UM NOAH EM MINHA VIDA

Capítulo VI

Arizona Barker

Eu saí do Hotel Cooper e fui direto para o apartamento do Oliver, eu precisava pegar as minhas coisas para levar para a casa do Noah! Uma parte de mim estava feliz por voltar para a nossa casa, mas a outra parte sabia como ia ser difícil conviver com ele depois do quanto ele havia me magoado. Mas acima de tudo a Julie precisava de mim, e eu precisava fazer isso por ela.

O apartamento do Oliver estava completamente escuro quando eu entrei, me encaminhei até o quarto onde eu estava hospedada vagarosamente para não acordar o Oli, ele já havia sido muito bom comigo me dando apoio e me deixando ficar na sua casa esses dias, ele era mesmo um bom amigo. Quando abri a porta do quarto eu pude ver um vulto sentado na minha cama, nesse momento o meu coração acelerou e minha pernas ficaram completamente trêmulas, eu fiquei completamente em choque, não conseguia sair do lugar muito menos gritar. Nesse momento o vulto se levantara, a única coisa que eu podia ouvir era os seus passos vindo ao meu encontro, era passos longos e pesados, cada vez se aproximando mais e mais. Eu respirei fundo, levantei a minha mão esquerda a procura do acendedor que ficava atrás da porta, só então consegui acender a luz podendo ver quem era o intruso dentro do meu quarto.

-Minha nossa, você quase me matou do coração. –falei com a mão sobre o peito vendo que era o Oliver quem estava no meu quarto.

-Você demorou, eu vim olhar se você já havia chegado. –falou Oliver andando de um lado para o outro dentro do quarto segurando um copo com uísque em uma das mãos.

-Sim, o leilão foi um grande sucesso. –falei passando por ele, abrindo o guarda-roupas e retirando de dentro dele a minha mala.

-Aonde você está indo? –perguntou parando ao meu lado e me olhando guardar as minhas roupas na mala.

-Eu vou voltar para a casa do Noah. –falei continuando fazendo a minha mala.

-O QUÊ? Você não pode voltar para a casa daquele homem, não depois de tudo que ele te fez.

-É por uma boa causa, acredite em mim.

-Arizona você está completamente louca, eu não posso deixar você voltar para o Noah.

-Eu acho que essa escolha não cabe a você Oli.

-Mas e eu fico como? Sempre te apoiei, abri as portas da minha casa para você, e isso para quê? Para você voltar correndo para ele na primeira oportunidade?

-Oli, eu te agradeço muito o que você fez por mim. Você é um grande amigo, nem sei como agradecer tudo o que vem fazendo por mim.

-Você pode me agradecer ficando aqui.

-Isso não vai ser possível.

-Isso é por causa do dinheiro do Noah? Claro, porque você deixaria aquela enorme mansão para morar nesse pequeno apartamento? Idiotice minha acreditar que você era diferente. –falou Oliver com amargura em meio a uma grande golada do uísque.

-Você está se ouvindo? Não tem nada haver com o Noah ou com o dinheiro dele Oli, eu preciso ir por outros motivos.

-O Noah sempre tem tudo nas mãos, você é só mais um joguinho para ele Arizona.

-Já chega Oliver, eu preciso ir. –falei fechando a mala.

-VOCÊ NÃO VAI DROGA! –falou Oliver jogando o copo de uísque que estava em sua mão centímetro acima da minha cabeça, que bateu na parede lançando cacos de vidro por todo chão do quarto. –Arizona me perdoe, esse cara me deixa fora de mim. –falou oliver se ajoelhando aos meus pés e segurando as minhas mãos que estavam completamente trêmulas.

-Srta. Barker, está tudo bem? Eu ouvi barulho de algo se quebrando. –falou Gordon entrando dentro do quarto com a sua arma apontada para o chão.

-Está sim Gordon, o Oliver só deixou cair o copo de vidro no chão. Mas ele vai ficar aí com a sua própria bagunça. –falei friamente.

-Arizona por favor... –começou Oliver.

-Vamos Gordon, já está muito tarde. –falei pegando a minha mala e me retirando do apartamento do Oliver.

-Está tudo bem mesmo? –me perguntou Gordon assim que entramos no carro.

-Está sim, só me leva para casa. –falei recostando a minha cabeça no encosto do banco traseiro, enquanto tentava me manter calma, o que era completamente difícil, levando em consideração que o meu corpo estava completamente trêmulo, batimentos acelerados, e um enorme nó se formara na minha garganta. Eu nunca havia visto o Oliver daquela maneira, eu sei que o Noah havia me magoado, mas isso não justificava essa ira que o Oliver criara por ele.

-Muito obrigada Gordon. –falei descendo do carro e me encaminhando para a porta de entrada da propriedade do Noah. Era estranho e aconchegante ao mesmo tempo estar de volta, era como se eu estivesse novamente em casa. Eu retirei os meus saltos e caminhei com os pés descalços e saltos nas mãos até o centro da sala, observando que estava tudo no mesmo lugar de antes, do jeitinho que eu deixei.

-Arizona é você? –perguntou Noah saindo da sala de jantar e vindo ao meu encontro. Ele estava vestido apenas a calça social preta, camiseta social branca com as mangas dobradas até o cotovelo e com os três primeiros botões abertos, deixando seu peitoral a mostra.

-Sim. –falei baixo.

-Eu já ia ligar para o Gordon, vocês demoram. –falou se aproximando de mim, eu apenas abaixei a minha cabeça eu não conseguia o olhar. –Você está bem? –perguntou erguendo o meu rosto a altura do seu.

-Sim, eu só estou cansada. –falei com a voz um pouco trêmula, eu passei pelo Noah e continuei andando sentido a escadaria.

-Ei. Você não precisa mentir para mim. –falou Noah baixou me puxando para os seus braços, e eu desabei. Comecei a chorar pelo que o Oliver havia se tornado, pela perda do meu relacionamento com o Noah, pela dor de estar tão perto e longe dele ao mesmo, por continuar o amando mesmo sem ele merecer o meu amor, chorei sem ao menos saber o porquê. E o Noah não me julgou, não me questionou, apenas me abraçou apertado e afagou os meus cabelos. Era tão bom sentir o calor do seu corpo, a sua proteção e segurança... Mas era uma pena que nada naquilo era cem porcento verdade.

-Eu já estou bem. –falei me afastando dos seus braços e enxugando as lágrimas do meu rosto.

-Você tem certeza? Você não me parece muito bem, talvez queira conversar... –falou Noah me olhando com o semblante preocupado.

-Tenho certeza! Eu vou para cama, estou exausta. –falei subindo apressadamente as escadas e me trancando no nosso quarto, eu realmente queria estar bem, mas nada estava bem!