RUINES

p r o l o g u e

As pequenas gotas de chuva deslizavam com delicadeza pelos enormes vidros da janela, a visão da cidade a minha frente fazia com que aquele momento se eternizasse em minha pele, explorada e tocada por suas mãos tão ásperas e gentis.

Seus lábios que eu conhecia tão bem percorriam toda a extensão de pele presente em meu pescoço, seus sussurros viraram marcas das promessas que eu levaria comigo até os meus últimos dias sóbria, procurando por um ar que havia sido tirado de mim após sua partida.

O seu calor era acolhedor, eu poderia me afundar nele para todo o sempre e não seria queimada, as chamas do meu coração sempre acesas me ajudariam a passar por aquilo, assim como a paz que reinava sobre meu corpo ao saber que eu pertencia à ele.

— Eu te amo...

Aquelas palavras que saíam de seus lábios jamais foram tão belas quando ditas por outra boca.

E foi ali que uma promessa sagrada foi escrita com o meu sangue, seco e retirado após tantas cicatrizes que eu não sentia doer em sua presença.

O amor me curou, mas o dono daquelas mãos tão carinhosas, com aquele corpo perfeito e a voz que poderia ser confundida com a de um anjo se não fosse tão tentadora, foi o causador de toda a dor que perfurava meus ossos.

Tudo aquilo foi deixado para trás quando suas promessas pareciam verdadeiras ao serem sussurradas, e foi bem ali que eu acreditei de verdade em meus pensamentos, pois eu sabia desde o primeiro olhar que seus sussuros sempre foram as palavras finais para a minha sentença de morte.

Seus toques eram como a melodia de uma música perfeita e familiar, fazendo com que meu corpo vibrasse na esperança de receber mais com urgência, um caminho que seria percorrido até o tão esperado paraíso que se encontrava em seu ser.

Em questão de segundos seus lábios dominavam os meus em uma dança já conhecida, mas que sempre, ao ser sentida, trazia sensações arrebatadoras, tão novas quanto o sentimento que se renovava todos os dias.

A maciez de sua boca só poderia ser devidamente explorada quando estivesse grudada nos meus lábios, enquanto nossas linguas deslizavam uma na outra de forma lenta, preguiçosa, o meio perfeito de eternizar aquela cena.

Suas mãos que antes me abraçavam, agora me seguravam com força, fazendo com que minhas pernas se encaixassem em sua cintura fina.

Com delicadeza ele me colocou sobre os lençóis bagunçados da cama, seu perfume estava misturado com o meu, causando aquele conforto tão esperado por mim.

Seus olhos me analisavam com calma. Eu não sentia vergonha e muito menos medo, ali, deitada na sua frente, eu me sentia a obra de arte mais bela e preciosa já existente neste enorme planeta. O calor que deveria ter ido embora ao sentir seu corpo tão longe, foi substituído pelas chamas que queimavam em seus olhos e eram direcionadas à mim ao me analisar. Eu poderia pegar fogo com o seu olhar repleto de luxúria.

Perdida em tal intensidade, eu entreguei o resto do meu ser para ele. Corpo e alma, duas coisas que já não eram mais minhas.

Elas não me pertenciam. Não em sua presença marcante.

Se eu ao menos soubesse o que aquilo significava, desejaria jamais ter sido tola o suficiente para entregar minha alma para o diabo que faria meu paraíso se tornar o próprio inferno.

E foi ali, sentindo o calor dos seus olhos sobre o meu corpo, perfurando a minha alma, que eu cai para dentro daquele precipício.

Levando comigo as últimas promessas que me foram ditas antes do meu tão inesperado e doloroso fim.

Sempre achei que morreria em seus lábios, porém, minha morte foi ainda mais dolorosa por ser através das coisas que saíam deles, suas palavras.

NOTAS

Eu realmente tô amando muito escrever esta história e espero que vocês também amem ela. Descobrir e conhecer Alice e Jason está sendo uma experiência incrível e espero de verdade que esse romance toque vocês da mesma forma que está fazendo comigo.

Votem. Compartilhem. Comentem e obrigada desde ja! Bisous.