5.Reencontros

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   Letícia

   E agora? Um bebé nos braços sem saber quem são os seus pais?
  
   Saio dos meus pensamentos quando o bebé se começa a espernear ainda a chorar. Olho em volta e a rua continua deserta. Entro em casa e sento me no sofá ainda com o bebé no colo e tento acalmá lo. Canto para ele, balanço-o (já que podia estar com sono), mas nada faz efeito. Até que me lembro da mala que a louca me deu. Corro até ao lado de fora da casa(sim, eu esqueci me do saco lá fora), pego na mala e volto a entrar em casa. Abro - a e preparo um biberão, actividade fácil que se tornou difícil com um bebé que não parava de chorar ao colo.

   Depois de o alimentar, ele parou logo de chorar e ficou a olhar para mim com aqueles olhinhos grandes ainda brilhantes de tanto ter chorado. A tonalidade destes surpreendeu - me visto que eram tão parecidos aos meus...

   O bebé começou a fechar os olhinhos mostrando que estava com sono, então comecei a balançá-lo e a cantei baixinho uma música de embalar. Rapidamente  ele adormeceu, mas como não tinha onde o deitar, coloquei - o cuidadosamente na cadeirinha em que ele foi trazido por aquela mulher louca.

   Eu tinha de descobrir quem eram os progenitores daquela criança e pelos vistos, os mesmos moravam na casa ao lado. Saí à rua na esperança de que alguém aparecesse, mas não avistei ninguém.

   Peguei naquele pacotinho tão lindo e levei-o comigo até ao meu quarto, coloquei almofadas para o proteger e fiquei atenta caso reparasse em algum movimento no lado de fora.

   Gonçalo

   Saí cansado da agência e, tal como ontem, estava com saudades do meu filho, mal tinha chegado de viagem e não tinha tido tempo nenhum com ele. A minha mãe disse que ele teve febre e chorou muito naqueles dias sem mim. Essas febres eram mais frequentes do que eu gostaria, e cada vez que os meus pais o levavam ao médico para saber o que ele tinha, o médico dizia que era apenas febre emocional. Tenho tanta dó quando o meu trabalho me obriga a deixar o meu pequenino sem mim, ao menos se ele tivesse uma figura materna com quem ficar....

   O caminho até casa parecia mais longo que o normal e quando finalmente cheguei, o ambiente estava calmo demais: as luzes estavam apagadas, as cortinas abertas e não se via movimento e até mesmo o carro da babá não estava no seu lugar habitual. Onde é que ela estaria? Ela sabe que a esta hora tem de estar em casa!??

   Procurei por algum sinal de alguém ou alguma coisa e apenas vi a minha irmã que se dirigia a mim.

   -Maninho, que saudades!!! - saltou -me no colo e beijou me o rosto - Como estás?
  
   - Bem. Mas tu vieste carinhosa de mais... O que me queres?

   -Porque é que me tens de conhecer tão bem! - gritou tentando parecer irritada mas aquela cara de anjo não engana ninguém- Queria falar contigo. Podemos jantar juntos?

   Antes que pudesse responder, um rosto conhecido aparece na porta vizinha e os seus cabelos estão bagunçados como se tivesse acabado de acordar, mas ainda assim tão linda.

   -Com que então a menina que entorna cafés em desconhecidos é a minha nova vizinha? -perguntei num tom de brincadeira, mas percebi algo de estranho na expressão dela, visto que a sua cara séria não esboçou nenhum sorriso depois da minha frase.

   Cheguei mais perto e avaliei a sua expressão dura e até diria um pouco cansada além de estar notavelmente preocupada. Parecia também surpresa, como se não me esperasse ver ali, mas eu partilhava dessa sensação.

   - Aconteceu alguma coisa?

   - Por acaso, não sabes quem mora aqui? Uma mulher chegou com um bebé no colo e está bastante exaltada a bater nesta porta.

   Então eu confio o meu filho a uma mulher sem capacidades para cuidar de um bebé? Onde é que eu estava com a cabeça?

   - É o meu filho! Onde é que ele está? - pergunto evidentemente desesperado

   - Tu tens um filho? - ela fica surpreendida, mas logo volta à sua cara séria e Sexy  (acho que ando a ter muitos pensamentos pecaminosos com esta mulher) - Eu presenciei o "show" que a babá deu e ela viu - me e deixou o teu filho comigo. Ele está a dormir no momento.

   Suspirei aliviado e quando ia pedir para me trazer o meu filho, ela foi mais precipitada:

   -Eu vou buscá - lo. Já agora, podias não ter mentido e dizer a verdade sobre ser casado.

    Exasperou olhando para a minha irmã que nos observava calada e que arregalou os olhos perante aquela afirmação.

   Mas antes que eu pudesse processar o que ela quis dizer, a mesma virou - se e segui para a porta de onde tinha saído minutos antes.

   Mais um capítulo! Desculpem a demora na actualização, mas tentarei estar mais activa.

   Espero que tenham gostado, comentem e deixem o vosso voto♡

   Alguma duvida ou ideias deixem nos comentários ou mandem mensagem😉☆

  

  

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