Casar?

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[2 meses depois]

Era casamento dos meus melhores amigos, eu estava transbordando de felicidade, por Maria, por Jin, pelos seres mais apaixonadinhos da minha vida.
Eu era madrinha, claro.

Maria estava linda naquele vestido branco e longo, cheio de brilho. Ela se olhava no espelho, sorridente, com seu cabelo cortado em chanelzinho, meio preso e liso.
- Você tá linda, muito linda. —a elogiei, admirando. Ela corou, me respondendo apenas com sua expressão feliz e sorridente. Nunca a tinha visto assim, fiquei tão feliz por ela também.
- Temos que nos apressar, a noiva costuma chegar depois mas não devemos demorar tanto assim. —a mãe de Maria disse, com uma risada logo depois. Nós rimos também, e era tão bom ver Maria e sua mãe tão juntinhas também, porque ambas sabemos que elas nunca costumavam se dar tão bem.
Sua mãe se aproximou de mim enquanto Maria era levada pra fora do local, para ir finalmente ao casamento, e então, ela passou as mãos no meu cabelo que não precisava mais de apliques para deixá-lo maior, pois eu comecei a amá-los sendo curtos, então sempre o cortava, ela sorriu pra mim graciosamente, me olhando de cima à baixo.
- Você cresceu tão bem. —ela dizia, se sentindo orgulhosa. – Sua mãe está no casamento? —ela perguntou, e eu afirmei com a cabeça, com um sorriso gentil também. – Eu quero tanto ir no seu casamento um dia, você é uma menina tão bonita e é tão inteligente. —continuou.
- Obrigada. —agradeci com um sorriso, dando uma pequena risada. – Obrigada mesmo, de verdade. —agradeci mais, afinal, eu não sabia o que responder em questão ao meu casamento, porque eu sinceramente não sei com quem eu me casaria um dia, eu não pensava em ninguém, por todos esses anos.

Fomos então para o carro, levar a noiva até a praia, local de seu casamento, até seu noivo.

[...]

Era tudo tão lindo, decorado e romântico.
Ouvir a música esperada por tantas pessoas, e ver minha melhor amiga indo até meu melhor amigo, tão linda, ela parecia brilhar. Isso me deixava bem.
- Ele vai ter um infarto daqui a pouco. —Tae disse em meio ao riso, ao meu lado, se referindo à Jin. Não me contive com o comentário de Taehyung e dei uma risada discreta.

Após o casal finalmente virarem marido e mulher, a cerimônia acabou, e eu e Taehyung fomos prestigiá-los depois de todos.
- Quem é o meu casal preferido? —perguntei divertida, chegando por trás dos dois e os abraçando, entrando no meio deles. Pude notar o quanto estavam felizes.
- Parabéns pros dois, eu me sinto tão orgulhoso. —Taehyung veio em nossa frente, seu sorriso era sincero. Jin não pensou duas vezes antes de abraçar o amigo, feliz por ele estar ali, Maria fez o mesmo.

[...]

Enfim, a festa de casamento.
Ah, mas como eu amava festinhas de casamento, e olha que só fui em uns três na vida ou menos. Na verdade, onde tinha música e comida era bom, era ótimo.
A festa era em um buffet enorme, e antes da festa realmente começar, fiz uma rápida apresentação, cantando uma música animada.

Depois de tirar fotos com algumas pessoas que me reconheceram e claro, com os casadinhos, fui pro canto da comida, o melhor canto de qualquer festa.
- Me parece que você gosta muito de comer, te vi mais feliz aqui do que em qualquer outro canto da festa. —Hoseok, amigo próximo de Jin, apareceu ao meu lado dizendo, pegando um bem-casado da mesa gigante de vários tipos de comida, e rindo.
- Realmente, eu amo comer. —ri.
- Você realmente tem 25 anos? —perguntou, curioso.
- 26. —corrigi.
- Você tem cara de 17, fala sério! —ele ria, divertido.
- Quem me dera voltar aos meus 17. —disse, pensativa, olhando pros brigadeiros da mesa. Hoseok pegou alguns e se afastou quando uns amigos o cercaram.
- Olha se não é minha amiga. —Rosé apareceu, me surpreendendo. – Senti sua falta. —ela me abraçou, e assim que nos separamos, eu tive de perguntar.
- No casamento de Maria? Ela realmente convidou você? —perguntei, boquiaberta.
- Claro, sem ressentimentos, eu sou a namorada do melhor amigo dela. —ela sorriu, olhando pra baixo, um tanto envergonhada e vermelha.
- Sério?! Taehyung? Não brinca! —perguntava, mais surpresa ainda. Vi Taehyung se aproximar de nós e logo o dei um tapa no braço, e ele resmungou sem saber o porquê de eu ter feito isso. – Não posso acreditar que não me disse nada! —falei.
- Dizer o quê? —Tae olhou pra mim e Rosé, curioso e um tanto assustado.
- Que vocês estão juntinhos. —disse, admirando os dois que estavam lado a lado, fazendo uma expressão desconfiada mas divertida. Rosé ficou ainda mais vermelha e Taehyung arregalou os olhos.
- Aish, lá vem. —ele não se conteu, e soltou uma risada. Fiquei feliz por vê-lo feliz agora.
- Você está linda hoje, viu? Garanto que vai roubar corações. —Rosé disse, olhando meu vestido e depois pro meu rosto, sorrindo docilmente e dando uma piscadinha.
- O coração dela já foi roubado faz tempo, não se preocupe, ela não pode roubar de ninguém agora. —Taehyung afirmou, sem hesitar, eu o olhei confusa. Porém, notei de quem ele falava, e tentei não ficar com esse pensamento.
Poxa, Taehyung.

Havia ficado novamente sozinha, apenas eu e a comida, então fui pegando uns bolinhos e comendo, mas logo bateu uma tremenda sede.

- Aqui, aposto que está com sede. —um homem de cabelos pretos que parou ao meu lado me entregou um suco de laranja. Era meu suco preferido, apenas minha família e as pessoas mais íntimas sabiam que eu preferia um suco de laranja do que algo alcoólico ou um refrigerante.
Espera, realmente.
Antes que eu o agradecesse, o olhei desacreditada.
- Ei, como assim? Como você sabe que eu prefiro suco de laranja com tantas outras bebidas por aí? —perguntei, me virando então para o homem alto que havia me entregado a bebida, ele apenas sorriu e olhou para os lados, ficando sério após isso.
- Desculpe senhora, foi seu namorado que me pediu pra entregar isso à você. —ele disse, então notei que ele estava apenas servindo às pessoas.
- O quê? Namorado? —perguntei, pasma com essa situação, eu não tinha namorado, eu não tinha e não precisava de nenhum agora, o único que precisei infelizmente não está mais entre nós, e eu não admitiria esse tipo de mentira vinda de alguém que eu nem sequer sabia quem era.
Fiquei furiosa.
O homem se afastou, indo pegar algumas outras bebidas pra dar à outras pessoas que pediram. Eu olhei ao redor, alguns caras olhavam pra mim, e eu jurava que puxava o culpado pra fora da festa e o expulsaria.
- Tudo bem, amiga? —Maria se aproximou na minha frente, preocupada, vendo minha expressão e meus punhos fechados.
- Pra quem você me apresentou sem eu saber, Maria? —perguntei, irritada.
- Apresentei você? Quando? Tá maluca? —ela perguntava, e logo suavizou sua preocupação quando viu a bebida em minha mão, soltando uma risada baixa. – Suco de laranja?
- Não adianta me zuar, eu tô prestes a matar quem fez isso. —a olhei ainda irritada, revirando os olhos e tomando um gole do suco.
- Melhor esfriar sua cabeça, você tem um admirador secreto e nem sabe, relaxa, tava na hora, não pode se prender ao passado pra sempre. —Maria me aconselhou, calma, sorrindo e acariciando o topo da minha cabeça. Então olhou pra escadaria no fundo da festa, e se aproximou de mim para que eu pudesse a ouvir claramente. – Ei, por quê não vai lá pro terraço? Esfria sua cabeça. —ela disse, então pegou um doce da mesa, me deu um sorriso doce e saiu, me deixando lá, pensativa e ainda nervosa.

Decidi fazer o que ela me pediu, afinal, eu não queria passar a festa toda nesse estado.
Fui até a escadaria, subindo grosseiramente querendo absolutamente acabar com quem havia feito isso.
Nem eu sabia porque isso me incomodou tanto, eu estava solteira há muito tempo, mas tudo me remetia à uma pessoa importante pra mim que se foi, e isso me deixava triste, me impedindo de ficar com qualquer outra pessoa.
Eu tentei ficar com pelo menos umas duas pessoas nesse tempo, indo à dois encontros, mas nenhuma dessas pessoas chegou a se aproximar tanto de mim, eu fugia, ninguém era como eu queria, parecia que eu queria apenas que alguém fosse como ele.
Mas todo mundo sabe que, eu não encontraria ninguém igual.

Chegando lá em cima, que estava vazio, apenas me aproximei rápido em um canto, debruçando meus braços na barreira que impedia alguém de cair de lá de cima, e senti um ótimo vento em meu rosto, suspirando e pensando, esfriando a cabeça.
De repente, sinto meus olhos lacrimejarem e então olho pro céu.
- Onde você está agora, Kookie? —eu me segurava pra chorar, era a primeira vez de alguns anos que eu dizia o nome dele novamente, tirando os dias em que estive bêbada.

Olhei involuntariamente para o lado, não havia absolutamente ninguém no local, apenas uma única pessoa, que estava longe, do outro lado do local, também debruçada.

Era um homem, então me aproximei, limpando meus olhos cuidadosamente para secá-los e não borrar a maquiagem, pensando em conversar com alguém ou então quem sabe, conhecer alguém finalmente.
Me aproximando mais, por trás do homem, fui achando completamente estranho o fato de pensar já ter o visto, então comecei a observar ainda mais cada vez que eu me aproximava.
Era noite, eu tentei reparar em tudo e tentar me lembrar de alguém parecido, mas ele usava uma roupa completamente preta e social, então era difícil reparar bem.

E quando fiquei próxima o suficiente do homem que ainda estava de costas, minha expressão mudou completamente.
Eu não sabia como reagir, mas meu coração apertou muito, e comecei a respirar muito rápido, não entendendo o porquê disso tudo.

Não podia ser verdade, não podia ser.

Era impossível.

- Jungkook? —perguntei, fazendo-o virar lentamente seu rosto, e logo depois seu corpo pra mim.

GIFT || JJK + IU [em revisão]Where stories live. Discover now