You should let me love you

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Eu tinha prometido que ia conquistar aquela mulher de novo e eu ia. Começando de agora.

Acordei cedo e procurei alguma floricultura. Chegando lá, pedi ajuda de alguns atendentes.

- É pra namorada? Não querendo ser intrometido, né - o garoto que me atendia perguntou e riu.

- Eh... bem, é mais ou menos - eu comecei a gaguejar meio sem graça.

- Ih, meu filho - a atendente que estava atrás do balcão gritou - tá aprontando! Deixou o menino nervoso, Marcos!

O menino que me atendia começou a rir muito, assim como eu, e me pediu desculpas.

- Não é isso, era minha namorada! - eu disse.

- Eu não disse que tava aprontando? - a atendente brincou - Se é pra reconquistar tem que ser muito lindo. Marcos mostra os crisântemos pra ele.

E foram essas que eu escolhi: um buquê de crisântemos rosa. Junto escrevi um bilhete e mandei entregar na casa de Helena.

"Aceita sair comigo hoje? Me mande uma mensagem quando tiver a resposta. Joel."

E eu já tinha reservado lugares num dos restaurantes mais aconchegantes da cidade, onde iam muitos casais. Caso ela dissesse não, eu cancelava, mas caso ela dissesse sim, já estava tudo pronto. Tudo.

Eu passei o dia ansioso pela resposta e quando foi 18h meu celular tremeu e a tela acendeu. Meu coração disparou quando eu vi um "sim" estampado na tela.

Eu imediatamente comecei a escolher uma roupa e a me arrumar. Saí no corredor e encontrei Richard.

- Vai pra onde? - ele perguntou.

- Vou à luta. Tentar reconquistar uma dama - eu disse e ri, vendo Richard ri junto.

- Boa sorte, garoto! - ele me deu um aperto de mão e um abraço.

- Tô bem? - eu disse me referindo à minha roupa e dei um passo pra trás.

- Eu sou mais eu, né, mas dá pro gasto.

Eu ri de Richard e entrei no elevador.

Chegando lá embaixo me deparo com Lali e Zabdiel chegando de algum lugar rindo.

*Lali narrando*

Subi pra encontrar Zabdi no andar dele já que ele tinha me convidado pra "fazer alguma coisa".

Quando a porta do elevador abriu dei de cara com ele.

- Que susto, garoto!

- Ah - ele revirou os olhos brincando - eu jurei que eu tava bonito hoje.

- Vai descer? - eu perguntei ainda dentro do elevador.

- Vou - ele me puxou pra fora do elevador pela mão - mas não agora.

- É o que garoto? - eu comecei a rir sem sem entender nada.

Ele me puxou pra perto, me abraçou enquanto me dava um beijo na cabeça e eu entrelacei meus braços no corpo dele.

- Como você tá? - ele se afastou e me perguntou ainda segurando minhas mãos.

- Eu tô bem, bem melhor agora. E você?

- Eu tô bem - Zabdiel começou a andar em minha direção me fazendo dar passos pra trás junto com ele - mas eu poderia estar melhor.

Eu ia fazer uma careta como se tivesse me sentido ofendida mas na mesma hora me assustei porque bati as costas na parede.

- Pra ficar melhor eu preciso de um beijo - Zabdiel disse e levou as duas mãos pra minha cintura me fazendo sorrir.

- Tá esperando o que? - eu coloquei minhas mãos na nuca dele e ele me beijou.

Depois que nos afastamos ele resolveu finalmente descer, chegamos lá embaixo e eu ria com alguma besteira que ele tinha falado quando demos de cara com Joel.

- A princesa vai aonde? - perguntei vendo Joel todo cheiroso e arrumado.

- Tô bonito? - ele sorriu e ouvi Zabdiel dizer "tá um pitel" - Vou tentar impressionar alguém.

- Hmmmmm, boa sorte! Vê se não pisa mais na bola - eu falei e vi Pimentel sair pela porta dos fundos.

*Fim de Lali narrando*

Entrei no restaurante e sentei no lugar marcado, minhas mãos suavam e eu brincava com meus dedos, nervoso. Batia os pés e balançava as pernas.

Esperei durante uns 15 minutos até que vi Helena entrando. Iluminada pela luz baixa e dourada do restaurante, ela vestia uma saia lápis vermelha e por dentro uma blusa vermelha de cetim com a manga longa.

Ela sorriu ao chegar perto de mim e eu levantei prontamente pra cumprimetá-la. Quando fiz menção pra puxar a cadeira ela segurou meu braço.

- Tá tudo bem, Joel - disse e riu.

Eu sorri e sentei. Conversamos sobre o que íamos pedir, olhamos o cardápio, brincamos com o garçom e finalmente decidimos.

- E aí - ela disse.

- E aí - eu ri - Se eu fosse a gente, eu fingia que é a primeira vez que a gente se vê na vida. Começar do 0 e tal, só pra quebrar o gelo.

- Prazer, Helena - ela esticou a mão.

- Prazer, Joel.

Nós rimos e dali pra frente a noite foi totalmente diferente. Finalmente era como se nós fossemos amigos de novo. Eu senti muita falta da amizade da Helena, das piadas, das risadas.

- Eu nunca deixei de ser sua amiga, mas não tava sendo a mesma coisa, e essa noite foi muito boa, senti muita falta disso.

- Eu também - sorri e segurei sua mão sobre a mesa.

Nós saímos e eu confesso que fiquei agitado, esperando um milagre, talvez?!

- E aí?

- E aí o que? - Ela me respondeu como se tivesse falado algo óbvio.

- Nós... como nós estamos? - perguntei.

- Nós estamos, bem, como no início de tudo. Amigos.

Eu disse um "ok" e olhei pros lados.

- Joel, o nosso combinado foi que você teria que me reconquistar. Não é tão rápido assim, mas é bom que estamos bem de novo. Obrigada pela noite.

- Obrigado você por ter aceitado meu convite e ter sido tão legal - eu disse e a puxei para um abraço.

Helena passou seus braços pelo meu pescoço e eu abracei sua cintura pra nunca mais soltar. Devo ter ficado uns 5 minutos ali abraçado com ela, aproveitando cada segundo porque eu sabia que quando terminasse eu não a teria mais em meus braços.

Senti Helena soltar o ar profundamente enquanto continuava agarrada no meu pescoço e meu coração ficou quente, como se passasse uma corrente elétrica por todo meu corpo, só por saber que ela queria estar naquele abraço tanto quanto eu.

Pelo Som de Sua VozOnde histórias criam vida. Descubra agora