Capítulo 29

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_ Porraaa!!!!

Sasuke não conseguiu impedir o grito visceral de escapar da sua garganta ao sentir o orgasmo de Madara tão intensamente dentro do seu corpo; com toda certeza a puxada forte que recebeu em seus cabelos não ajudou nenhum pouco na tentativa de manutenção da estoicidade. As mãos do mais velho, por sua vez, apertavam seu quadril com tanta força que ele sabia que ficaria com marcas por semanas.

Em contrapartida, suas unhas arranhavam o corpo do mais velho com tanta violência que ele sentia gotas quentes de sangue pingarem sobre a sua barriga – muito provavelmente fora isso que fizera Madara perder o controle e chegar ao ápice. Sasuke já sentia o cheiro de seu próprio sangue há alguns minutos, apesar de não fazer ideia onde Madara o machucou naquela noite. Tudo doía, era difícil saber.

Madara, de olhos fechados, respirou ofegante por alguns instantes, provavelmente saboreando o fim de seu prazer enquanto Sasuke aguardou em silêncio, olhando-o com repulsa. Depois de algum tempo o mais velho abriu os olhos e sorriu com prepotência, adorando as manchas avermelhadas de sangue e esperma no corpo de Sasuke e no lençol branco.

Hum, Sasuke gozou em algum momento da nossa brincadeira. – Madara constatou, deslizando o indicador sobre a pequena poça vermelho-claro, uma mistura do perolado do esperma e vermelho escuro do sangue ao se acumular no umbigo do Uchiha.

_ Eu já te falei que vermelho combina com você? – ele murmurou com a voz fraca, ainda sim repleta de superioridade.

_ Posso dizer o mesmo de você. – Sasuke respondeu com os dentes cerrados, apreciando os rastros de sangue que escorriam das costas de Madara e pingavam em seu corpo. Apesar da repulsa que sentia em pensar nos fluídos corporais nojentos daquela pessoa caindo sobre o seu tórax, ainda era reconfortante saber que ele machucava o outro de alguma maneira.

Este lado sadomasoquista que despertava nele era algo novo, mas Sasuke já estava se adaptando muito bem com essa nova natureza. Afinal, quando nenhum dos dois usava Tsuki no Me, o sexo era daquela forma: doentio, doloroso, absurdo e sádico. Como se os dois tentassem adquirir prazer em uma tentativa de matar um ao outro, o que gerava muita satisfação física, Sasuke tinha que confessar. Sair machucado nessas noites de sexo animalesco o reconfortava: era como uma punição por recorrer a tais métodos para aliviar sua frustração.

Além disso, havia outro ponto positivo em tudo isso, já que machucar Madara lhe trazia ainda mais satisfação. Era puro sadismo e masoquismo, na mesma medida.

Talvez isso decorresse de sua solidão, pois inicialmente foi difícil para ele lidar com isso. Suas mentes, as únicas companhias remanescentes que ainda tinha, só apareciam quando ele estava sobre o efeito da droga. Mas apesar da ausência de efeitos colaterais, se drogar trazia um empecilho muito grande para si: ele via Itachi e, pior ainda, ele desejava, imensamente, estar com Itachi.

Sasuke não conseguia compreender como isso acontecia. Claro, ele sabia que desejava Itachi intensamente antes de saber toda a verdade, mas mesmo quando se esquecia das mazelas por causa do efeito de Tsuki no Me, Sasuke não deveria voltar a desejá-lo. Afinal de contas, aquela paixão estava morta e enterrada... Não estava?

Como era possível para ele sentir algo que não existia mais?

Isso o irritava profundamente, mas servia como combustível para seu avanço físico. Em suma, ele revertia a fúria em treinamento e isso gerava frutos. Seu desempenho, nas palavras de Pain, estava impressionante. Madara nunca o elogiava, até porque Sasuke não costumava lhe dar ouvidos.

Sasuke ainda usava Tsuki no Me com uma grande frequência, mas havia noites, como aquela em especifico, que ele queria sofrer e não fugir da realidade. Noites em que ele queria que doesse, queria que latejasse, queria que um machucado em seu corpo ardesse mais que a solidão e a decepção que parecia crescer cada vez mais em seu peito.

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