39. Noite a sós 💑

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Letícia

Paramos em frente à praia onde já anteriormente tínhamos estado. Sorri para ele e este pegou na minha mão para me guiar até o outro lado da rua.

- Pensei que fossemos até à praia. - confessei.

- Esse passeio fica para mais logo. - respondeu e eu segui - o para o lugar até onde íamos.

Caminhamos na direcção de um restaurante com uma entrada bastante luxuosa. Luzes e árvores diversas decoravam a fachada do edifício e tanto luxo começou a assustar - me. Eu não tinha vindo propriamente bem vestida para entrar num lugar assim. O Gonçalo apertou - me a mão transmitindo segurança.

- Prometo que não é nada de tão requintado como parece. - respondeu aos meus pensamentos negativos.

Fiquei ainda um pouco receosa, mas eu confiava na palavra dele. O segurança que estava à entrada perguntou o nome da nossa reserva e o meu namorado respondeu "Gonçalo Campbell".

- Façam favor, senhor e senhora Campbell. - Eu corei com a sua referência a mim como uma Campbell e sorri de lado. Era um sonho um dia tornar - me parte desta família maravilhosa. Aliás, eu já me sentia parte dela, mas gostava de algo mais oficial, se é que me entendem.

O Gonçalo colocou o seu braço pelos meus ombros e beijou-me o topo da cabeça. Parece que não fui só eu que gostei da minha nova alcunha...

Realmente ele tinha razão. O interior era bem menos aparatoso. O espaço tinha alguns toques antigos e tradicionais, as mesas e as cadeiras eram ambas de uma madeira que se usava nos tempos passados misturado com uns toques modernos como o balcão e a cozinha que era visível para o exterior.

Sentei-me na cadeira que me foi puxada pelo cavalheiro do meu namorado e ele logo se juntou a mim. Ficamos num canto mais privado, apesar de o restaurante não estar tão cheio assim.

- Então, o que achaste? Ainda assustada com tanta pomposidade? - brincou com a minha insegurança em locais luxuosos.

- Não. - revirei os olhos escondendo a minha vergonha. - Por acaso achei o interior bastante agradável. Obrigada. - agradeci porque sabia que ele tinha pensado em mim ao escolher um lugar tranquilo e tradicional.

Ele pousou a sua mão sobre a minha e sorriu e eu senti uma vontade súbita de o beijar. Cheguei a minha face à sua e ele sorriu travesso percebendo o que eu iria fazer. Mas uma tosse forçada parou - nos antes que os nossos lábios se tocassem.

- Peço desculpa. Vinha perguntar o que irão querer jantar, mas deixarei apenas o menu e já volto. - O empregado de mesa conseguiu ficar mais envergonhado que eu e vocês sabem o quanto sou tímida!

- Não é preciso. - O garçom parou e virou - se novamente para nós. - Pedimos desculpa. Iremos querer o Hachis Parmentier e uma garrafa de água natural. Pode também ser dois soufflé de peixe.  - o empregado anotou o pedido e voltou aos seus afazeres.

- Parece que tenho um namorado fluente em francês. - ironizei, ocultando o facto de o ter achado extremamente Sexy a falar francês. Posso quase afirmar que caiu um pouco de baba só ao ouvi-lo falar outra língua naquela perfeição.

Ele aproximou-se de mim, sorriu malicioso e entrelaçou os nossos dedos:

- Eu posso mostrar - te as línguas que eu falo mais logo. Pelo que percebi a tua libido aumenta com a minha afluência em francês. Farei proveito da situação! - eu devia parecer certamente um tomate. Olhei à volta com medo que alguém tivesse ouvido algo, mas todos estavam alheios à nossa conversa.

Eu não sabia o que falar. Era o nosso primeiro encontro oficial, mas seria mais fácil arranjar assunto num dos habituais almoços que temos diariamente. Tinha prometido que não falaríamos de trabalho nem do Noah, mas estava difícil não tocar nesses assuntos quando a nossa vida se resumia basicamente a isso e à família. 

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