✔A Louca Vida De Lorena✔

❤CAPÍTULO 90❤

Por Victor

Não acredito no que vejo. Todas as meninas bêbadas, brincando com objetos eróticos e dançando com um filho da puta de cueca. É a maior falta de vergonha que já vi.

Entro sem cerimônia e começo a procurar a Lorena. A raiva dentro de mim me faz soar e tremer. Não a encontro na sala, nem na cozinha. Mas ao passar em frente ao banheiro, que está com a porta encostada, ouço alguém com ânsia de vômito. De novo não né Lorena! Parece que a minha função é segurar sua cabeça sempre que se embebeda.

— Lorena! – choramingo ao entrar no banheiro e vê-la ajoelhada perto do vaso do banheiro vomitando. – Estou tendo um dejavi só pode. – ela nem percebe que estou aqui, mas seguro delicadamente seus cabelos e enrolo num coque. – Eu te amo mesmo viu, pra aguentar ver isso. – cochicho ao seu ouvido, o cheiro de álcool que sai do vômito se espalha por todo o banheiro e agora acho que vou ficar bêbado também. Faço de tudo para não olhar o vaso.

— O Victor tá me traindo, aquele filho da mãe. Eu não vou mais namorar com ele, de jeito nenhum, não, não quero mais, ele é igual o Henrique, só que na versão 2.0. – resmunga sem me reconhecer e eu procuro não me aborrecer. Também ela mal consegue abrir os olhos. E eu tenho que ficar ouvindo comparações. Aquele filhote de esquilo nunca vai ser uma versão minha inferior, minhas versões anteriores só podem ser comparadas ao vocalista do The Vamps, ou algum do One Direction, não o infeliz do Henrique. – Ele é um babaca! Tá lá rodeado de puta. E eu tive que beber pra me conformar.

— Babaca não né! – logo que ela para de vomitar a ajudo a levantar e a debruço no meu ombro arrastando para fora do banheiro adormecida. Sophia aparece na minha frente num estado pior que o da Lorena e tenta me convencer a ficar, mas eu a despisto e saio do apartamento.

[...]

—

Ai que enxaqueca dos infernos! – ela se levanta destruída com a mão na cabeça e o cabelo todo bagunçado, patinhando vem até a sala. Eu estava lendo um livro do Stephen King com uma caneca de café na mão e um óculos de escanço no rosto. Sei que isso me faz parecer arrogante, egoísta, mas eu estou gato pra caralho! Pareço um homem culto. Claro que a Lorena não enxergou isso, os olhos dela mal abrem para que ela possa ver o caminho até a poltrona.

— Bom dia Lorenca. – digo e logo depois tomo um gole do café. Ela tá com uma cara péssima. Ontem depois que chegamos ela não acordou mais. Nem tomou banho, nem comeu e nem vomitou mais.

— Estou morrendo de fome. Tem algo pra comer? – tenta falar, mas sua voz rouca sai num volume mínimo. Levanto deixando meu livro sobre o criado mudo e vou até a cozinha onde coloco café pra ela numa caneca e renovo o meu. Também abraço um pote de biscoitos e carrego até a sala onde deixo na mesa de centro. Lorena agradece pegando a caneca e tomando um gole do café. – Ai que café bom. – elogia sem animo algum.

— Obrigado. – olho sorrindo por cima do óculos e volto a minha atenção ao livro. – Então, parece que a sua festa foi boa... chegou de carona com um cara gostosão que te carregou até seu quarto e estava todo preocupado com você. – comento desinteressado. Ela se curva assustada.

— O quê ? – cresce os olhos nervosa.

— Isso mesmo que eu disse. O que você tem a dizer? – fecho o livro e me curvo olhando em seus olhos. Ela simplesmente fica sem palavras. Suas pupilas dilatam e sua feição de medo fica pior ao encaram minha feição séria.

— Eu não lembro Victor. – gagueja. – Me desculpa, eu juro que não lembro! – implora. A encaro mais alguns segundos e depois sorrio.

— Tá, eu não sabia que você tinha que pedir desculpas a mim por ter te trazido, achei que o que se falava era obrigado. – brinco irônico e ela atônita respira aliviada depois de um tempo. Não podia perder a chance de zoar com ela. Depois de tanto que ela disse de mim eu precisava. Lorena nunca se conformou que eu sou um cara mudado, que eu mudei por ela. Sempre espera um deslize meu. Agora é a vez de provar o próprio veneno.

— Você não vale nada Victor. Porque começamos a namorar mesmo? – me olhou pensativa. Eu ri mas depois fiquei sem graça. Parecia serio o que ela me perguntava.

— Porque nós nos amamos?! – respondo como se fosse algo obvio. Ela não deveria me perguntar isso no estado que está! Mas mesmo assim continuava pensativa.

— E quando descobrimos que nos amamos? Eu me lembro de não ter paciência com você, de não aguentar as suas piadinhas e sua galinhagem, de repente nos somos namorados. Como eu tolerei tudo isso?

Não entendo o porque disso agora. Fico sem jeito e começo a pensar sobre o assunto. Desde que me convenci que gosto dela e assumi pro mundo não cansei de falar pra ela. Claro que a Lorena é osso duro de roer. Rainha dos foras. Mas ela gostava de mim desde que me lembro admirar o jeito que agia comigo.

— Porque isso agora? A gente se ama e pronto, eu sempre deixei claro isso, você aceitou que me amava depois de um bom tempo, mas aceitou! Não quero esse tipo de dúvida entre a gente Lorena! – fico um pouco nervoso e altero a voz. Ela continua pensativa.

— Não, acho que eu não pensei bem. Eu estava louca. Eu não amo você Victor. – olhou séria pra mim e eu paralisei. – Eu não amo você! O que eu faço aqui? Não, eu não posso continuar vivendo essa farsa. – se levanta repentinamente e deixa a caneca na mesa de centro. – Eu ou embora. – entra no quarto e começa a mexer nas roupas do armário.

Eu não acredito nisso! Ela não pode fazer isso. Não depois de tudo o que passamos. Como é que pode ela pensar que não existe amor na nossa relação? Não, eu não aceito isso.

Deixo o livro e a caneca na mesa e corro até ela. Meu coração tá pra saltar do meu peito. A mulher que eu amo simplesmente decidiu ir embora! Eu não conseguiria viver mais sem ela, séria um castigo ter que lembrar dela em tudo o que faço.

— Não, para Lorena! – digo desesperado enquanto ela tira as roupas e as joga de qualquer jeito na mala. – Eu não posso viver sem você! Como você pode duvidar do nosso amor?! - ela não me ouve e continua a "arrumar" a mala. - Para com isso! Como eu vou viver sem você? Sem te ver? Sem sentir seu cheiro? Sem sua boca? Sem a sua loucura? Eu ficaria perdido sem você. – me encosto na porta do guarda-roupas enquanto as lágrimas já brotam em meus olhos.