Lizzie solta o ar pela boca, desferindo mais um soco no saco de areia à sua frente, e aumentando o ritmo das suas investidas contra ele conforme sentia as juntas dos dedos doerem. Lutar era o seu único modo de descarregar as energias e esclarecer a mente, mas como não tinha ninguém para espancar, descidiu que o melhor alvo seria o saco de areia.
Todos já haviam embarcando no navio, e essa era umas das várias salas da embarcação, que o general Austen descidiu transformar em uma cademia para os agentes. Por que estava ali? Se bem se lembrava, seu pai nunca viajava sozinho, sempre carregava suas filhas de baixo para cima no globo terrestre, e se sua irmã realmente estava no mesmo lugar que ela, não queria encontra-la antes de acalmar os turbilhões de pensamentos na sua mente.-Posso saber o que o pobre do saco fez, pra você nem colocar ataduras? - indaga Moore, chamando a atenção de Elisabeth.
-Começou a fazer perguntas estupidas. - responde Lizzie, no puro sarcasmo.
-Nesse caso, é bom saber que posso me defender.
Ela ri, desferindo um chute giratório no saco.
-Se bem me lembro, da última vez você beijou a lona.
-Foi diferente. Ainda não sabia do que era capaz... -ele pausa. - Podemos conversar?
Becker suspira, cansada fisicamente e psicologicamente para falar sobre aquele tipo de assunto naquele momento. Ela finaliza o treino com um último soco e se aproxima do Capitão antes de dizer aquilo que pensava:
-Se é sobre Jane, faria aquilo outra vez. Como agente, era meu dever interferir e... se quiser, posso inventar alguma desculpa pra ela...
-Não é isso! - intervém. - Na verdade, quero agradecer...
-Por? - incentiva confusa.
-Não vou mentir. Estou irritado por ter feito isso na frente dela... mas também sei que se estivesse no seu lugar faria o mesmo. Então obrigada por mantê-la segura. - responde, fazendo a francesa franzir a testa. - Não vai dizer nada?
-É... você não é tão idiota quanto eu pensava.
-Escuta, apesar de você ser chata, me divirto. Além disso estou te devendo uma, então...
-Está me propondo casamento? - debocha.
Ele revira os olhos, proceguindo sem dar atenção ao seu comentário.
-O que acha de fazermos as pazes?
-Não vamos ser amigos.
-Só quero que não tenha mais discussões! Acho que consegue me tratar como um colega de trabalho, não é?
-Vou pensar no seu caso, Capitão. Mas não garanto nada.
-Pode me chamar de Bruce, ou Moore.
-Prefiro Capitão.
-Tudo bem, como preferir.
-É sempre tão certinho assim, Capitão?
-É essa a impressão que tem de mim?
Ela da de ombros.
-Está sempre todo engomadinho. Parece até um boneco. Além disso, segue as ordens do general como se fosse seu cachorrinho.
-Ele é meu superior. Ao contrário de você, sigo minha cadeia de comando.
-Ao contrário de mim? O que sabe sobre mim, capitão? - indaga, se abaixando para pegar a garrafa de água próxima aos seus pés.
-Muita coisa... andei lendo os relatórios das suas missões. Gosto de saber com quem estou trabalhando. É uma ótima agente, mas tem uma mania chata de não conseguir trabalhar em grupo, e desobedecer sua cadeia.
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Agent Becker
ActionElisabeth, uma moça independente numa época totalmente machista que luta pelo reconhecimento do seu valor dentro de uma das mais secretas organizações do governo, a OSCU. Afastada da família após fugir aos Estados Unidos em busca da liberdade, aos p...