocuparia com minha irmã ou minhas primas, afinal, ela não tinha nenhuma experiência com homens.

-Vai sair hoje de novo? - Joseph me perguntou.
-Não sei, não estou com cabeça.

-E a garota que você ficou ontem?

-Fomos para um motel, mas nada demais, gostosinha como tantas outras.

-A tal da Andrea estava atrás de você ontem.

-Cara, aquela lá é doida de pedra, cansei de dizer a ela que não rola mais, ficamos uma noite juntos e ela acha que é minha namorada, colocou até nota no jornal e tudo, maluca, quero é distância, sem contar que a voz dela me irrita.

-Mas não te irritou quando você ficou com ela.

-Ela estava com a boca ocupada, se é que me entende.

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