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Acordo ainda no parque, estou deitada sobre a terra e estou completamente suja de sangue, pois estou deitada em uma poça do líquido

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Acordo ainda no parque, estou deitada sobre a terra e estou completamente suja de sangue, pois estou deitada em uma poça do líquido

Me levanto sentindo ânsia de vômito, minha cabeça dói e meus pulsos estão latejando
Sinto algo subindo pela minha garganta e coloco tudo pra fora
Meu estômago está dando voltas e voltas

Pego minha mochila e volto para casa, não adiantaria eu ir para a escola nesse momento

Ao chegar perto da janela do meu quarto, eu suspiro e olho para cima
Jogo a mochila que passa pela janela
Eu tento pensar em mil maneiras de entrar pela janela sem cair de lá do segundo andar
Decido acabar logo com isso, de qualquer jeito, se eu cair de lá, eu só vou ganhar algo que sempre quis
A morte

Consigo entrar pela janela sem nenhum arranhão e sem fazer um mínimo barulho
Mas ao começar a andar, a madeira velha do meu quarto começou a ranger com meus passos largos
Solto um "dane-se" baixinho, e vou para o banheiro
Tomo um banho rápido na ducha, apenas para tirar o sangue que havia em meu corpo

Visto uma calça de moletom e uma blusa de manga longa
Calço meias e me deito na cama, em uma posição meio esquisita

Ouço passos no corredor e já sei bem que é minha mãe
Ela se aproxima da porta e pergunta:

—Tem alguém aí? — Ela tenta forçar a porta, mas eu a tranquei —Claire? — Eu prendo a respiração ao ouvir meu nome sair pela sua boca — Sei que está aí, ouvi o barulho da ducha, abra essa porta — Ótimo, nem um momento de paz eu tenho

Me levanto relutante e destranco a porta, abrindo-a logo em seguida

—O que você quer? — Eu pergunto com um toque de desgosto na voz

—O que você está fazendo aqui? — Ela pergunta furiosa, a vejo com os punhos cerrados

—Eu não te devo satisfações — Eu respondo com os braços cruzados na altura do peito

Ela me dá um tapa estalado no rosto

—Enquanto você morar debaixo do meu teto, você me deve satisfação sim

—Se é isso que me impede, então eu saio, eu não me importo de ir embora daqui, tenho vontade de fazer isso a muito tempo — Digo me aproximando mais dela

—Ótimo, vá embora mesmo, eu quero isso a tanto tempo quanto você. Você acha mesmo que eu não tentei te abortar? Você acha mesmo que eu te queria? Você acha mesmo que eu não tentei te dar para alguém assim que você nasceu? — Ela pergunta apertando fortemente os meus pulsos, sinto as cicatrizes se desfazendo, e meu braço começa a sangrar onde há os cortes. Sua voz tem uma mistura de raiva, desgosto e nojo — Ah, então você continua a se cortar? Porque não corta onde deve? Porque não corta mais fundo para que o seu fim chegue logo

—VOCÊ ACHA QUE EU NÃO TENTEI? VOCÊ ACHA MESMO QUE EU NUNCA TENTEI ACABAR LOGO COM MINHA VIDA? VOCÊ ACHA MESMO QUE EU NUNCA TENTEI ACABAR COM ESSE INFERNO? Eu já, mas nunca dá certo, e eu sinto muitíssimo por isso, eu sei que você não me quer, eu sei que você me odeia — Digo e aproximo nossos rostos —Mas saiba que o sentimento é recíproco — Eu dou as costas para ela e pego minha mala no canto do meu quarto

A abro e começo a colocar meus pertences
Organizo tudo e saio de casa
Com uma mala, celular, fone de ouvido e 40 dólares no bolso, acho que com isso dá para sobreviver por enquanto

Ando pelas ruas, completamente perdida e sem onde ir
Me sento na calçada, esperando que algum desconhecido passe e me dê um lugar para ficar, mas isso não acontece

Acabo tendo que andar mais, vou até o parque, me deito no banco no canto esquerdo do lugar
Passo a mão pelo meus braços, que estão cobertos por uma blusa de manga longa, mas ainda assim, com um pano fino

Minhas pernas tremem, meus dentes batem e meus lábios congelam por conta do frio
Meus pés e mãos estão completamente gélidos

Por conta do frio, acabo perdendo a consciência por alguns minutos
Quando acordo, lembro-me do casaco que havia guardado na minha mala, abro-a e pego o casaco de lã
Me cubro e me esquento um pouco, finalmente conseguindo dormir

Por conta do frio, acabo perdendo a consciência por alguns minutosQuando acordo, lembro-me do casaco que havia guardado na minha mala, abro-a e pego o casaco de lãMe cubro e me esquento um pouco, finalmente conseguindo dormir

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Uma Adolescente Suicida {Concluído}Onde histórias criam vida. Descubra agora