CAPÍTULO 1

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Bem vinda (o)

Informo que no decorrer dos capítulos eles vão aumentando.

Agradeço a oportunidade. E desejo uma ótima leitura e um ótimo divertimento de consciência. ❤

OBS: OBRA SEM REVISÃO! Mas podem encontrar Me Conquiste revisado, diagramado e com cenas extras no Kindle!
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Capítulo 1

Eloíse Galvani

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Eloíse Galvani

Dias atuais

A minha vida é tão monótona, ao mesmo tempo, rica de amor, pessoas boas, humildade e modéstia. Eu moro numa pensão familiar, a pensão 'Luara Aurora' da minha querida avó Aurora. Infelizmente, após a morte do meu pai, provocada por um incêndio, a dois anos atrás, eu, a minha mãe e o meu irmão tivemos que pedir abrigo, ficamos sem teto; queimou a casa, os pertences, o bar; tudo. E vovó foi a única que nos acolheu, quem nos deu roupas, comida, força e motivos de se reerguer e de seguir adiante de novo. Hoje é a nossa mãezinha da guarda. A amamos como ninguém. E por mais que ela diz não afetar a renda de outros futuros hóspedes, recompensamos o enorme carinho, o abrigo, a paciência; trabalhando, limpando, cozinhando, recepcionando, fazendo de tudo pela pensão. É o mínimo.

Porém, ontem a noite, deitada na minha cama, com as luzes apagadas eu refleti que chegou a hora de mudar as coisas — não de sair da pensão da minha vozinha. Mas de sair da monotonia. De eu tomar coragem na cara e de correr atrás do meu grande sonho de se tornar modelo fotográfica.

Aos 28 anos eu sou formada em pedagogia. E após a triste tragédia da morte do meu pai, o incêndio da nossa casa, do bar e pelo luto fastio, eu ainda não consegui retornar a rotina de dar aulas. Eu tive que largar o emprego como professora — e só de pensar em licenciar de novo... me sinto infeliz. Não de estar ensinando as crianças, de forma alguma, eu amava elas, mas por estar trabalhando numa profissão influenciada pelos conselhos do meu pai e no desejo explícito da minha mãe (também professora pedagoga). Errei de certa forma, quis orgulhar-los, quis seguir os passos dela sem pensar nos meus passos sozinha. Jamais compartilhei desse sonho. Ser professor não é fácil. Respeito a carreira. E respeito a minha mãe. Afinal, vivi a experiência dela na pele. Contudo, eu agora quero ser feliz. Eu quero saber o que é ter felicidade pela primeira vez fazendo o que se ama. E mesmo aos 28 anos, eu recuperarei esse tempo perdido.

05h42 — sem sono, após ferver um chá na cozinha da pensão eu me sento a mesa, enquanto bebericando da caneca artículo como devo dizer a verdade para a minha mãe e para o Mariano, o meu noivo e professor de química. Não queria decepcioná-los. Não quero. Apesar de já saber que vão ficar decepcionados. Todavia, lecionar não faz parte de um segundo futuro infeliz.

— Oras, bom dia, acordou com o sol e os galos cantando na janela? — Quem questiona é o divertidinho do meu irmão Otávio. Que adentrou a cozinha só de cueca samba canção.

— Otávio, por favor, pela milésima vez só nesta semana, toma vergonha na fuça de cachorro e vista-se. Aqui não é bordel para se andar pelado, é uma pensão familiar!

Otávio nem liga, dá de ombros, pega uma caneca de café e cruza os pés perto dos armários. Retornando o assunto em pauta.

— Então... vai me dizer o que lhe deixou sem sono?

— Não. Na verdade, é eu quem desejo saber o que fez o senhor levantar tão cedo?

— Vou sair... entrevista de emprego, sabe?

— Ah, é? Sério? Assisto a National Geographic e nunca vi um bicho preguiça espalhando currículos pela selva. E ainda mais de manhã.

— Ha-ha-ha, engraçadinha. Mas é isso que ouviu, eu vou procurar um serviço. Quero ser acompanhante de luxo.

O-o quê? Eu rolo os olhos.

— Com vinte anos o único acompanhante que você pode ser é de cegos. Vai estudar garoto!

— Quanta blasfêmia —ri irônico. — Estudar para quê? Para ser professor? Uma profissão que eu odeio... como voc... — Quando eu vejo, tem uma caneca de chá quente prestes a sair voando. — E-ei calma!

— Cala a boca e sai daqui!

— Eu estava só tirando onda.

— É? Mas eu e esta caneca de chá quente não estamos. E você tem a plena consciência de que eu não brinco em serviço. Some daqui!

A minha maior qualidade: ser muito vingativa. Quase ninguém sabe ou entende que não se deve tirar a minha paz, nem o meu sossego. Eu só tenho carinha de anjo. E mesmo sendo meiga, eu não sei brincar quando eu quero arrancar o pescoço de certos inoportunos. É difícil revelar um jeito tão "maldoso", apenas Otávio conquista esta proeza toda semana. E será por que, né?

— Já estou ralando, sua maluca.

Ele sai, em seguida o pesar da indecisão se possui outra vez do meu corpo. Eu suspiro. E então decido que chegou a hora de correr atrás do prejuízo. Antes, eu mando uma mensagem para a minha melhor amiga Suellen. Quero conselhos. Ela vai saber como me ajudar. Como hoje é seu primeiro dia de férias, Suellen aceita e vem mais cedo passar a tarde comigo.

— Tem certeza?— Ela questiona após sentarmos no jardim e eu finalmente relatar a alguém dos meus planos futuros.  

— Você quer a verdade? Sim, é total certeza. É o que eu desejo para a minha vida. E eu não posso seguir o sonho de terceiros. Ser professora foi uma ambição da minha mãe.

— Está certa. Aconselho você a fazer o que ama, se te faz bem ser modelo, então mergulhe de cabeça. Não vá pelo desejo da sua mãe ou do seu noivo. Procure as suas próprias realizações sem olhar para trás.

— Ah amiga, era isso que eu gostaria de ouvir.

Eu concordo feliz. E ficamos em silêncio, enquanto ela me especula curiosa. 

— O que foi Suellen, tem algo de errado?

— É... Eloíse, mesmo eu aconselhando você a seguir os seus instintos... O Mariano e o sonho de montar uma escolinha... Não vai abalar a relação? Pois era o sonho dos dois.

— Não, não vai.

Mariano foi a melhor pessoa que poderia ter me acontecido nos últimos dois anos. Eu não sei como aguentaria tanta dor sem ele. Foi uma coluna de apoio. Eu o agradeço por tudo e inclusive, por existir na minha vida. Não quero que ele fique chateado ou magoado. Porém, o plano é sempre apoiar um ao outro em cada decisão, seja ela individual. E eu tenho a absoluta certeza de que ele vai me apoiar no meu sonho de infância.

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CONTINUA


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