Capítulo 13

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_ Se vocês não lembram, isso aqui é uma escola, seu local de trabalho Ruan. _ Diz meu pai com raiva.

_ Perdão, Rogério. Não vai mais se repetir. _ Fala Ruan. Eu não sabia se ficava vermelha de vergonha ou de rir.

_ Eu espero. Espero também que não se esqueça que a Isa é minha filha e eu sou o seu chefe. Mais uma gracinha dessas e está demitido.

_ Não esqueço nunca, pode deixar. Prometo que não farei novamente. _ Meu pai estava se segurando para não atacar Ruan, era perceptível sua raiva.

_ Isabella, vamos para casa. _ Desço da mesa rapidamente.

_ Nos vemos mais tarde. _ Ruan sussurra.

_ Tchau. _ Lhe dou um selinho demorado e me aproximo do meu pai.

_ Veste essa blusa antes que mais alguém entre aqui, Ruan. _ Diz meu pai e Ruan se abaixa para pegar sua blusa no chão.

_ Até mais ver. _ Sou puxada por meu pai para fora da biblioteca e andamos lado a lado até o carro _ Onde está sua mochila? _ Pergunta.

_ Acho que esqueci. _ Respondo.

_ Depois pegamos, entre. _ Entramos no carro e ele dá partida. Meu pai estava muito sério, estava começando a me assustar.

Assim que chegamos em casa, vou em direção a escada, mas meu pai me chama.

_ Pode falar. _ O olho.

_ Vem até aqui e senta. _ Diz sério. Ando devagar até ele e sento no sofá _ Precisamos conversar. _ Suspira pesadamente sentando ao meu lado.

_ Sobre?

_ Sobre seus relacionamentos. _ Agora ele parecia nervoso.

_ Tem certeza disso? _ Questiono.

_ Sim, Bella. _ Me olha _ O que sente por Natan?

_ Eu não sei direito. _ Respondo sincera _ Acho que é paixão.

_ E o que sente por Ruan? _ Pergunta.

_ Aí é mais complicado... _ Suspiro _ É mais forte, mais intenso, mais difícil, mais sofrido...

_ Você o ama? _ Questiona.

_ Talvez... Isso é tão estranho. Tenho medo de perder o Ruan. _ Confesso.

_ E por que perderia? _ Suspiro.

_ Por causa da Bianca, do filho dele e...

_ E? _ Meu pai incentiva.

_ Do beijo. _ Me olha confuso.

_ Que beijo?

_ O meu beijo com Natan. _ Falo com um pouco de medo da sua reação _ E por eu ter gostado.

_ Bella... _ Olha em meus olhos _ Ruan te ama, você parece o amar também. Natan tem namorada e o que sente por ele, pelo que vejo, é algo passageiro. Você pode fazer da sua vida o que quiser, mas não deixe um amor verdadeiro por uma paixão passageira. E acho que devia contar ao Ruan, é melhor ele saber por você do que por outra pessoa. Se ele te ama mesmo como diz, vai te perdoar. _ Beija minha testa _ Independente de qualquer coisa, eu sempre vou te apoiar e ficar do seu lado.

_ Eu sei. _ Falo e sorrio _ Te amo.

_ Também te amo.

_ Vou me trocar para almoçar. Advinha o quê. _ Levanto.

_ Deixa eu pensar, é muito difícil essa... _ Faz cara de pensativo _ Pizza.

_ Isso mesmo, pizza! _ Dou risada da sua falsa animação.

(...)

Já anoiteceu e Natan está aqui em casa comigo, estamos fazendo trabalho de português.

_ Cansei. _ Diz Natan e o olho.

_ Eu cansei no minuto em que começamos. _ Falo _ Quer comer alguma coisa? _ Pergunto levantando.

_ Já que insiste... _ Levanta também e me acompanha até a cozinha.

_ Tem frutas e salgadinhos. O que prefere?

_ Salgadinhos. _ Responde.

_ Foi o que pensei. _ Seu telefone começa a tocar. Natan vê quem é e coloca o celular em cima do balcão _ Não vai atender? _ Pergunto e ele nega com a cabeça _ Quem é?

_ Valéria. _ Diz _ Ela me liga ou manda mensagem toda hora.

_ Por que não vai vê-la?

_ Não quero. _ O olho.

_ Se não quer atender suas ligações nem quer ir vê-la, por que não termina o namoro? _ Pergunto.

_ Se você quiser, termino nesse minuto. _ Fala baixo.

_ O quê?

_ Nada. _ Encaro Natan por alguns segundos.

_ Boa noite. _ Meu pai cumprimenta entrando na cozinha acompanhado de um dos professores da escola que nos cumprimenta também.

_ Boa noite. _ Responde Natan.

_ Tudo bem? _ Pergunta e deposita um beijo em minha testa.

_ Tudo ótimo. _ Respondo _ Vou para meu quarto com Natan, a gente está terminando o trabalho de geografia.

_ É de português. _ Corrige Natan.

_ Tanto faz. _ Dou de ombros pegando o salgadinho.

_ Não sabe nem qual matéria do trabalho, está querendo passar um ano a mais comigo, não é? _ Brinca meu pai.

_ Estou subindo... _ Natan e eu subimos de volta para o quarto.

Assim que terminamos de lanchar, guardo o trabalho quase pronto e me jogo na cama.

_ Que horas são? _ Natan pergunta olhando pela janela do meu quarto.

_ 19:33 horas. _ Respondo depois de olhar no relógio.

_ Será que dá para pular na piscina daqui de cima? _ Levanto da cama e olho para onde ele olhava.

_ Com uma perna ou braço quebrado, acho que sim. _ Natan ri _ Quer mergulhar nesse frio?

_ Nunca nadou à noite?

_ Talvez uma vez. _ Respondo lembrando _ Mas fiquei gripada, então pode ir sozinho.

_ Quantas vidas você tem? _ Me olha.

_ Está bem, me convenceu. O último que chegar paga açaí amanhã.

_ Fechado. _ Nos olhamos por alguns segundos e saímos correndo do quarto. Cheguei na piscina primeiro,  comemorei mesmo tendo tido a impressão de que Natan me deixou ganhar.

_ Vamos de roupa mesmo? _ Pergunto olhando a piscina.

_ Por que não? _ Sorrio. Eu e Natan pulamos da piscina fria.

_ Era só o que me faltava. Duas crianças sem juízo em casa. _ Ouvimos a voz do meu pai e o vemos se aproximar da piscina com os braços cruzados e um olhar divertido no rosto.

_ Onde está seu amigo? _ Pergunto.

_ Já foi, veio apenas para resolver umas coisas pendentes. _ Responde.

_ Por que não se joga aqui também? Vai relembrar o tempo em que era novo. _ Natan tenta convencê-lo.

_ Ainda sou novo, rapaz. _ Diz sério e logo sorri _ Vou deixar que os dois sem juízo gripem sozinhos. Não façam nenhuma outra besteira hein. _ Dá as costas e sai.

_ Besteira? A gente? Nada a ver. _ Demonstro indignação.

_ Absurdo uma coisa dessas. _ Diz Natan e começamos a rir.

A Filha Do Diretor (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora