GEOVANA » Série Irmãos Ambrosio # IV

CAPÍTULO VINTE

[ DOIS MESES DEPOIS ]

AH! Se me contassem no passado que minha vida mudaria e que iria girar em 360graus, eu iria rir da cara da pessoa ou até mesmo dar um tiro bem em sua testa por dizer algo tão sem noção como aquilo.

Porém as coisas realmente mudaram, e muito.

Quem iria dizer que aquela mulher — eu — fosse amar uma criança, que iria querer sair daquela vida, e que queria paz e viver feliz com a sua família?

Sem chances ! Nunca pensaria em tal hipótese.

Mas aqui estou eu, sendo dona de casa, cuidando de uma criança de seis anos na qual está aprendendo a viver de uma forma diferente da qual vivia.

Ah, e não podemos esquecer que eu também estou nessa mesma fase que ele. E juntos iremos conseguir.

Já se passaram meses, e ainda estamos em pé, e é claro, com a ajuda de Líbia. Ela está sendo maravilhosa em nossas vidas, as terapias estão sendo de grande ajuda, tanto para mim quanto para Aaron.

Aaron está feliz, posso ver do modo que age, a todo o momento vejo um sorriso estampado em seu rosto.

E isso acontece ainda mais quando Lucca está por perto. O irmão mais sério ama a companhia de Aaron, os dois adoram jogar videogame junto, e sempre que podem estão saindo para algum lugar que tenha jogos.

Entretanto, o que vem acontecendo está mexendo com a minha cabeça de uma forma que não sei explicar, não ainda.

Aaron já me chamou de mamãe duas vezes. E diz como se fosse natural para ele, e não sei o que dizer quando eu o escuto me chamar.

Daqui alguns dias ele começará a ir para a escola, e deve ser por esse motivo que ele quer uma presença materna em sua vida.

Ainda não tive tempo para contar isso a Líbia, mas tenho certeza que ela terá uma resposta, ela sempre tem.

Respiro fundo, antes mesmo de me levantar do sofá, escuto meu celular tocar. O nome de Joanna aparece na tela.

— Oi — digo ao atender.

— Ei gatinha — sorri do outro lado da linha — O que acha de sair hoje? Balançar a raba? — pergunta rindo das próprias palavras.

— Olá Joanna, tudo bem? Eu também estou ótima. Obrigada por perguntar — digo bufando.

— Oh, desculpe — ri — Mas sei que está ótima — diz — Eu também estou perfeitamente bem — murmurou — Enfim, topa ou não?

— Enrico deixará mesmo você sair? Deixar as meninas com ele?

— Hoje será a noite das meninas — explica — Os homens ficam na casa com as crianças, e nós sairemos para tomar umas e paquerar um pouco, por que não estamos mortas — ela diz e logo escuto resmungos e que tenho certeza ser de Enrico — É brincadeira querido, sabe que eu te amo não é? — diz rindo.