—Paiiii — Eu corro e o abraço, fazia tanto tempo que não o via
—Oi filha, como foi na escola hoje?
—Como sempre — Suspiro passando a mão no cabelo
—Que tal irmos em uma sorveteria hoje?
—Claro, que horas?
—Vai trocar de roupa e a gente vai — Eu concordo e vou para o meu quarto
Visto uma blusa de manga longa preta e uma calça jeans azul clara, calço minha sandália e volto para a sala — Pronto? — Meu pai pergunta—Sim
Eu entrelaço nossos braços e vamos andando até a sorveteria
Tomamos muito sorvete, meu pai me deixa em casa e vai embora novamente—Onde você estava? — Minha mãe pergunta assim que eu coloco os pés dentro de casa
—Na sorveteria
—Com quem?
—Meu pai
—Por que?
—Porquê eu quis e porquê ele é meu pai
—Eu não quero você andando com ele
—Eu não tô nem aí para o que você quer ou não — Eu digo e vou para o meu quarto
Pego meu celular e coloco meus fones de ouvido
Fico ouvindo músicas aleatórias até que dá 20:30
Me levanto da cama e vou para o banheiro, tomo banho e penteio meu cabelo, deixando-o solto
Visto um vestido florido, uma jaqueta jeans e calço uma bota—Onde você pensa que vai? — Minha mãe pergunta quando chego na sala
—Eu não penso, eu vou — Eu saio e bato a porta
Coloco meu celular dentro do bolso da minha jaqueta e vou andando até a casa do SteveA casa dele é a alguns quarteirões da minha, mas eu consegui chegar no horário certo
Quando cheguei vi vários adolescentes, uns se beijando, outros pulando na piscina, alguns bêbados e outros vomitando
A porta já estava escancarada, eu só entrei
—Você veio — Steve diz assim que me vê, ele exala cheiro de álcool — Vem, vamos para a cozinha — Ele diz já me puxando
Ao chegar na cozinha sou surpreendida com um beijo
Ele passa sua mão por todo o meu corpo
Aquele era o meu primeiro beijo e queria que fosse especial
Foi muito bom, mas estava começando a ficar mais quenteEle começou a beijar meu pescoço e apertar a minha bunda
—Steve — Eu sussurro baixo
—Vamos para um quarto
Ele me puxou para um quarto qualquer da casa
Eu não queria, mas não conseguia impedi-lo, eu estava me sentindo fraca e vulnerável—Eu não quero Steve — Foi a única coisa que consegui dizer
Mas ele não me escutouEle tirou minha jaqueta e meu vestido, me deixando somente de lingerie
—Steve — Eu estava envergonhada por tal ato, eu não conseguia assimilar direito
Não conseguia gritar e nem me debaterEntão aconteceu
Ele me tocou
Ele me machucou
Ele me estuprou
Ele fez algo contra a minha vontade
Algo que eu realmente não queriaAo terminar, ele saiu do quarto e me deixou sozinha com meus pensamentos
Eu me vesti e saí da festa
Não consegui ficar mais tempo, estava me sentindo imunda, estava me sentindo horrível, e me sentindo muito culpadaFui andando até um parque próximo a minha casa, teria que ficar lá até mais tarde, não quero ouvir reclamações da minha mãe
—Claire? — Ouço sua voz doce e rouca — O que você faz aqui? — Austin pergunta vindo até mim e se sentando no banco ao meu lado
Eu estava chorando, e meus olhos estavam avermelhados — Por que está chorando?—Não é nada — Eu passo as costas da minha mão nos meus olhos, com a intenção de secar as lágrimas
Ele passa seu polegar pelo meu rosto, terminando de secar as lágrimas que ainda restavam
—Não precisa me contar nada se não quiser, mas saiba que sempre pode contar comigo
Eu o abraço, me sinto segura em seus braços, como se nada e nem ninguém pudesse me atingir
—Obrigada — Sussurro em seu ouvido
Nos separamos e ele sorri para mim
Ele se levanta e pega a minha mão—Quer ficar aqui no parque? — Ele pergunta e eu nego — Para onde você quer ir?
—Me leve para a minha casa por favor — Eu digo baixo e ele assente
Eu e ele vamos andando lado a lado
Eu o conduzo até a minha casa—Obrigada por me trazer até aqui — Eu digo tímida
—Por nada — Ele diz e coloca as mãos no bolso da sua calça jeans azul marinho
Eu lhe dou um selinho e entro correndo para dentro de casa
Vou para o meu quarto, fecho a porta e me jogo na camaPOR QUE EU FIZ ISSO?
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Uma Adolescente Suicida {Concluído}
Teen FictionLâminas...elas machucam, elas aliviam, elas são um vício, elas são minha única forma de tentar pedir socorro. Meus gritos são abafados. Minha dor só aumenta. O caos é constante em minha vida. A escuridão novamente me alcança. E, finalmente, ela con...