Capítulo 30

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-Posso saber por que você vai dirigir?!- indaga Benn, fechando a porta do carro ao entrar.

-Não. - responde ela, esperando que o Capitão Moore acomodasse o sinto no banco de passageiro.

Ela da partida, revirando os olhos diante da revolta de Benn e acelera para sair do estacionamento.

-Desde quando você tem carteira?- indaga Moore.

Lizzie ri.

-E quem disse que tenho carteira? -debocha.

-Você tem consciência que esta comentendo um delito, na frente de um militar e de um agente do governo, certo? -indaga Benn, repreendendo-a.

-Nossa...agora fiquei com medo. - ironiza. - Além disso, vocês que se ofereceram para vir!

-Peterson me pediu para te acompanhar. - explica ele.

-E Clarke achou melhor não deixa-la sozinha. -diz o Capitão.

-Não preciso de proteção.

-Diga isso ao seu chefe. -alfineta Moore.

Elisabeth revira os olhos pela segunda vez, acelerando mais ainda o veículo. Quanto mais cedo chegasse ao orfanato, mais rápido se veria livre da presença daqueles dois.

-Nunca pensou em tirar carteira? - indaga Benn.

Ela franziu o nariz, sem saber se aquilo era mais uma de suas provocações, ou apenas alguma dúvida.

-Ja até tentei... mas adivinhar? Os instrutores são homens! -murmura sarcástica.

O ambiente ficou em silêncio, ambos os homens refletiam sobre as palavras de Becker, porém, nenhum deles ousou contestar. Não queriam prolongar aquele assunto.

(...)

-Qual é, garota, sabe o quanto custou subornar a diretora pra me deixar te ver?!- reclama a francesa.

Justine se negava a dizer qualquer palavra acerca dos trâmites do navio de cargas, a garota parecia disposta a retirar algo à mais daquela conversa do que apenas um " obrigada".

-Não vou abrir a boca, e complicar à minha vida por dedurar criminosos! - branda pela décima vez. -Sou jovem demais pra morrer!

-Já disse que podemos te dar proteção! -diz Benn.

-Sou jovem, não estúpida! Até quando vou ter proteção? E nesse orfanato?!

-Ok... e se fizermos um tranto... - inicia Moore. - Nós dois sabemos que você não quer morar nesse lugar...

-Vou ser tranferida para outro orfanato?-Intervém. - Não! obrigada!

-Posso terminar? -indaga o Capitão, irritado por ser interrompido.

Becker sorriu de canto, ao descobrir mais uma coisa que irritaria o militar tão bem quanto ele à irritava.

-O que acha de ser emancipada?

-Emancipar uma pirralha?! - murmura Becker, indignada. - Até onde sei, não existe lei que garanta isso!

-O que é " ser emancipada"?- questiona Justine, confusa.

-Não é um termo conhecido, porque raramente é utilizado... pra ser bem sincero, isso só aconteceu uma vez. - murmura encarando Elisabeth. -Mas basicamente, posso fazer com que você seja maior de idade. Assim não precisará ficar nesse lugar sujo.

A garota franziu bem a testa, analisando as possibilidades, mas seu rosto dizia claramente que ela ainda não tinha aceitado.

-Isso não resolve nada! ainda posso ser morta assim que ganhar a minha tão sonhada "liberdade"!

Agent BeckerOnde histórias criam vida. Descubra agora